Memory Remains

Memory Remains: Motörhead – 36 anos de “Rock ‘n’ Roll” e o retorno de Phil “Animal” Taylor

5 de setembro de 2023

O Memory Remains desta terça-feira vai tratar de “Rock ‘n’ Roll“, o oitavo álbum do Motörhead, lançado há 36 anos, em 5 de setembro de 1987. Vamos te contar um pouco da história deste play, recheado de histórias curiosas e também de atritos, pessoais e judiciais.

Lançado somente um ano depois do clássico “Orgasmatron“, é o segundo e último álbum a sair pela GWR, selo com o qual o Motörhead estava enfrentando problemas na esfera judicial. Marca também o retorno do baterista Phil “Animal” Taylor, que reassumiu seu posto, que no álbum anterior foi ocupado por Pete Gil, que foi demitido às vésperas de a banda gravar sua participação no filme “Eat the Rich“. Lemmy falou sobre a demissão de Pete Gil.

“Peter era seu pior inimigo, ele era outro que não se contentaria apenas com a banda. Ele se opôs a mim em algumas decisões e estava deixando Phil e Wurzel chateados também. , então, quando ele nos deixou esperando enquanto ficava no saguão de seu hotel por vinte minutos enquanto lia o jornal ou algo assim, essa foi a proverbial gota d’água. Eu sei que parece trivial, mas a maioria dos surtos nas famílias são, não são? E uma banda é uma família.”

“Rock ‘n’ Roll” foi também o último registro do Motörhead tendo seu líder morando ainda no Reino Unido. Depois do lançamento, ele iria se mudar para Los Angeles. Então, o quarteto rumou para o Master Rock and Redwood Studios, em Londres. Na produção, eles pegaram o engenheiro de som Guy Bidmea, além da própria banda também atuando na função.

Phil Campbell contou que o estúdio era de propriedade do ator Michael Palin. Como todos eram fã de Palin, fizeram-lhe um convite para recitar uma letra que faria parte do disco e no dia ele apareceu, vestido com um uniforme de um time de críquete dos anos 1940, o cabelo penteado para o lado e então houve a seguinte conversa entre o ator e Lemmy:

“Olá, que tipo de coisa vamos fazer agora?” e Lemmy respondendo “Bem, você sabe, em O Sentido da Vida , havia um discurso que começava com ‘Oh Senhor -.'” Palin respondeu: “Ah! Dê-me um pouco de catedral!” e entrou e gravou o discurso ‘Oh Senhor, despreze essas pessoas do Motörhead’.

Na parte musical, “Rock ‘n’ Roll” tem dez músicas em apenas 33 minutos. Longe de figurar entre os melhores álbuns do Motörhead, mas também não merece ser execrado. Phil Campbell falou o que ele acha sobre o álbum;

“Eu gosto dele. Não é um ótimo álbum, mas… há coisas lá que eu gosto, muitas coisas boas que eu gosto”.

Lemmy também falou que o álbum não é de todo ruim e que os grandes erros foram trazer de volta Phil “Animal” Taylor de volta e colocar Guy Bidmead, que era mais habituado a atuar como engenheiro de som e que na verdade, quem estava de fato fazendo o trabalho de produção era a própria banda. Enfim, era um momento bastante conturbado que o Motörhead passava e que eles souberam enfrentar e passaram bem por ele. O álbum até frequentou algumas paradas de sucesso: alcançou o 16° lugar na Finlândia, 33° na Alemanha, 34° no Reino Unido, 69° nos Países Baixos, 99° na Austrália e 150° na “Billboard 200“.

O álbum pode até ser o ponto negativo do Motörhead, mas o legado da banda é tão rico, que eles tinham créditos para cometer seus equívocos uma vez ou outra. Sorte a nossa que os equívocos foram pouquíssimos e temos esse legado maravilhoso da banda para cuidar e manter vivo. Dos músicos que registraram esse play, somente Phil Campbell está vivo. Por isso vamos celebrar a obra de Lemmy e gritar a plenos pulmões: eu ouço gente morta!