Memory Remains

Memory Remains: Deep Purple – 50 anos de “Burn” e a formação de um timaço que não durou muito

15 de fevereiro de 2024


Há 50 anos atrás, em 15 de fevereiro de 1974, o Deep Purple lançava “Burn“, o oitavo disco desta clássica banda e que é assunto do nosso Memory Remains desta quinta-feira pós-carnaval.

Burn“, o homenageado da vez, conta com a participação de algumas feras, melhorando o que já beirava a perfeição: David Coverdale chega para assumir os vocais no lugar de lan Gillan e Glenn Hughes assumia o baixo e também fazia os vocais. Eles Juntavam-se aos gênios Ritchie Blackmore, John Lord e lan Paice. A formação era muito boa, mas também evidenciou diversos problemas de ego, que fariam com que não perdurasse por muito tempo.

Esse timaço se reuniu em Montreux, Suíça, em novembro de 1973 e fizeram uso do “Rolling Stone Mobile Studio”, о estúdio móvel pertencente à banda de Mick Jagger e Keith Richards. A própria banda se encarregou da produção da bolacha. Glen Hughes participou do processo de composição e gravação, mas não recebeu os devidos créditos na época. Entretanto, na edição comemorativa dos 30 anos do álbum, Glen foi creditado.

Com a bolacha rolando, temos 42 minutos e oito músicas, onde se destacam tanto a faixa-título e “Highway Star“. Em “Burn“, o Hard Rock tradicional da banda ganhou outras ramificações, onde eles flertaram com o Soul e o Funk. Esses estilos ficariam mais gritantes em “Stormbringer“, o álbum sucessor do nosso cinquentão. As novas influências foram trazidas por Glen Hughes e elas não foram bem aceitas por Ritchie Blackmore no início e o caldo acabou azedando de vez um ano depois.

Burn” fez um relativo sucesso, tanto na receptividade por parte da crítica especializada, quanto pelo público; nos charts, o álbum alcançou o topo das paradas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Noruega; 3° lugar no Reino Unido e na Itália, 4° na França, 5° na Finlândia, 7° na Austrália, Canadá e Países Baixos, 9° na “Billboard 200” e 11° no Japão. O álbum foi certificado com Disco de Ouro na França, Alemanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

Álbum lançado, a banda saiu em turnê e o show mais icônico aconteceu no dia 6 de abril daquele ano de 1974, no festival California Jam, para um público de duzentas mil pessoas. Ritchie Blackmore estava furioso por ter que tocar antes do anoitecer e cercado por câmeras que filmaram a apresentação, simplesmente quebrou uma das câmeras com sua guitarra e queimou sei amplificador. O diretor de filmagens do evento, Josh White, certa vez lembrou do episódio. Aspas para ele:

Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: ‘sim, talvez. Sei lá, que merda’. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: ‘Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial’. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo.”

Essa formação iria perdurar por pouco mais de um ano, quando Blackmore ficou ainda mais insatisfeito com os rumos musicais do álbum sucessor de “Burn” e iria decidir por sair do Deep Purple. Ele, que já tinha o Rainbow, decidiu concentrar seus esforços em sua nova banda, com a qual continua até os dias atuais. Já o Deep Purple, ainda segue em atividade, porém, o único membro que registrou o aniversariante do dia é Ian Paice. Ele também é o único como membro da formação original que segue tocando na banda.

Hoje é dia de celebrar essa obra prima do Classic Rock, colocando-a para tocar no volume máximo. Ainda mais que nos últimos dias as músicas tocadas à exaustão não foram necessariamente aquelas que nós, fãs de Rock e Metal, gostamos de ouvir. Então nada como um Deep Purple para purificar nossos ouvidos. E não é todo dia que se completa 50 anos. Longa vida para estes dinossauros do Rock.

Burn – Deep Purple

Data de lançamento: 15/02/1974

Gravadora: Purple Records

 

Faixas:

01 – Burn

02 – Might Just Take Your Life

03 – Lay Down, Stay Down

04 – Sail Away

05 – You Fool No one

06 – What’s Going on Here

07 – Mistreated

08 – A 200

 

Formação:

David Coverdale – vocal

Ritchie Blackmore – guitarra

John Lord – teclado

Glenn Hughes – baixo/ vocal

Ian Paice – bateria