Em 12 de setembro de 1989, o Aerosmith lançava “Pump“, o 10° álbum da carreira do quinteto de Boston. É também o 3° álbum a contar com a formação clássica, desde o retorno. Essa pérola do Hard Rock é tema do nosso Memory Remains desta segunda-feira pós-Rock in Rio.
A banda vinha de “Permanent Vacation“, outro grande clássico deles e a ideia era repetir a façanha de seu antecessor. E conseguiram, graças aos hits como “Love in an Elevator“, “Janie’s Got a Gun“, “What It Takes” e “The Other Side“, os singles que estouraram, inclusive “Janie’s Got a Gun” levou o Grammy Awards de 1990, o primeiro conquistado pelo Aerosmith nesta entidade.
Findada a turnê de “Permanent Vacation“, o quinteto se reuniu no estúdio Rik Tinory Productions, localizado em Massachusetts, para compor e ensaiar as músicas. Eles compuseram umas vinte canções, algumas delas entraram em uma lista principal e dez delas acabaram por entrar no álbum. Eles acreditavam que o clima do estúdio iria favorecer na criatividade dos músicos. Mas este não foi o local onde as gravações foram realizadas, pois eles resolveram dar continuidade ao trabalho com o produtor Bruce Fairbairn e todos foram para Vancouver, no estúdio Little Mountain Sound, de propriedade de Fairbairn. Eles ficaram por lá entre janeiro e junho de 1989.
O produtor já havia trabalhado em dois álbuns de Bon Jovi, “Slippery When Wet” e “New Jersey“. Tyler até deu uma esnobada quando soube do fato, dizendo que “nem escuta Bon Jovi“. “Pump” foi o segundo de três álbuns em sequência produzidos por Fairbairn. A intenção deles para o aniversariante do dia era de trazer uma sonoridade mais crua para este álbum, afim de se distanciar do clima comercial abordado em “Permanent Vacation“. O guitarrista Joe Perry deu uma declaração sobre o álbum. Vamos conferir as palavras dele.
“Quando fomos fazer este álbum, sabíamos o que queríamos, queríamos tirar um pouco da gordura que sentimos no último. Não dissemos ‘Precisamos de uma música de drogas ou um música de abuso infantil’, mas quando se encaixavam, nós as usávamos. Isso é o Aerosmith: não somos obrigados a nenhuma regra.”
Uma curiosidade é sobre as letras, que abordavam temas sexuais. Steven Tyler disse que foi uma forma de compensar o tempo perdido, já que na década de 1970, ele alega ter perdido mais tempo usando drogas do que praticando sexo. Ele também se disse arrependido de não ter colocado as letras no encarte, mas lembrou que foi uma recomendação da gravadora, para evitar que a Parents Music Resource Center obrigasse a inclusão daquele adesivo cretino de aviso aos pais, o “Parental Advisory – Explicit lyrics”.
São 47 minutos onde a banda destila o melhor que o Hard Rock pode proporcionar. Clássicos como as já citadas “Janie’s Got a Gun” e “Love in an Elevator” foram eternizadas. Tornou-se também o segundo álbum mais vendido do Aerosmith nos Estados Unidos, perdendo apenas para “Toys in the Attic” e empatado com o sucessor, “Get a Grip“. Foi o 4° álbum mais vendido do ano de 1990. Faturou disco de Ouro nos Reino Unido e Alemanha, Platina na Nova Zelândia, Duplo Platina na Austrália e sete vezes Platina no Canadá e Estados Unidos.
O sucesso também se repetiu nos charts a redor do mundo: 1° lugar na Austrália, 2° no Canadá, 3° no Reino Unido, 5° na “Billboard 200” , 7° na Finlândia, 8° na Nova Zelândia e Suécia, 9° na Noruega e Suíça, 10° no Japão, 13° na Alemanha, 17° na Itália e 33° na Holanda. Além do Grammy, o álbum recebeu diversas críticas positivas e é considerado como uma “marca d’água” do Glam Metal, que entraria em decadência na década seguinte.
Mas nem tudo são flores, a banda teve de encarar os tribunais: primeiro foi uma banda chamada Pump quem acionou a justiça alegando violação do uso da marca. A banda de Steven Tyler e Joe Perry acabou ganhando. Depois, a equipe de compositores Holland-Dozier-Holland ameaçou processar a banda por suposto plágio. A melodia principal da música “The Other Side” se assemelha a melodia da música “Stands in the Shadows of Love“. As partes entraram em acordo e os compositores foram creditados como compositores de “The Other Side“.
Após o lançamento, a banda saiu em turnê, que começou em 18 de outubro de 1989, com um show em Koln, na época, parte da Alemanha Ocidental e se estendeu por quase um ano, tendo o último show na cidade de Perth, na Austrália, em 15 de outubro de 1990. Incluiu também uma apresentação no icônico festival Monsters of Rock, em Donnington Park, Inglaterra, em 18 de agosto. Oito das dez músicas do aniversariante do dia entraram no setlist, apenas “The Other Side” e “My Girl” ficaram de fora.
Hoje é dia de celebrar o aniversário deste verdadeiro clássico do Hard Rock. Para nossa alegria, o Aerosmith está na ativa, nos “devendo” um álbum novo desde 2012, é bem verdade, mas não dão indícios de que vão encerrar as atividades. Superaram o Coronavírus e estão aí praticando seu som honesto e visceral. Hoje é dia de botar a bolacha para rolar no volume máximo e desejar longa vida a essas lendas do Rock.
Pump – Aerosmith
Data de lançamento – 12/09/1989
Gravadora – Geffen
Faixas:
01 – Young Lust
02 – F.I.N.E.
03 – Going Down/ Love in an Elevator
04 – Money on my Back
05 – Water Song/ Janie’s Got a Gun
06 – Dulcimer Stomp/ The Other Side
07 – My Girl
08 – Don’t Get Mad, Get Even
09 – Hoodoo/ Voodoo Medicine Man
10 – What It Takes
Formação:
Steven Tyler – vocal/ guitarra/ teclado/ gaita
Joe Perry – guitarra
Brad Whitford – guitarra
Tom Hamilton – baixo/ backing vocal/ vocal em “Love in an Elevator”
Joey Kramer – bateria
Participações especiais:
Randy Reine-Reusch – inclusão de diferentes instrumentos nos interlúdios musicais durante o álbum
Bob Dowd – backing vocal em “Love in an Elevator”
Catherine Epps – introdução falada em “Love in an Elevator”
The Margarita – instrumentos de sopro/ saxofone
John Webster – teclados