Há 38 anos, em 10 de junho de 1986, o Candlemass lançava “Epicus Doomicus Metallicus“, o álbum de estreia dos suecos que se tornou uma referência do Doom Metal e o Memory Remains desta segunda-feira vai tratar deste play.
O embrião do Candlemass foi uma banda chamada Nêmesis, que se manteve em atividade entre os anos de 1982 e 1984. De acordo com o baixista Lief Ending, eles se viram obrigados a trocar de nome em 1985 por conta de direitos autorais e assim adotaram o nome pelo qual se tornaram conhecidos e então passaram a trabalhar em composições que viriam a fazer parte do aniversariante do dia.
No mesmo ano, lançaram duas demos. A primeira saiu no mês de janeiro e já trazia duas faixas que estariam em “Epicus Doomicus Metallicus“: são elas, “Crystal Ball” e “A Sorecerer’s Pledge“. Em dezembro do mesmo ano, lançaram mais outra demo, cujas duas músicas também fariam parte do play de estreia: “Demon’s Gate” e “Black Stone Wielder“. Quatro das seis músicas que entrariam no nosso homenageado já eram de conhecimento do público.
Como a banda não possuía ainda um vocalista fixo, quem fez os trabalhos nas demos foi o baixista Leif Ending, mas para o registro do álbum, seria chamado o vocalista Johan Längquist, que muitos anos depois assumiu o posto. Eles enviaram cópias das demos para o selo francês Black Dragon Records, que lhes ofereceu um contrato, além de uma verba de US$ 1800,00 para custeio das gravações. O álbum foi gravado durante o mês de fevereiro de 1986, no Thunderload Studios, em Estocolmo, sob a produção de Ragne Wahlquist.
Sabemos que 1986 foi um ano maravilhoso do ponto de vista do lançamento de álbuns de Metal em todo o mundo. A maioria dos álbuns clássicos do estilo foram produzidos e lançados nesta época. Entretanto, o Candlemass se diferenciava. Se as demais bandas optavam por acelerar suas canções, os suecos foram no caminho oposto e entregaram um álbum pesado, sim, mas com um andamento muito mais arrastado, característico do Doom Metal que eles abraçavam. O título do álbum é uma frase em latim para o que eles esperavam que o álbum se tornasse: um álbum épico de Doom Metal.
Mas não foi o que aconteceu de cara, pois as vendas não foram como a gravadora esperava, o que acabou com a banda sendo dispensada pela Black Dragon Records. Uma decisão que a alta cúpula do selo deve ter se arrependido amargamente, já que o álbum se tornou cult no estilo e surpreende em seus 43 minutos e seis canções, muito bem estruturadas, muito bem produzidas, até surpreende já que na época, as produções dos álbuns de Metal eram muito ruins. O Candlemass se inspirou nas guitarras mais arrastadas do Black Sabbath e combinou perfeitamente com os vocais barítonos, mais influências da música erudita.
Grandes clássicos da banda foram forjados em “Epicus Doomicus Metallicus“, como “Solitude“, “Under the Oak”, “A Sorecerer’s Pledge” e “Crystal Ball“, presentes nos shows da banda até os dias atuais. Ainda que na época do lançamento, as vendas não tenham sido satisfatórias, o álbum foi muito bem recebido pela crítica e pelo público e hoje é um dos álbuns preferidos pelos fãs não só do Candlemass, como do Doom Metal de maneira geral. E inspirou todas as bandas que vieram depois.
Ao longo dos anos, o álbum foi relançado por algumas vezes. Em 2002, ele foi reeditado pela Powerline Records e trazia um CD bônus com uma apresentação ao vivo que a banda realizou em Birmingham, no ano de 1988. Em 2011, a Peaceville Records relançou o play com o mesmo CD bônus, mais um livreto com mais folhas.
Era o pontapé inicial de uma banda que se mostraria inspirada e seguiria lançando um álbum por ano até 1990. Para nossa alegria, desde 2004 eles estão reunidos, lançando álbuns e fazendo turnês. E hoje é dia de celebrar mais um aniversário deste “épico álbum de Doom Metal” que se aproxima dos 40 anos e envelhece muitíssimo bem, obrigado. Vamos colocar a bolacha para tocar no volume máximo enquanto desejamos uma longa vida ao Candlemass.
Epicus Doomicus Metallicus – Candlemass
Data de lançamento – 10/06/1986
Gravadora – Black Dragon Records
Faixas:
01 – Solitude
02 – Demon’s Gate
03 – Crystal Ball
04 – Black Stone Wielder
05 – Under the Oak
06 – A Sorcerer’s Pledge
Formação:
Mappe Björkman – guitarra
Leif Ending – baixo
Matz Ekström – bateria
Músicos adicionais:
Klas Bergwall – guitarra solo
Cille Svenson – vocal adicional em “A Sorcerer’s Pledge”
Johan Längquist – vocal