Podemos dizer que essa é a semana do Benediction. Se na última terça-feira (8), nós falamos sobre os 28 anos de “The Dreams You Dread“, se você tiver perdido, poderá ler clicando AQUI, hoje é dia de celebramos os 30 anos do maior clássico do quinteto inglês. Em 10 de agosto de 1993, a banda lançava “Transcend the Rubicon“, tema do nosso Memory Remains desta quinta-feira, dia de TBT.
Exatamente um ano após o lançamento do seu antecessor, “The Grand Leveller”, outubro de 1992, a banda entrou no “Rhythm Studios” para a gravação deste clássico. Produzido por Paul Johnson, tendo a própria banda atuando na co-produção, a exemplo do disco anterior.
O álbum marca a entrada do baixista Frank Healy em lugar de Paul Adams e tambpém é o último com o baterista Ian Treacy, que seria substituído por Neil Hutton. E mostra a dupla de guitarristas Darren Brooks e Peter Rew completamente afiados e destilando peso e técnica de forma absurda. Por isso, vamos destrinchar as nove faixas deste play:
Riffs mortais anunciam a faixa de abertura, “Unfound Mortality”, onde a violência come solta. Ela é bem veloz durante boa parte de sua extensão, tendo uma quebrada de andamento no meio, voltando a brutalidade épica ao seu final. Sonzaço.
“Nightfear” começa um pouco mais cadenciada, com a velocidade aumentando no meio e voltando ao final com a mesma pegada com a qual se iniciou, com riffs altamente técnicos. Outro petardo. “Paradox Alley” começa bem arrastada, mas é por pouco tempo, pois logo a quebradeira toma conta de tudo. Aqui a levada mais rápida flerta intensamente com o Grindcore, que vai se alternando com as partes mais arrastadas até o final. Uma pedrada.
“I Bow to None” traz uma levada Punk com os vocais urrados e Death Metal do competente Dave Ingram. Riffs bem feitos, sincronizados com uma bateria marcante são os destaques da arrastadona e densa “Painted Skulls” e que a medida que se desenvolve, seus riffs cavalgados dão um upgrade ainda maior à música.
Virando o lado do vinil… Temos “Violent Domain”, que também é bem pesada, com cada um riff mais destruidor que o outro. Ela começa arrastada e segue assim até o meio, quando a velocidade dá as caras e com um ótimo solo, retornando ao clima inicial para encerrar de maneira honrosa.
“Face Without Soul” é arrastada, técnica e pesada durante toda sua extensão, enquanto que “Bleakhouse” repete a fórmula que a banda usou durante boa parte do play: início violento e matador, com uma mudança no andamento ali no meio, com uns riffs cadenciados no meio que lembram vagamente os de uma certa “Angel of Death”, com o retorno triunfal dos riffs velozes e brutais.
“Blood for Stone” encerra o aniversariante do dia mantendo-o onde ele esteve durante todos os 37 minutos: no topo. Aqui a banda utiliza novamente de uma das receitas que foram postas em prática durante o play: a alternancia de ritmos, começando arrastada e as intercalando com partes rápidas, e com excelentes riffs.
Em 37 minutos de audição temos a sensação de que submetemos nossos ouvidos a um massacre sonoro, estamos diante dos de um verdadeiro clássico do Death Metal mundial. Indo contra a tendência das bandas de Heavy Metal na década de 1990, o Benediction manteve-se fiel à sua sonoridade pesada e brutal.
A versão do álbum lançada pela Nuclear Blast na América do Norte inclui duas faixas bônus: a primeira é um cover do The Accüsed, “Wrong Side of the Grave“, que conta com participações de Karl Willetts (Bolt Thrower), Jan Chris De Koeyer (Gorefest) e Macka, do Healer. A segunda música é um medley “Artfacted/Spit Forth“. Ambas foram gravadas ao vivo no estúdio. O Brasil ganhou a sua versão para o álbum aniversariante do dia, que saiu em 1996 via Rock Brigade Records e não contou com essas duas faixas bônus.
Como sabemos, o Benediction esteve na primeira edição do Summer Breeze Brasil, quando tocou no sábado, 29 de abril, o primeiro dia do festival. E nesta apresentação, a banda incluiu três faixas do disco que hoje completa 30 anos: “Unfound Mortality“, “Nightfear” e “I Bow to None“. A apresentação só foi ofuscada pelo som que ficou aquém da qualidade e letalidade que a banda é capaz de destilar quando está em cima do palco.
Este álbum é merecedor de todas as comemorações na presente data. Hoje é dia de celebrar os 30 anos desta pedra preciosa, escutando-o no volume máximo. Para nossa Felicidade o Benediction está na ativa, e o melhor, com seu vocalista Dave Ingram de volta. Já está na hora de a banda lançar o sucessor do ótimo “Scriptures” (2020), para nosso deleite.
Transcend the Rubicon – Benediction
Data de lançamento – 10/08/1993
Gravadora – Nuclear Blast
Faixas:
01 – Unfound Mortality
02 – Nightfear
03 – Paradox Alley
04 – I Bow to None
05 – Painted Skulls
06 – Violation Domain
07 – Face Without Soul
08 – Bleakhouse
09 – Blood From Stone
Formação:
Dave Ingram – vocal
Darren Brooks – guitarra
Peter Rew – guitarra
Frank Healy – baixo
Ian Treacy – bateria