Há 16 anos, em 12 de setembro de 2008, o Metallica lançava “Death Magnetic”, o nono álbum da carreira da banda mais bem sucedida comercialmente da história do Heavy Metal e que é tema do nosso Memory Remains desta quinta-feira.
Este é o primeiro álbum a contar com o atual baixista, Robert Trujillo, que entrou logo depois que o álbum anterior, o asqueroso “St. Anger“. É também o primeiro álbum da banda a sair pela Warner, selo com o qual o Metallica havia assinado contrato. Em outubro de 2004, James Hetfield revelou que a banda havia escrito vários riffs, e juntos, somavam 50 horas de som e que os planos eram de todos estarem no estúdio no primeiro semestre de 2005, o que acabou não acontecendo.
Em abril de 2006, Lars Ulrich havia declarado que, naquela ocasião, eles já haviam escrito cerca de seis canções, a partir daquelas gravações que totalizavam 50 horas. Faltava apenas James Hetfield escrever as letras e gravar os vocais. O baterista também afirmou que, diferente do álbum anterior, o clima era bem mais amigável entre eles.
Rick Rubin foi escolhido como o produtor e recebeu muitos elogios, sobretudo por não ter exercido nenhum tipo de pressão sobre a banda. Ele teria afirmado que só iniciaria as sessões de gravação quando todas as canções estivessem 100% prontas. Eles escreveram um total de 25 canções, das quais 14 foram previamente escolhidas, mas somente dez acabaram de fato, entrando no play. Lars deu uma entrevista falando sobre sua percepção de trabalhar com Rick Rubin. Aspas para ele:
“O grande lance do Rick é meio que ter todas essas músicas completamente incorporadas em nossos corpos e basicamente no Dia D, simplesmente entrar e executá-las. Então você deixa o elemento criativo do processo fora da gravação, só que você entra e basicamente grava um monte de músicas que você conhece de cabo a rabo e de cabeça para baixo, e você não precisa gastar muita energia no estúdio de gravação criando, pensando, analisando e fazendo todas essas coisas. Toda a analogia dele é que o processo de gravação se torna mais como um show — apenas entrar e tocar e deixar todos os pensamentos na porta.”
Todo esse processo levou mais de um ano, começando em abril de 2007 e se estendendo até o mês de maio de 2008. A banda se utilizou de três estúdios: o Sound City Studios, em Los Angeles, o Shangri La Studios, em Malibu, e também o HQ, em San Rafael. Segundo Kirk Hammet, duas faixas foram cotadas para se tornar o título do álbum: “My Apocalypse” e “Suicide & Redemption“, mas eles acabaram escolhendo o título “Death Magnetic“, segundo o próprio guitarrista, por conta de uma foto de Layne Staley, que ele deixou no estúdio e levou a todos, principalmente James, a pensar em como alguém do Rock poderia morrer da forma que o ex-vocalista do Alice in Chains se foi, assim como outros rockstars também nos deixaram tão precocemente.
Musicalmente falando, o álbum mostra a banda tentando flertar com o Heavy Metal, coisa que já não fazia há muito tempo. Muitos falam em um retorno ao Thrash Metal, mas isso seria um completo exagero. É uma audição bem mais agradável do que todos os álbuns que eles gravaram desde o “Black Album”, mas muito longe de soar perto daquele Metallica letal que era até “…And Justice for All” (1988). O álbum é extremamente longo, com faixas extensas. A mais curta tem 5 minutos, a já citada “My Apocalypse“, que curiosamente, é a que mais se destaca no álbum. A única faixa que ainda aparece nos shows da banda hoje em dia é “The Day That Never Comes“.
Apesar disso, a recepção foi a melhor possível, afinal, o Metallica estava voltando a apresentar um álbum de Heavy Metal. O baterista do Dream Theater, Mike Portnoy, afirmou que “este é o melhor álbum do Metallica dos últimos 20 anos”, opinião compartilhada pelo jornal britânico The Guardian. Mas a produção foi duramente criticada, por ter deixado o som muito alto, por vezes, estridente demais. “Death Magnetic” foi apontado por um estudo como o álbum com o som mais alto de todos os tempos.
“Death Magnetic” foi o quinto álbum consecutivo do Metallica a alcançar o Topo da “Billboard 200”, o que faz da banda a única a conseguir tal feito. O primeiro lugar se repetiu também na Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Croácia, República Tcheca, Dinamarca, Países Baixos, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. Ficou em 2° na Espanha, Escócia e Hungria, 3° no Japão, 4° no Brasil (veja só, caro leitor, até o Brasil prestigiou o retorno do Metallica ao Heavy Metal), 7° no Taiwan e 14° na Rússia.
Nosso aniversariante foi Disco de Ouro no Brasil (Só o Metallica pra fazer uma banda de Metal receber tal honraria por aqui), França, Japão, México, Espanha e Turquia; recebeu 5 certificações de Ouro na Alemanha, Platina na Argentina, Bélgica, Golfo Pérsico, Grécia, Hungria, Irlanda, Nova Zelândia, Portugal, Suíça e Reino Unido; foi Duplo Platina nos Estados Unidos, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Austrália; Triplo Platina na Rússia, Quádruplo Platina no Canadá e Disco de Diamante na Polônia. É o efeito que o Metallica causa nas pessoas.
A turnê mundial teve seu início em 21 de outubro de 2008, e foi intitulada “World Magnetic Tour” e se estendeu até novembro de 2010. No mês de abril de 2009, o Metallica tocou um Medley de seus principais hits no Rock and Roll Hall of Fame e nesta ocasião, Jason Newsted e Robert Trujillo tocaram juntos. Em junho daquele ano, a banda se apresentou por três noites na cidade do México e estas apresentações viraram um DVD; no mês seguinte, outra apresentação, desta vez na França, também foi registrada e virou mais um DVD. Em janeiro de 2010, a banda desembarcou no Brasil onde fez shows em São Paulo e em Porto Alegre. Os shows da capital paulistana tiveram abertura do Sepultura. O ponto alto desta turnê foi em junho de 2010, durante o Sonisphere Festival, na Polônia, que conseguiu reunir as quatro principais bandas de Thrash Metal: Anthrax, Megadeth, Slayer, além do próprio Metallica, e que acabou virando o DVD The Big 4.
Apesar de meio esquecido hoje em dia, tem a importância de ter colocado o Metallica novamente nos trilhos do Heavy Metal. Claro que a banda jamais voltará a fazer álbuns como nos anos 1980 e isso o fã precisa se conformar. E é bom saber que o Metallica está ainda ai firme e forte, lançando álbuns (não muito bons, é bem verdade), mas fazendo shows e emocionando a todos por onde passa, tocando músicas que foram escolhidas como clássicos eternos do Thrash Metal. Esse é o Metallica, a banda de Heavy Metal que é uma fábrica de fazer dinheiro.
Death Magnetic – Metallica
Data de lançamento – 12/09/2008
Gravadora – Warner
Faixas:
01 – That Was Just Your Life
02 – The End of the Line
03 – Broken, Beat & Scarred
04 – The Day That Never Comes
05 – All Nightmare Long
06 – Cyanide
07 – The Unforgiven III
08 – The Judas Kiss
09 – Suicide & Redemption
10 – My Apocalypse
Formação:
James Hetfield – guitarra/ vocal
Lars Ulrich – bateria
Kirk Hammet – guitarra
Robert Trujillo – baixo