Memory Remains

Memory Remains: Probot – 20 anos da primeira aventura de Dave Grohl no Heavy Metal

10 de fevereiro de 2024


Há exatos 20 anos, em 10 de fevereiro de 2004, Dave Grohl, um fã confesso de Heavy Metal, lançava seu álbum na vertente mais pesada do Rock e o Probot é tema do nosso Memory Remains deste sábado de carnaval. Aqui nosso bloco é de música pesada.

No início dos anos 2000, Dave Grohl havia passado de um mero coadjuvante como baterista do Nirvana (N. do R: aqui não estamos menosprezando as virtudes dele enquanto músico, pois ele era, disparado, o mais técnico daquele trio) à um rockstar. Desde que superou a depressão e a falta de vontade de fazer música depois da morte de Cobain, quando gravou o primeiro álbum do Foo Fighters sozinho. Sua banda já era uma das maiores de sua geração e em um primeiro momento, ele não precisava sair de sua zona de conforto e gravar um álbum de Heavy Metal. E o projeto nasceu de forma despretensiosa.

Durante uma pausa da turnê que o Foo Fighters fazia para promover seu álbum “There’s Nothing Left to Lose“, Dave Grohl se juntou ao produtor Adam Kasper e começou a gravar alguns riffs mais pesados, pois apesar de sua carreira musical ter sido dedicada ao Rock Alternativo, ele alimenta uma devoção muito grande pelo Heavy Metal. Então, ele gravou riffs e os batizou de “Probot“, para diferenciar do material de sua banda principal. Em um primeiro momento, ele gravava guitarra, baixo e bateria, que no primeiro momento se parecia com um esboço de músicas, como o próprio Dave declarou certa vez:

“Eu nem as chamei de músicas porque eram apenas instrumentais, sem intenção de colocar vocais nelas e sem direção como uma música real.”

Um total de 7 faixas foram gravadas durante esse período de quatro dias. Guardou as fitas e depois de algum tempo, ele se inspirou em Carlos Santana, mais precisamente no álbum “Supernatural“, e teve a ideia de juntar seus cantores favoritos e das bandas que ele ouvia lá nos anos 1980… A lista inclui bandas como Trouble, Voivod, Motörhead, Venom e até mesmo Sepultura, de quem Dave é fã incondicional, tendo inclusive, escrito o prefácio da autobiografia de Max Cavalera, “My Bloody Roots“, onde ele narra que estourou seu amplificador ao colocar o álbum “Roots” para tocar no volume máximo.

 

Ele tinha receio de que seu convite fosse rechaçado pelos astros do Heavy Metal, mas como recusar o convite de um sujeito tão gente boa como Dave Grohl? Cronos aceitou de cara e ainda contou que Dave lhe enviou um e-mail onde, antes de formalizar o convite, falou sobre sua devoção pelo Heavy Metal. Com a resposta positiva, o líder do Foo Fighters se juntou com Adam Kasper novamente e gravou mais cinco músicas. Como Grohl precisava voltar para cumprir as datas de turnê com o FF, Grohl deixou as coisas nas mãos de Matt Sweeney. Ele cuidou de trazer os músicos convidados e que eternizaram a obra.

A lista de convidados é extensa: Max Cavalera, Lemmy Kilmister, Cronos, Lee Dorrian, Kurt Bretch, Tom Warrior, Kim Thayil, Snake, King Diamond, Jack Black, entre outros. O resultado é um disco bastante divertido, com bons momentos e sem muita preocupação com uma sonoridade mais polida. Músicas como “Red War” e “Shake Your Blood“, com participações de Max Cavalera e Lemmy Kilmister, respectivamente, são os grandes destaques do play, que foi amplamente bem recebido pela crítica e público. Nos charts, o álbum entrou em 12° na Noruega, 32° na Finlândia, 34° no Reino Unido e na Austrália, 36° na Alemanha, 43° na Nova Zelândia, 59° na Bélgica, 68° na “Billboard 200” e 77° nos Países Baixos. Nada mal para um álbum com uma pegada bem underground e feito fora dos padrões do Foo Fighters.

O álbum seria lançado pela Rosewell, o mesmo selo do Foo Fighters, que por sua vez, tinha um acordo com a RCA para distribuir o play. Entretanto, Grohl, optou em manter o espírito underground do seu projeto. Grohl então aceitou a sugestão de seu amigo Pete Stahl, que indicou o selo de seu colega de banda, Greg Anderson. E o álbum foi lançado pela Southern Lord Recordings. A capa foi assinada por Away (Michael Langevin), músico do Voivod.

Era a estreia de Dave Grohl entre os Headbangers. Anos mais tarde, ele faria outro projeto de Metal, o Dream Widow, uma banda fictícia que atua no filme “Terror no Estúdio 666“. A banda em questão é o próprio Foo Fighters e o disco é excelente. E assim, Grohl se afirmou também entre o público mais radical do Heavy Metal. Ele é um Metalhead e enquanto nós aguardamos por mais projetos assim por parte dele, vamos celebrando os vinte anos deste verdadeiro petardo.

Probot – Probot

Data de lançamento – 10/02/2004

Gravadora – Southern Lord Recordings

 

Faixas:

01 – Centuries of Sin

02 – Red War

03 – Shake Your Blood

04 – Access Babylon

05 – Silent Spring

06 – Ice Cold Man

07 – The Emerald Law

08 – Big Sky

09 – Dictatosaurus

10 – My Tortured Soul 

11 – Sweet Dreams

 

Formação:

Dave Grohl – guitarra/ baixo/ bateria

 

Participações especiais:

Cronos – vocal/ baixo

Max Cavalera – vocal

Lemmy Kilmister – vocal/ baixo

Mike Dean – vocal

Kurt Bretch – vocal

Lee Dorrian – vocal

Bubba Dupree – guitarra/ vocal

Scott Weinrich – vocal

Tom Warrior – vocal

Kim Thayil – guitarra

Erol Unala – guitarra

Snake – vocal

Eric Wagner – vocal

King Diamond – vocal

Jack Black – vocal/ guitarra

Matt Sweeney – vocal