Há 35 anos, em 30 de janeiro de 1989, o Exodus lançava “Fabulous Disaster“, o álbum de número três desta que é considerada por muitos como a melhor banda de Thrash Metal da Bay Area e é assunto do nosso Memory Remains desta terça-feira, o último do corrente mês.
Nosso aniversariante do dia foi o responsável por elevar o nível do Exodus, ainda que tenham criado essa besteira de The Big 4, que nada mais é do que simplificar as bandas de Thrash Metal a apenas quatro, quando temos uma infinidade de outras excelentes bandas, como o Testament e o próprio Exodus. Muito da elevação do patamar da banda de Gary Holt se deve também à exposição que a banda teve na MTV estadunidense, com a produção de um videoclipe, além de músicas que foram tocadas nas rádios especializadas em Heavy Metal, nos Estados Unidos.
A exposição e a consequente exposição, traria bons frutos ao Exodus, pois este seria o último álbum a ser lançado pelo selo Music for Nations. A banda iria assinar com a Capitol e assim o alcance seria muito maior. Esse também foi o último álbum a contar com o baterista Tom Hunting, nesta que foi a primeira de muitas das suas passagens pela banda. Iremos falar mais abaixo sobre as razões que levaram à saída do baterista.
Eles resolveram repetir a fórmula utilizada em “Pleasures of the Flesh“, álbum anterior, lançado dois anos antes e se reuniram novamente com o produtor Marc Senasac, desta vez tendo a dupla Gary Holt e Rick Hunolt na co-produção e mais uma vez eles foram ao Alpha & Omega Recording, em San Francisco, durante o ano de 1988. A mixagem ocorreu no Different Fur Studios, também em San Francisco e a masterização aconteceu em Los Angeles.
Bolacha rolando, temos uma pérola em forma de Thrash Metal. São 50 minutos e dez faixas, sendo oito autorais e duas covers: o War foi homenageado com uma versão para “Low Rider” e o AC/DC ganhou um tributo também, com a faixa “Overdose“. Como destaques, temos a faixa-título, “The Toxic Waltz” (essas duas até hoje permanecem no setlist da banda), além de faixas como “Cajun Hell“, “Corruption” e “Like Father, Like Son“, essa última, com mais de 8 minutos e que honrou a característica de ter ao menos uma música extensa em casa álbum do Exodus (N. do R: no álbum subsequente, eles iriam pesar ainda mais a mão neste sentido e colocariam 4, entre 9, com duração superior a seis minutos). É uma aula de Thrash Metal para ninguém colocar defeito.
O álbum recebeu boas críticas da imprensa especializada, além de ter sido bem recebido também pelos fãs. Nos charts, figurou em 57° nos Países Baixos, 67° no Reino Unido e 82° na “Billboard 200”, sendo o segundo álbum consecutivo a marcar presença na lista da parada musical mais badalada do planeta.
Play lançado, era hora de o Exodus cair na estrada. No primeiro momento, a banda embarcou para a Europa, onde excursionou com o Nuclear Assault e o Acid Reign. Depois o Exodus abriu shows do Anthrax e Helloween, e por fim, uma tour pela América do Norte, tendo como bandas de abertura o Sick of It All, Faith or Fear, Forbidden, Dead Orchestra e Wehrmacht. Foi durante esta tour que o baterista Tom Hunting descobriu que estava passando por problemas cardíacos e foi obrigado a sair da banda. Perry Strickland, da banda Vio-Lence entrou em seu lugar, mas não pôde assumir em definitivo o cargo, então John Tempesta, foi recrutado. John era roadie de ninguém menos que Charlie Benante, baterista do Anthrax.
Hoje é dia de celebrar essa data importante, o 35° aniversário de “Fabulous Disaster“, que merece ser lembrado todos os dias. Felizmente temos o Exodus na atividade até os dias atuais e estamos no aguardo do álbum que venha a suceder o poderoso “Persona non Grata“. Enquanto isso não acontece, temos um encontro marcado com a banda que será uma das atrações da segunda edição do Summer Breeze Brasil e irão se apresentar logo no primeiro dia do festival. Longa vida ao Exodus.
Fabulous Disaster – Exodus
Data de lançamento – 30/01/1989
Gravadora – Music for Nations
Faixas:
01 – The Last Act of Defiance
02 – Fabulous Disaster
03 – The Toxic Waltz
04 – Low Rider
05 – Cajun Hell
06 – Like Father, like Son
07 – Corruption
08 – Verbal Razors
09 – Open Season
10 – Overdose
Formação:
Gary Holt – guitarra
Steve Souza – vocal
Rick Hunolt – guitarra
Rob McKillop – baixo
Tom Hunting – bateria
Participações especiais:
Brian Mantilla – percussão em “Low Rider”
Dov Christopher – voz (introdução) em “The Last Act of Defiance” e
gaita em “Cajun Hell“