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Memory Remains: Black Sabbath – 40 anos de “Mob Rules” e lidando com a saída de Bill Ward

Memory Remains: Black Sabbath – 40 anos de “Mob Rules” e lidando com a saída de Bill Ward

4 de novembro de 2021


Há exatos 40 anos, o Black Sabbath lançava “Mob Rules“, o disco de número dez da discografia dos criadores do Heavy Metal e também o segundo com o vocalista Ronnie James Dio. O Memory Remains desta quinta-feira vai contar a história desse álbum.

Em “Heaven and Hell“, o álbum anterior, a banda havia voltado aos bons tempos, tendo um álbum com excelente recepção. Porém, mais percalços afetaram a banda: o baterista Bill Ward saiu da banda, alegando problemas de saúde e também pessoais. A saída do Ozzy Osbourne também influenciou na sua decisão. Vinny Appice foi o escolhido e assim, do Black Sabbath original restava apenas metade dele em seu lineup.

Com nova formação, o Black Sabbath se reuniu no “Record Plant“, em Los Angeles, mesmo local onde a banda gravou “Heaven and Hell”, na companhia do mesmo Martin Birch e assim o álbum número dez fora concebido. No Reino Unido, o play foi lançado pela “Vertigo“, nos Estados Unidos, pela “Warner” e em outros lugares do planeta, foi lançado pela “Castle” e pela “Sanctuary“.

A arte da capa foi assinada por Greg Hildebrand. As músicas creditadas a Iommi, Butler e Ward, enquanto que Dio ficou responsável pelas letras, onde ele pôde mostrar um pouco do seu lado romântico como nas letras de “Slipping Away“, “Over and Over” e “Country Girl“. Iommy disse em sua autobiografia “Iron Man: my Journey Through Heaven & Hell with Black Sabbath“, a banda alugou uma casa em Los Angeles para os ensaios e composição. Eles pretendiam construir um estúdio próprio para economizar dinheiro, mas acabaram voltando ao mesmo estúdio que gravaram “Heaven and Hell“.

Como sempre fazemos, vamos lá colocar a bolacha para rolar: e a abertura se dá com “Turn Up The Night” que vem em grande estilo. A música é um metalzão para ninguém botar defeito. E com direito a um solo espetacular do “pai” Tony Iommi. E sem contar o vocal impressionante de Ronnie James Dio. “Voodoo” é mais calcada no Hard Rock, em que os vocais de Dio duelam com as guitarras pesadas de Iommi. Excelente som.

The Sign of the Southern Cross“, do alto de seus quase oito minutos é uma faixa mais Doom, com muita atmosfera e densa. E uma boa performance do estreante Vinny Appice. Além das guitarras certeiras de mr. Iommi. “E5150” é uma intro com barulhos um tanto quanto chatos e desprezíveis. Nunca pensei que falaria isso de um disco do Black Sabbath, mas eles têm o direito de cometer equívocos. O título, soletrado significa a palavra “Evil” e foi uma sugestão de Geezer Butler. O bom é que a faixa é curta e logo entrada faixa título, que é uma típica música de Heavy Metal oitentista, onde tudo aqui beira a perfeição, tendo a música se findando com um solo muito bom.

Denis O'Regan

Country Girl” traz aquele Black Sabbath se distanciando daquele Heavy Metal que a própria banda criou, dos tempos de Ozzy Osbourne. Aqui ainda temos peso, mas é um som mais arrastado e que a voz de Dio se encaixa melhor. Uma grande música, mas quem conheceu a banda nos primórdios, estranha um pouco sim.

Slipping Away” é outra que traz de volta os elementos Hard Rock, enquanto que “Falling off the Edge of the World” já apresenta um Heavy Metal mais moderno para a época, tendo, inclusive, riffs de guitarra que lembram e muito uma certa Donzela de Ferro, que emergia da mesma Inglaterra, naquela época. Excelente música. E “Over and Over” encerra o disco de uma forma densa, porém, um tanto quanto melancólica. E com direito a um longo e poderoso solo de Iommi, abrilhantando este final.

Em 40 minutos temos este álbum que se não é tão brilhante quanto o anterior, tem seus bons momentos e que merece a homenagem prestada por nós. “Mob Rules” ficou em 12º lugar nas paradas britânicas, 19° no Canadá, 29º na “Billboard 200“; 30° na Suécia, 45° na Nova Zelândia e 47° na Holanda. Foi ainda certificado com Disco de Prata no Reino Unido e Ouro no Canadá e Estados Unidos.

A turnê deste play rendeu o álbum ao vivo “Live Evil”, porém, ao final desta, a banda perdeu Dio e Appice, iniciando uma nova busca por vocalista e baterista. Durante essa tour, sete músicas de “Mob Rules” faziam parte do setlist. Anos mais tarde, a mesma formação fundou o Heaven & Hell e incluíram a música “Falling off the Edge of the Word” no repertório. Em 1997, Iommi deu a seguinte declaração:

“Eu ainda gosto daquele álbum.”

Só temos a lamentar o fato de a banda ter encerrado suas atividades, muito embora Tony Iommi tenha declarado antes de pandemia que a banda poderia se reunir periodicamente para apresentações. É uma possibilidade improvável. Mas a história do Sabbath está escrita e foram eles os inventores dessa coisa chamada Heavy Metal, que amamos e idolatramos. Portanto hoje é dia de celebrar o mais novo quarentão da cena. Vamos curtir, escutando “Mob Rules” no talo.

Mob Rules – Black Sabbath
Data de lançamento – 04/11/1981
Gravadora – Vertigo

Faixas:
01 – Turn up the Night
02 – Voodoo
03 – The Sign of the Southern Cross
04 – E5150
05 – The Mob Rules
06 – Country Girl
07 – Slipping Away
08 – Falling off the Edge of the World
09 – Over and Over

Formação:
Ronnie James Dio – vocal
Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo
Vinny Appice – bateria
Geoff Nichols – teclado