Memory Remains

Memory Remains: Judas Priest – 43 anos de “British Steel”, a grande obra de arte da NWOBHM

14 de abril de 2023


O dia 14 de abril é especial para o Judas Priest, pois nesta data a icônica banda lançou dois álbuns. Um deles é “Turbo“, lançado em 1986. O outro é “British Steel“, lançado em 1980 e que é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira. Vamos contar um pouco da história deste que certamente é um dos maiores álbuns da história do Heavy Metal.

O sexto álbum da discografia do Judas pode ser definido como o mais importante álbum de sua carreira. “British Steel“, também é um dos mais representativos da história do Heavy Metal, adorado por muitos fãs, principalmente da NWOBHM.

A banda vinha de um disco ao vivo, “Unleashed in the East“, contendo a performance da banda no Japão, durante a turnê do álbum de estúdio anterior, “Killing Machine” (1978). Haveria uma mudança na bateria: Les Binks saiu para dar vaga à Dave Holland, na formação que perdurou durante toda a década de 1980. Em certo momento desta turnê, o Judas Priest tocou com o AC/DC e certa vez Rob Halford afirmou que os australianos possam ter exercido alguma influência durante o processo de composição e gravação do play.

Entre janeiro e fevereiro de 1980, o quinteto se reuniu no “Startling Studios“, no Reino Unido, com o estreante em estúdio Tom Allom responsável pela produção do álbum. Todas as músicas foram compostas por Rob Halford, K.K. Dowing e Glenn Tipton. E de lá saíram com este discão. Vamos então comentar faixa a faixa do nosso homenageado.

Rapid Fire” é a abertura apoteótica, com um belo exemplo da NWOBHM e com excelentes riffs da dupla K.K. Downing e Glenn Tipton. E “Metal Gods” chega com sua influência Zeppeliana, bem mais arrastada que a primeira e mais voltada ao Hard. Muito boa também.

Agora é a vez do clássico maior da banda e a música mais divertida deles também: “Breaking the Law” e o seu recado sobre o que deve ser o Rock e o Metal, a transgressão das regras. Com direito a refrão grudento, que virou referência quando falamos na representatividade da New Wave of British Heavy Metal.

Grinder” traz novamente a banda para o caminho do Hard/Heavy com bons riffs e um excelente solo.A mesma pegada Hard é mantida em “United”, porém, esta tem uma influência dos Beatles. Em “You Have to be Old to be Wise”, mais da NWOBHM sendo destilada para o ouvinte, enquanto que “Living After Midnight” aborda musicalmente o Hard/Heavy mais uma vez em uma música interessante.

The Rage” novamente uma abordagem setentista e Rob Halford em uma interpretação que lembra bastante a de outra lenda do Metal: um tal de Ronnie James Dio. Sensacional. “Steeler” encerra o álbum da maneira que ele começou: com uma faixa bem Metal, enérgica e que levanta até defunto. Embora eu tenha respeito por este que é o maior clássico do Judas, não é o play todo que me empolga, mas a abertura e o fechamento são fenomenais.

São apenas 36 minutos, tempo de disco de banda de Punk Rock, mas são os mestres da NWOBHM destilando o mais puro e cristalino Heavy Metal. Influenciou toda uma geração e segue a influenciar até os dias de hoje. O Pantera fez uma homenagem ao aniversariante do dia quando lançou seu derradeiro disco, “Reinventing the Steel“, uma referência a esse álbum. Max Cavalera afirmou que se trata de um disco de Thrash Metal essencial que todos precisam ouvir. E errado ele não está.

British Steel” foi bem colocado em alguns charts pelo mundo, como o 4º lugar na Grécia, a mesma posição obtida no Reino Unido e um 20º lugar na Suécia, 34° na “Billboard 200“, 45° no Canadá, 69° no Japão, além da 12ª posição que o single “Breaking the Law” alcançou; foi certificado também com disco de ouro na Suécia; disco de prata no Reino Unido e platina no Canadá e nos Estados unidos, sendo este último, alcançado no ano de 1989. A revista “Rolling Stone“, no ano de 217 elegeu o aniversariante de hoje como o 3º melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos.

Em 2001 o álbum foi remasterizado e relançado, contendo duas faixas bônus: “Red, White and Blue“, gravada nas Bahamas no ano de 1985 durante as sessões de “Turbo“, e uma versão ao vivo para “Grinder“, tocada em 1984, durante a turnê de “Defenders of the Faith“. E em 2009, a banda deu partida em uma turnê onde comemorou os 30 anos de “British Steel” e o álbum foi tocado na íntegra, mas não na mesma ordem que foi lançado originalmente. Antes apenas “Defenders of the Faith” e “Rocka Rola” haviam sido executados de ponta a ponta nos shows do Judas.

Eis um belo álbum e que merece toda nossa reverência. O Judas segue firme e forte na ativa e enquanto a gente espera por um novo lançamento da banda, vamos escutar esse tesouro no volume máximo. E desejar longa vida ao Judas Priest, essa instituição do Heavy Metal.

British Steel – Judas Priest

Data de lançamento – 14/04/1980

Gravadora – CBS/Epic Records

 

Faixas:

01 – Rapid Fire

02 – Metal Gods

03 – Breaking the Law

04 – Grinder

05 – United

06 – You Don’t Have to be Old to be Wise

07 – Living After Midnight

08 – The Rage

09 – Steeler

 

Formação:

Rob Halford – Vocal

K.K. Downing – Guitarra

Glenn Tipton – Guitarra

Ian Hill – Baixo

Dave Holland – bateria