Memory Remains

Memory Remains: Judas Priest – 19 anos de “Angel of Retribution” e o retorno triunfal de Rob Halford

28 de fevereiro de 2024

Há 19 anos atrás, em 28 de fevereiro de 2005, o Judas Priest lançava “Angel of Retribution“, o álbum de número quinze da discografia desta verdadeira lenda do Heavy Metal e que é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

O aniversariante do dia tem uma razão mais que especial para ser celebrado, pois marca o retorno triunfal de quem jamais deveria ter saído da banda. Sim, estamos falando de Rob Halford, cujo último álbum com o Judas tinha sido o cultuado “Painkiller“, lançado quinze anos antes. Durante esse período, Rob tentou uma carreira em uma nova banda, o Fight, e depois como cantor solo, enquanto que o Judas tentou o excelente Tim “Ripper” Owens. Ambas as tentativas se mostraram frustradas e a opção foi ter o Metal God de volta, na posição que ele ocupa até os dias de hoje.

Halford retornou à banda no ano de 2003 e logo todos se juntaram para escrever o material que viria a ser lançado. E o vocalista sentiu que a energia era a mesma de quando ele gravou “Painkiller“, como iremos mostrar abaixo a sua declaração à imprensa. Aspas para ele:

“Aquela década em que estivemos fora da companhia um do outro parece ter desaparecido na fumaça. Quando nos reunimos para começar a escrever o novo material para ‘Angel of Retribution’, foi realmente uma continuação de onde teríamos teria sido se tivéssemos feito o próximo álbum depois de ‘Painkiller’. Todas as peças já estavam no lugar.”

O álbum foi gravado entre os meses de outubro e dezembro de 2004 e dois estúdios foram utilizados, separados pelo Oceano Atlântico: o Old Smithy, na Inglaterra e o Sound City, na Califórnia. Roy Z assinou a produção. Ele era o “cara” na época e muito requisitado pelas bandas de Heavy Metal. A gravadora queria lançar o álbum ainda no final de 2004, mas acabou adiando o lançamento para fevereiro de 2005. A razão era o receio com as vendas. Mas um álbum do Judas Priest dificilmente será um fracasso de vendas.

O guitarrista Glen Tipton falou sobre a sonoridade que o Judas Priest imprimiu ao álbum e nós vamos abrir o espaço para a fala dele. Confira abaixo:

“Temos muita energia. Estamos a todo vapor e isso é óbvio neste álbum. Acho que é o álbum mais natural do Judas Priest. Muitas pessoas quem ouviu disse que é atemporal. Você realmente não poderia datá-lo.”

O álbum tem 52 minutos e dez canções. A faixa de abertura, “Judas Rising“, é na verdade uma versão de uma canção criada durante as sessões de gravação do álbum “Sad Wings of Destiny” (1982). A música em questão de chamava “Earth, Wind and Fire“. Outras músicas trazem referências à músicas do passado. “Demonizer” tem ligações com duas outras faixas: “The Hellion“, do álbum “Screaming for Vengeance” e a faixa “Painkiller“. “Hellrider” traz menções às musicas “Ram it Down” e “Tyrant” (esta, também do álbum “Sad Wings of Destiny“). “Eulogy” é uma referência às músicas “Stained Class” e “The Sentinel“. E “Worth Fightinh For“, é uma espécie de sequência para “Desert Plains“, do álbum “Point of Entry“.

O álbum tem uma versão dupla, lançada apenas nos Estados Unidos, Japão e Europa. O disco um é o álbum propriamente dito e o segundo disco é um DVD, contendo um documentário chamado “Reunited“, que traz entrevistas e trechos de apresentações da banda com Halford de volta ao vocal.

“Angel of Retribution” foi muito bem recebido pela crítica e público. Nos charts, o álbum ficou em 3° na Suécia, 5° na Alemanha, 6° na Espanha, Finlândia e Noruega, 8° no Japão, 10° na Áustria, 13° na “Billboard 200”, 14° na Hungria, 19° na Suíça e Dinamarca, 36° na Escócia, 39° no Reino Unido, 40° na Irlanda e Itália, 43° na França, 46° nos Países Baixos, 58° na Austrália e 89° na Bélgica.

A banda caiu na estrada para divulgar seu novo álbum e a banda passou por vários países da Europa, Américas do Norte e Latina, tendo países como o Chile, Ucrânia e Rússia recebendo a banda pela primeira vez. Em 18 de maio de 2005, eles gravaram a apresentação da banda no Nippon Budokan se tornou o DVD “Rising in the East“, lançado em 8 de novembro do mesmo ano e foi certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos, vendendo mais de cinquenta mil cópias.

O Judas Priest segue em plena atividade até os dias atuais e o melhor, em uma semana (se ninguém vazar, como fizeram cruelmente com o novo álbum de Bruce Dickinson), iremos conhecer o novo play, “Invencible Shield“, que vai finalmente encerrar um longo jejum de seis anos sem um álbum de estúdio da banda. Enquanto o dia 8 não chega, vamos celebrando o álbum que possibilitou o retorno de quem nunca saiu dos corações dos fãs. Grande Rob Halford, grande Judas Priest. E para nossa sorte, nós nascemos na mesma geração destes gênios. Longa vida ao Judas Priest.