Memory Remains

Memory Remains: “October Rust”, do Type O Negative completou 28 anos essa semana e trazemos algumas curiosidades sobre o álbum

20 de agosto de 2024

“October Rust” é o quarto álbum do Type O Negative, que completou 28 anos de lançamento na última terça-feira. A banda foi uma das maiores em seu estilo, se tornando referência para outras que vieram a seguir, como Lacuna Coil, Tristania e Moonspell. Vamos trazer aqui algumas curiosidades acerca do aniversariante da semana:

A faixa de abertura, “Bad Ground“, é uma sequência de 38 segundos de barulho, aparentemente desconexos do restante do álbum. É como se fosse um cabo mal conectado a uma caixa de som. Era apenas uma brincadeira da banda com os ouvintes, que no primeiro momento, voltaram todos (ou quase) às lojas para pedir a troca do CD, achando se tratar se um defeito de fábrica. A brincadeira deu tão certo que em “October Rust”, eles resolveram ir além e colocaram barulhos de um CD pulando na primeira faixa.

Embora o baterista Johnny Kelly seja creditado por ter gravado a bateria no álbum, ele não o fez. Kelly, que era roadie do baterista original, Sal Abruscato, que saiu para entrar no Life of Agony, assumiu o posto logo depois do lançamento de “Bloody Kisses“. Fez alguns shows, mas definitivamente não gravou nada no disco. O que se ouve no play é uma bateria eletrônica programada por Josh Silver.

Em “Love You to Death“, Peter Steele fez uma ode ao Pink Floyd, pegando uma frase da letra de “Comfortably Numb” e mudando-a, dando-lhe contornos eróticos. A frase “Your lips move but I can’t hear what you’re saying” (algo tipo “seus lábios se movem, mas eu não consigo ouvir o que você está dizendo, em tradução livre) virou “Her hips move and I can feel what they’re saying” (os quadris dela se movem e eu posso sentir o que eles estão dizendo). Era o modo sarcástico que Peter Steele se comunicava com o mundo, ainda que o ritmo das músicas possam indicar que se trata de algo depressivo.

Eles costumavam dar créditos a um “suposto” grupo chamado Bensonhoist Lesbian Choir, que fazia backing vocais nos álbuns da banda. Na verdade esse grupo nunca existiu, eram os próprios integrantes da banda quem gravavam os vocais adicionais. Bensonhoist é a pronúncia do nome Bensonhurst, uma localidade do Brooklyn. Certa vez Josh Silver explicou o porquê de a banda utilizar esse grupo fictício:

“É apenas algo que colocamos no álbum porque Peter não gosta de admitir que pode cantar tão alto.”

“October Rust” é o álbum mais acessível de se escutar. E é também o que mais tem conotações sexuais em suas letras. Em entrevista a Decibel, em 2007, Josh Silver também explicou sobre o assunto:

“[De todos os nossos álbuns,] October Rust é o mais fácil de ouvir. Foi estranho, foi estranho – e muito sexual. Funcionou. Existem algumas músicas que fazem minhas bolas se tornarem ovários, mas tudo bem. Eu posso lidar com minhas bolas se tornando ovários, desde que haja alguma coisa boa no meio.”

Uma das principais faixas do álbum, “My Girlfriend’s Girlfriend” foi inspirada em uma experiência real de Peter Steele. Ele, que nos álbuns anteriores costumava abordar o lado ruim das suas relações anteriores, resolveu falar sobre outra perspectiva, quando resolveu incluir mais uma garota em um de seus relacionamentos. Ele próprio explicou isso em entrevista ao The Aquarian:

“A música foi realmente baseada em algumas experiências da vida real que acabaram sendo bastante agradáveis. Não há implicações filosóficas. É puramente carne e fantasia. Você definitivamente tem que estar pronto para [o ménage à trois].”

Na capa do single da música “My Girlfriend’s Girlfriend“, Peter Steele foi fotografado deitado ao lado de duas atrizes pornô. O fotógrafo e cineasta Richard Kern, autor da imagem, certa vez dissertou sobre a imagens que é de sua autoria:

“Ontem tirei algumas fotos do vocalista do Type O Negative, Peter Steele, com duas estrelas pornô. É a mesma coisa que sempre fiz. Nada mudou!”

“Cinnamon Girl“, foi o cover escolhido pela banda para entrar no álbum. A música que foi originalmente gravada por Neil Young em seu álbum “Everybody Knows This os Nowhere“, de 1969. Outras bandas como Foo Fighters, The Smashing Pumpkins, Mudhoney, Replicants e até mesmo o Radiohead já fizeram versões para essa canção, mas nenhuma ficou tão maravilhosamente pesada quanto a do Type O Negative.

A banda gravou uma versão sexualizada para a faixa “Black Sabbath“, mas esta não entrou no álbum. Eles haviam feito uma versão que entrou no tributo aos criadores do Heavy Metal, “Nativity in Black“. Steele trocou a frase “What is this that stands before me? Figure in black which points at me… “ (O que é isso que está diante de mim? Figura em preto que aponta para mim…) por “Who is she that kneels, so respectfully, before me? A virgin of snow white…” (Quem é ela que se ajoelha, tão respeitosamente, diante de mim? Uma virgem branca como a neve…). Hoje a patrulha do “politicamente correto” faria campanha de cancelamento da banda.

Durante as sessões de gravação deste play, a banda fez um outro cover, para “Pictures of Matchstick Man“, do Status Quo. Existem duas versões, uma com Ozzy Osbourne no vocal e essa música acabou entrando na trilha sonora do filme “Private Parts: The Album“, no ano de 1997. Existe ainda uma segunda versão, com Peter Steele no vocal e com uma qualidade inferior de gravação, que veio a público no ano de 2012, dois anos depois que nosso vocalista nos deixou.

A mulher que aparece no videoclipe oficial para a música “Love You to Death” éuma ex-namorada de Peter Steele e a música é dedicada à moça.