O mês de setembro pode ser considerado especial para o Megadeth. Na sexta-feira foi aniversário de Dave Mustaine; no sábado, nós falamos sobre “The System Has Failed”, e caso você tenha perdido, clicando AQUI você pode ler. E o Memory Remains deste domingo vai falar sobre “Endgame”, lançado em 15 de setembro de 2009, portanto, há 15 anos.
É óbvio que a banda lançou bons discos após o “Rust in Peace“, mas nada igual ao que seria produzido aqui no ano de 2009. E a banda andou oscilando entre bons e maus momentos nos discos que antecederam “Endgame“. Ocorreu uma importante troca no lineup da banda para a gravação do aniversariante do dia: Mustaine tiraria o excelente Chris Broderick do Nevermore, que naquele momento estava entrando em um hiato, numa sábia decisão, pois Broderick é considerado por mim como um dos melhores guitarristas da cena e caiu muitíssimo bem.
Este seria o último disco com o baixista James LoMenzo, já que Dave Mustaine e Dave Ellefson fariam as pazes após as longas trocas de farpas e brigas nós tribunais e retornaria à banda depois do lançamento deste play. Porém, como já foi amplamente divulgado, Ellefson foi desligado recentemente da banda após ser divulgado um caso onde ele teria trocado mensagens de teor sexual com uma menor de idade, para usar de um termo bem leve para com a história.
Então Mustaine em uma decisão muito acertada, trouxe o mago Andy Sneap para a produção. O próprio Mustaine co-produziu o disco. E Andy, famoso por realizar excelentes trabalhos, sobretudo com o Nevermore e com o Arch Enemy, e aqui ele não deixou por menos. Deu 150% de seu talento e ainda afirmou em entrevista que neste trabalho “fez o Megadeth soar old-school do jeito que ele gostava de curtir a banda. Todos se reuniram no estúdio “Vic’s Garage“, na cidade de San Marcos, na Califórnia, entre os dias 7 de janeiro e 19 de maio de 2009, quando saíram de lá com este petardo. A mixagem se deu no estúdio de Andy, em Derbyshire, Inglaterra.
Em 27 de maio de 2009, Dave Mustaine deu uma entrevista, onde afirmou que doze canções já estavam gravadas e passando pelo processo de mixagem. Destas, onze acabaram entrando no álbum. Ele deu mais detalhes sobre o que fãs deveriam esperar de “Endgame”. Aspas para ele:
“É rápido, é pesado, há partes cantadas, gritos, e vozes convidadas (talvez não cantando – mais como em “Captive Honor”), os solos são insanos.”
Um fator curioso é que, em um mundo que se tornava ainda mais globalizado, os membros do Megadeth tinham conversas online com os fãs da banda enquanto estavam no estúdio, o que segundo Mustaine, ajudou a aumentar o entusiasmo dos músicos para fazer o melhor em “Endgame”. A banda anunciou o título do álbum em 18 de junho e a arte da capa, em 27 de junho, em uma publicação online, quando anunciaram também a data de lançamento.
Bolacha rolando, temos um Megadeth soando genuinamente Thrash Metal, como há muito tempo não soava. São onze canções em breves 44 minutos, e difícil destacar uma só faixa. É pedrada atrás de pedrada, desde a abertura apoteótica, com a instrumental “Dialectic Chaos”, até o final com a ótima “The Right to go Insane”, passando por outros belos momentos, como as rápidas “This Day we Fight”, ‘Head Crusher”, “1,320” e outras não tão rápidas, como “44 Minutes”, “Bodies” ou a faixa-título. É sem sombra de dúvidas o álbum mais pesado dentre todos que o Megadeth já lançou, o álbum mais bem caprichado na produção e o melhor momento da banda desde “Rust in Peace”, ainda que os fãs de “Countdown to Extinction” discordem muito de tal afirmação.
Uma pena que é um álbum um tanto quanto deixado de lado por Dave Mustaine, que vez por outra inclui apenas a faixa “Head Crusher” nos shows. No entanto, durante a atual turnê, nenhuma música deste excelente disco está sendo tocada.
A recepção foi a melhor possível, com os críticos tecendo diversos elogios ao álbum, afinal de contas, após muitos anos distante do Thrash Metal, Dave Mustaine parece ter lembrado que sabe muito bem tocar essa vertente, quando fez o excelente “United Abominations” e se superou ainda mais em “Endgame”. O Megadeth merecia um álbum tão consistente, depois de lançamentos medianos. O público também abraçou o álbum, que Andy Sneap fez questão de dizer que quis fazer com que o Megadeth soasse como o Megadeth. E conseguiu.
Nos charts, presença em diversos países: 4° no Canadá, 7° na Finlândia, 8° na “Billboard 200”, 11° na Austrália, 15° na Noruega, 16° no Japão, 17° na Nova Zelândia e Suécia, 19° na Polônia e Dinamarca, 20° na Escócia, 21° na Alemanha, 22° na Áustria e na Dinamarca, 24° no Reino Unido, 26° na Itália, 27° na Irlanda, 28° na França, 29° na Hungria, 32° na Suíça, 38° na Bélgica, 42° na Espanha e 82° no México. Ótimos números para uma época em que já não se vendiam mais discos físicos.
Uma curiosidade de “Endgame” é que quando saiu o press-release do disco, a faixa “The Right to Go Insane” fora divulgada com o título de “Nothing Left to Lose“, que é uma parte do refrão desta. Todas as letras foram escritas por Dave Mustaine e quanto as músicas, somente “The Hardest Part to Letting Go… With a Selaed Kiss” , que teve a colaboração de Chris Broderick e “Head Crusher” que teve a colaboração de Shawn Drover.
Já que setembro é o mês do Megadeth, vamos seguir o festejo com mais esse álbum. É dia de botar esse play pra tocar no volume máximo e banguear sem pensar no amanhã. Celebrar o legado que Mustaine e o Megadeth têm deixado para nós. Somos afortunados em viver na mesma era que essa banda maravilhosa, que segue lançando álbuns e fazendo shows pelo mundo.
Endgame – Megadeth
Data de lançamento – 15/09/2009
Gravadora – Roadrunner
Faixas:
01 – Dialectic Chaos
02 – This Day We Fight
03 – 44 Minutes
04 – 1,320
05 – Bite the Hand
06 – Bodies
07 – Endgame
08 – The Hardest Part to Letting Go… With a Sealed Kiss
09 – Head Crusher
10 – How the Story Ends
11 – The Right to Go Insane
Formação:
Dave Mustaine – vocal/ guitarra
Chris Broderick – guitarra
James LoMenzo – baixo
Shawn Drover – bateria