Memory Remains

Memory Remains: Black Label Society celebra os 20 anos de “The Blessed Hellride”, a obra prima de Zakk Wylde

22 de abril de 2023

Há 20 anos, em 22 de abril de 2003, o Black Label Society lançava “The Blessed Hellride“, o álbum de número quatro da carreira da banda capitaneada por Zakk Wylde e que é assunto do nosso Memory Remains deste sábado. Vamos contar um pouco da história deste play.

A banda vinha do não menos espetacular “1919 – Eternal“, o álbum que contou com algumas das canções que foram rejeitadas por Ozzy Osbourne em seu álbum “Down to Earth” (2001). Desta vez, Zakk convidou o seu chefe para uma participação na faixa “Stillborn“. Porém, Ozzy não foi creditado na faixa quando esta foi lançada como single, uma vez que o Madman tinha contrato vigente com a Sony Music e a gravadora não permitiu o uso do nome de seu artista em um álbum que era de outra gravadora. Ele é creditado no encarte. E para quem escuta a música, é impossível não perceber a voz inconfundível de Ozzy fazendo um belo dueto com Zakk.

Novamente Zakk gravou quase todos os instrumentos, exceto a bateria, que continuava a ser tocada por Craig Nunenmacher. Então entre os anos de 2002 e 2003, a dupla adentrou em três estúdios: o Paramount Studios, em Hollywood, o Cartee Day Studios, em Nashville, estado do Tennessee e no Ameraycan Studios, na Califórnia. Zakk também produziu e mixou a bolacha.

São 45 minutos bem intensos, onde temos algumas das músicas que se tornaram clássicas, como “Doomsday Jesus“, “Funeral Bell“, “Destruction Overdrive” e a já citada “Stillborn“, misturadas a faixas mais calmas como a faixa título e “Dead Meadow“, proporcionando um resultado final muito bom. Outras faixas também merecem destaque como a moderna “Stoned and Drunk“, a quase Djent “Suffering Overdue” e a densa “Blackened Waters“. É um disco que não tem uma única música ruim e é quase unanimidade que é reconhecido como o ponto alto da carreira do BLS.

A faixa “Doomsday Jesus” fez parte do jogo “MTX Motorax“, lançado para os consoles Playstation 2 e Xbox no ano de 2004. Para este jogo, a letra sofreu alterações. Já “Stillborn” foi incluída no jogo “Guitar Hero – World Tour“, lançado em 2008 nos consoles Playstation 2 e 3, Xbox 360 e Nintendo Wii. Neste jogo é possível escolher o próprio Zakk Wylde para jogar.

No Japão, o álbum saiu com uma faixa bônus, chamada “F.U.N.”, gravada por Zakk e Craig de forma despretensiosa, que na letra eles fazem uma piada com as letras sobre festas que as bandas de Glam Metal dos anos 1980. A música em si não tem nada a ver com o som do Black Label Society e o próprio Zakk admitiu que paródia seria um adjetivo caridoso. Aspas para o frontman:

“Essa música é tão ridícula, acho que você não poderia zombar de ninguém … Ninguém é tão ruim assim.”

Durante as sessões de gravações, uma música chamada “No Other“, foi gravada, mixada e masterizada, porém, lançada somente no álbum posterior, “Hangover Music Vol. VI“, de 2004. O aniversariante do dia ficou na honrosa 50ª posição na badalada “Billboard 200“, enquanto que na subcategoria de Álbuns Independentes da mesma Billboard, o álbum chegou à 2ª posição.

Temos um belo álbum que chega aos seus vinte anos e envelhece muito bem, obrigado. Zakk Wylde segue na ativa tanto com o BLS, que esteve no Brasil no ano passado, quanto com sua carreira solo e também na banda cover do Pantera. Já está na hora de ele lançar um novo play com sua banda mais famosa e enquanto isso não acontece, a gente vai ouvindo esse petardo no volume máximo.