Há 30 anos, em 14 de fevereiro de 1995, o Nevermore lançava seu disco de estreia, e é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira. Vamos contar a história do álbum que deu o pontapé inicial em uma das bandas mais inovadoras do final do século passado.
Precisamos voltar um pouco no tempo: Em 1985, Warrel Dane e Jim Sheppard fundaram o Sanctuary, banda que teve relativo sucesso. Porém, em 1991, a banda acabou, literalmente no braço, pois a gravadora queria que a banda passasse a tocar um som mais alternativo, tendência das bandas de Seattle. Parte da banda topou e os demais não aceitaram e a banda encerrou suas atividades.
Na época da tal briga, um certo guitarrista chamado Jeff Loomis e havia feito um teste para entrar no Megadeth, porém, Mustaine dispensou o jovem alegando que, apesar do talento, ele era muito inexperiente para entrar em uma banda tão tarimbada. Bem, sorte dos fãs do Nevermore que puderam aproveitar cada nota que ele compôs na carreira da banda. Mas antes de fazer parte do Nevermore, ele foi guitarrista do Sanctuary na turnê do álbum “Into the Mirror Black“.
Então, os três continuaram juntos, faltava apenas um baterista. Mark Arrington ocupou o posto desde o início da banda e ficou até o meio das gravações, quando deu vaga para o ex-designer da Nintendo, Van Williams, que gravou as partes que faltavam. Lineup definido, a banda estava já tinha um repertório definido há pelo menos três anos, o qual tocava em apresentações e gravou também duas demos: “Utopia“, em 1992 e “1994 Demo“.
Sob a batuta de Neil Kermon, o quarteto se reuniu no “Robert Lang Studios”, em Seattle, para gravar o homenageado de hoje. A mixagem ocorreu nos estúdios “Pakaderm” e “”Granny House”, enquanto que a masterização se deu “Ocean View Digital Mastering”, estes três últimos em Los Angeles. Das oito canções que entraram, apenas “What Tomorrow Knows“, a música que abre o play não havia sido gravada nas duas demos lançadas antes.
Bolacha rolando, temos oito canções, em 42 minutos de extensão. Algumas canções se destacam, como a já citada “What Tomorrow Knows“, “C.B.F.”, “Garden of Grey“, “Timothy Leary” (o autor e psicólogo que defendia as drogas psicodélicas ganhou uma música aqui e no álbum subsequente a banda se inspiraria no seu livro “The Politics of Ecstasy” para batizar o play)e “Godmoney“. É uma audição agradável, apesar de ser ainda muito crua, e Jeff Loomis ainda não fazia uso de guitarra de sete cordas.
O álbum recebeu críticas positiva da imprensa especializada e foi bem aceito pelos fãs. O Nevermore caiu na estrada, sendo banda de abertura do Blind Guardian nos shows pela Europa. Na perna estadunidense da turnê, o Nevermore tocou junto com o Death, o que acabou fortalecendo a amizade entre Warrel Dane e Chuck Schundiler. Ambos faleceram no mesmo dia 13 de dezembro, separados por dezesseis anos.
Era apenas o começo da história de uma banda que iria fazer a diferença, apostando em uma sonoridade única e praticamente impossível de se rotular. Em dezembro de 2024, Jeff Loomis e Van Williams revelaram o desejo de reativar a banda, o que gerou discordância por parte de Jim Sheppard e também por parte dos fãs, que não vêem um substituto a altura para Warrel Dane. Eles já terminaram as audições e em breve, todos nós conheceremos os membros da banda.
Hoje é dia de celebrar as três décadas deste play e fica a nossa expectativa de que a banda possa fazer algum tipo de homenagem para este play, já que o retorno está tão próximo de acontecer. Hoje é dia de escutar o mais novo trintão da cena no volume máximo.
Nevermore – Nevermore
Data de lançamento – 14/02/1995
Gravadora – Century Media
Faixas:
01- What Tomorrow Knows
02 – C.B.F.
03 – The Sanity Assassin
04 – Garden of Grey
05 – Sea of Possibilites
06 – The Hurting Words
07 – Timothy Leary
08 – Godmoney
Formação:
Warrel Dane – vocal
Jeff Loomis – guitarra
Jim Sheppard – baixo
Van Williams – bateria nas faixas 2, 3, 5 e 7
Mark Arrington – bateria nas faixas 1, 4, 6 e 8
Participação especial:
Christine Rinehat – backing vocal em “Garden of Grey“