Em 16 de abril de 2021, em meio a pandemia da COVID-19 (que ainda não acabou, é bom que se diga), os reis do Death Metal, que atendem pelo nome de Cannibal Corpse, lançava “Violence Unimagined“, o 15° álbum e o último até o presente momento. Esse petardo é tema do nosso Memory Remains deste domingão.
Com o mundo sendo obrigado a ficar trancafiado dentro de casa, devido a pandemia, o Cannibal Corpse se viu obrigado a postergar o lançamento do sucessor de “Red Before Black“. Eles começaram a trabalhar nas composições no ano de 2019, logo depois do tsunami causado pelo guitarrista Pat O’Brien, que resolveu tacar fogo na sua própria casa e na dos vizinhos, em um surto psicótico, que resultou em sua prisão. Então, Erik Rutan, que já trabalhava como produtor da banda desde “Kill” (2006), foi convidado para tocar guitarra nos shows já previamente agendados pela banda e acabou sendo natural ele ser efetivado.
Erik Rutan não deixou de ser produtor e acumulou dupla função durante a estadia do quinteto no Mana Recording Studio, em St. Petersburg, na Flórida. O suspense criado pela banda e pela gravadora foi imenso, ninguém conseguiu vazar o álbum até um dia antes de seu lançamento, quando saiu uma versão cuja qualidade era duvidosa, para dizer o mínimo. A bolacha saiu pela gravadora de sempre, a Metal Blade, enquanto que no Brasil, foi criada uma parceria entre Voice Music, Rock Brigade Records e Xaninho Discos.
Temos onze músicas divididas em 42 minutos de extensão, onde podemos perceber que a banda amadureceu sua sonoridade, sem perder a brutalidade e o peso habituais. Eles optaram em tirar o pé do acelerador em grande parte das músicas, o que deixou o som ainda mais agressivo e extremo. Podemos destacar faixas como “Inhumane Harvest“, “Comdemnation Contagion“, “Surround, Kill, Devour“, “Follow the Blood“, entre outras. A dupla de guitarristas Rob Barrett e Erik Rutan se mostrou entrosada depois de algum tempo já tocando juntos, Alex Webster segue um monstro no baixo e George “Corpsegrinder” Fischer com seu vocal ainda mais insano.
Não é um álbum perfeito como outros lançados pela banda no passado, mas cumpre bem o seu papel e mostra o porquê de o Cannibal Corpse ser hoje o nome mais relevante da cena Death Metal. Nos charts, o álbum teve um bom desempenho. 5° na Áustria, 6° na Alemanha, 7° na Suíça, 9° na Escócia, 12° na Finlândia, 27° na Polônia, 28° na Austrália, 52° na Holanda, 53° no Canadá, 60° na Itália, 105° no Japão, 132° na França. Na Bélgica, existem duas paradas e o álbum ficou nas posições 51 e 101. Na “Billboard 200“, o álbum chegou a 45ª posição, se destacando em outras categorias como a “Top Hard Rock Albuns” (3°), a “Independent Albuns” (5°) e a “Top Rock Albuns” (6°). No Reino Unido, 81ª posição no chart principal e destaque também nas categorias de Álbuns Independentes (2°) e Rock e Metal Albuns (4°). Uma performance muito boa para uma banda de Metal extremo.
Felizmente a pandemia nem sequer ameaçou a existência do Cannibal Corpse, que segue na ativa, fazendo shows e provocando o caos por onde passam. Ano passado o Brasil testemunhou o massacre que é a banda ao vivo e esperamos que a banda não demore os mesmos quatro anos que levou para lançar esse aniversariante do dia. Enquanto o novo play não chega, hoje é dia de celebrar e tocar essa bolacha no volume máximo.
Violence Unimagined – Cannibal Corpse
Data de lançamento – 16/04/2021
Gravadora – Metal Blade
Faixas:
01 – Murderous Rampage
02 – Necrogenic Resurrection
03 – Inhumane Harvest
04 – Comdemnation Contagion
05 – Surround, Kill, Devour
06 – Ritual Annihilation
07 – Follow the Blood
08 – Bound and Burned
09 – Slowly Sawn
10 – Overtorture
11 – Cerements of the Flayed
Formação:
George “Corpsegrinder” Fischer – vocal
Alex Webster – baixo
Rob Barrett – guitarra
Erik Rutan – guitarra/ backing vocal em “Murderous Rampage”
Paul Mazurkiewicz – bateria