Memory Remains

Memory Remains: Bad Religion – 35 anos de “Suffer” e o fim do hiato em grande estilo

8 de setembro de 2023

Há 35 anos, em 8 de setembro, era lançado “Suffer“, o terceiro álbum do Bad Religion, um dos maiores nomes do Punk Rock californiano e que é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira. Vamos te contar um pouco das histórias deste álbum tão importante para o movimento Punk e que influenciou as gerações seguintes.

Após o lançamento do EP “Back to the Known”, em 1985, o Bad Religion entrou em um período de hiato que durou três anos. O retorno se deu quando quase toda a formação original. A exceção foi o baterista Jay Ziskrout, que foi substituído por Pete Finestone. O álbum conta ainda com participações de Suzi Gardner, Donita Sparks e Jennifer Finch, todas pertencentes ao então desconhecido L7. Donita e Suzi tocaram guitarra na música “Best for You“, enquanto Jennifer Finch gravou backing vocal na música “Part II (The Numbers Game)”.

Então no mês de abril a banda se reuniu no Westbeach Recorders durante o mês de abril de 1988. A própria banda atuou na produção da bolacha, que foi lançada pela Epitaph, selo pertencente ao guitarrista Brett Gurewitz. Era a primeira vez que o próprio selo fazia também a distribuição de um álbum do Bad Religion. A Epitaph, aliás, iria lançar o primeiro álbum do K7 naquele mesmo ano de 1988, o que explica a participação das garotas no aniversariante do dia.

Enquanto esteve afastado da música, Brett Gurewitz se arriscou em outras atividades para se manter, fez cursos profissionalizantes e acabou se tornando engenheiro de gravação e proprietário de um estúdio de gravação. Certa vez, ele relembrou esse período;

“Eu realmente gostei, ainda gosto de ser engenheiro de gravação, mas passei por momentos terríveis tentando ganhar algum dinheiro. E minhas horas eram horríveis. Eu simplesmente sabia que queria estar na música. Então, em 1987, a banda me disse: ‘Ei cara, por que não reunimos o grupo novamente?”.

A capa do álbum merece um destaque. Criada pelo artista Jerry Mahoney, ela retrata um jovem andando por uma rua com o corpo em chamas e usando uma camisa com a logotipo do Bad Religion. O personagem do desenho foi adotado como uma mascote da banda e apelidado de “boy on fire“.

Quando colocamos a bolacha para rolar, temos um álbum direto e sem firulas. Temos 26 minutos divididos em 15 músicas, sendo que somente 4 destas ultrapassam a casa dos dois minutos de duração. São músicas simples e é essa simplicidade que faz o Bad Religion ser tão adorado, até mesmo por quem não é tão fã assim de Punk Rock. Os grandes destaques são as faixas “Do What You Want“, “Best for You “, “Suffer“, “1000 More Fools” e “Give You Nothing“.

Apesar de não ter frequentado as paradas musicais, “Suffer” é aclamado por muitos como um álbum que influenciou muito a cena. O NOFX foi uma das bandas influenciadas pelo aniversariante do dia. O vocalista/ baixista Fat Mike é fã declarado do álbum e afirma que esse disco “mudou tudo”. A mesma banda também lançou um EP, chamado “Surfer“, onde a capa é uma homenagem ao álbum do Bad Religion, trazendo a imagem de um surfista em chamas e com uma roupa onde pode se ver as letras FX dentro de um desenho de “proibido”, tal como a banda faz com a cruz, dentro da mesma faixa, para representar a sua rejeição a religião.

No ano de 2006, o álbum foi escolhido como o melhor lançamento do ano de 1988 no Sputnikmusic. A “Kerrang!” compilou uma lista dos álbuns mais influentes e “Suffer” alcançou a posição de número 99. O jornal californiano “LA Weekly’s” classificou o álbum em 6° em sua lista dos 20 maiores álbuns de Punk Rock da história. Para os fãs da banda, esse é um dos maiores álbuns do Bad Religion, ao lado de “Generator” e “Recipe for Hate“.

Felizmente a banda segue na ativa e se você é fã de Punk Rock simples e direto, hoje é dia de celebrar os 35 anos muito bem “vividos” deste play. A gente fica aqui aguardando um novo play da banda. A banda estará desembarcando no Brasil no dia 3 de dezembro para um show único, no Primavera Sound, no autódromo de Interlagos. Longa vida ao Bad Religion.