Nesta segunda-feira, 22, o quinto álbum de estúdio do Obituary, “Back From the Dead”, completa 22 anos de existência, que também tem espaço no Memory Remains. E se nos discos anteriores encontramos algumas das músicas clássicas deste quarteto da Flórida, é aqui que podemos dizer que a banda encontrou a sua maturidade musical. O fã old-school vai querer me bater ou até mesmo me xingar nos comentários, não estou desmerecendo as obras anteriores dos caras, mas aqui temos, em minha opinião, o melhor disco da banda como um todo: composições, produção, tudo aqui é caprichado e por isso, ele se faz merecedor de uma crônica pelo seu aniversário.
Com Jamie Locke na produção e a própria banda coproduzindo, eles foram ao “Criteria Recording Studios“, em Miami para gravar o sucessor do não menos excelente “World Demise” foi lançado pela Roadrunner Records. Vamos fazer a já tradicional descrição, faixa a faixa desta bolacha.
Temos o início fenomenal com a faixa mais puxada para o Thrash Metal, “Threating Skies“. Bem curtinha, mas que cumpre muitíssimo bem o seu papel. Linda. Essa é obrigatória ao vivo e levanta até defunto na roda. “By the Light” é em minha opinião, a melhor música da carreira da banda (N. do R: empatada com “Bloodsoaked” e “Find the Arise“). Ela é pesada, densa, bem tocada, maravilhosa. Outra música obrigatória ao vivo.
“Inverted” tem ótimos riffs na sua intro, é bem raivosa, ganhando velocidade e com destaque para o solo fantástico de Alan West. “Platonic Disease” não é tão rápida, mas é maravilhosa, onde os irmãos Tardy dão um show à parte: Donald na bateria, precisa e com bumbos duplos bem executados; e John com seu vocal inconfundível.
“Download” foi a primeira música que conheci do Obituary que não pertence ao álbum “World Demise“. Explico: o disco anterior do aniversariante do dia foi o primeiro que eu tive acesso e logo depois eu peguei o “Dead” e essa é a música que abre o disco ao vivo, da qual eu me encantei logo de cara. A sua intro e primeira estrofes bem arrastadas contrastando com a velocidade que a música ganha, indo assim, rápida até quase o final, quando ela volta a ser bem “slowly”, faz dela uma das minhas favoritas da carreira da banda. Uma pena que nos últimos shows dos caras que eu fui, ela não fora executada.
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“Rewind” chega com um andamento mais lento em relação a faixa anterior, mas ainda assim, mantendo a qualidade da bolacha lá em cima. Outra vez destaco Donald Tardy e seu bumbo duplo arrebentando tudo. “Feed on the Weak” tem o andamento ainda mais arrastado do que a música anterior, mas esta ainda é melhor, por ser mais densa, dá aquele clima de estar assistindo um filme de terror. E o solo de Alan West com certeza é o melhor que ele já fez tocando no “Bitu”.
“Lockdown”, palavra que está na moda por conta deste maldito vírus que mata milhares de pessoas diariamente, aqui é título da música, que é mais rápida que anteriores, porém, com mudanças de andamento no meio. E é uma das que mais me agradam neste disco. Os riffs bem simples de mr. Trevor Perez, combinados com o solo bem interessante de Alan West e as viradas fenomenais de Donald Tardy dão a essa música qualidades que beiram a perfeição. Quando eu digo que Perez tem riffs simples, isso não soa pejorativo, pois se ele não é um virtuoso, ele compensa isso muito bem tendo uma mão direita muito pesada e sabe fazer riffs como poucos na cena.
“Pressure Point” é tão arrastada quanto algumas das faixas do disco antecessor, “World Demise”. Muito boa também. Peso e densidade tomam conta desta música e mais uma vez o show é por conta de Donald Tardy. Trabalho magnifico fez o batera neste disco. “Back From the Dead“, a faixa título é linda. Arrastadona também, flertando com o Doom Metal. Ela é pesada, densa, sombria, cheia de melancolia, traz um pouco do clima do álbum anterior, “World Demise”,
O final se dá com “Bullituary (Remix)“, que nada mais é do que uma versão rap da música “By the Light”, com letra dos rappers Skinner T e Diablo D, do The Bully Boys. Não gosto de rap, mas quando este tipo de vocal tem acompanhamento de riffs pesados de guitarra, fica excelente. E confesso que ficou muito boa essa versão. E no final, John Tardy entra com os vocais e letra originais da música, intercalando com os rappers. Encerrando de maneira sensacional essa bolacha.
Em menos de 39 minutos, essa é a obra que eu elejo como a melhor do Obituary. Após este lançamento, a banda fez uma turnê, que resultou no álbum ao vivo, o já citado “Dead” e logo depois, a banda se separou por longos 7 anos, deixando fãs órfãos por este período. Quando eu conheci a banda, ela estava separada, isso se deu no ano de 2000. Mas me tornei fã, fui buscando os discos, na torcida para que eles pudessem voltar a ativa. Felizmente eles voltaram e eu tive a oportunidade de assistir a duas apresentações dos caras: uma em 2014, mas nesta eles tocaram apenas músicas dos três primeiros lançamentos. Já em 2017, eu fui agraciado com a execução das duas primeiras faixas deste disco maravilhoso. E aqui estamos fazendo uma justa homenagem para este álbum que fica ainda melhor a medida que envelhece.
Essa é outra banda pela qual nós estamos na expectativa de ver com novos lançamentos e fazendo shows ao redor do mundo, com uma energia pouco vista na cena. Que venha logo a vacina e que esse vírus seja controlado. Precisamos da volta a normalidade em nossas vidas e as bandas que cultuamos faz parte disso.
Back From the Dead – Obituary
Data de lançamento – 22/03/1997
Gravadora – Roadrunner
Faixas:
01 – Threating Skies
02 – By the Light
03 – Inverted
04 – Platonic Disease
05 – Download
06 – Rewind
07 – Feed on the Weak
08 – Lockdown
09 – Pressure Point
10 – Back From the Dead
11 – Bullituary (Remix)
Formação:
John Tardy – Vocal
Alan West – Guitarra Solo
Trevor Perez – Guitarra base
Frank Watkins – Baixo
Donald Tardy – Bateria