Memory Remains

Memory Remains: Rush – 28 anos de “Test for Echo” e as tragédias pessoas de Neil Peart

10 de setembro de 2024


Estamos na semana do Rush. Domingo (8) foi dia do aniversário de “Hold Your Fire“; ontem falamos sobre “Signals” e caso você tenha perdido, poderá ler, clicando AQUI. E o Memory Remains desta terça-feira vai tratar de “Test for Echo“, o álbum de número 16 da carreira deste adorável trio.

A banda vinha do sucesso retumbante que foi o álbum anterior, “Counterparts“. Lançado em 1993, o álbum chegou ao segundo lugar na “Billboard” e em sexto no país natal do maior Power- Trio da história da música, o Canadá. E eles deram um tempo nos sintetizadores para voltar a concentrar seus esforços no peso e no Rock Progressivo que caracterizou a banda nos anos 1970. A própria banda afirmou que “Conterparts” foi inspirado em bandas emergentes da época, como o Pearl Jam.

Em maio de 1994, com o final da turnê do álbum anterior, a banda resolveu tirar um período de férias, após 18 longos meses de turnê. Geddy Lee foi curtir a família e sua filha recém-nascida; Alex Lifeson gravou um álbum solo e Neil Peart se dedicou a um disco tributo ao baterista de jazz, Buddy Rich. Período que fez a banda se revigorar.

Em outubro de 1995 as férias terminaram e o trio inciou os trabalhos de composição. Entre janeiro e março de 1996, a banda utilizou dois estúdios para a elaboração do play: o “Bearsville”, em Nova lorque e o “Reaction”, localizado em Ontário, no Canadá. A mixagem aconteceu em Toronto, ficando a cargo de Andy Wallace, enquanto a masterização aconteceu em Portland. Foi a primeira vez que a banda trabalhou com engenheiros de som estadunidenses, visto que anteriormente a banda havia trabalhado apenas com ingleses e australianos.

Dando play na bolacha, que contém 11 faixas e 53 minutos de duração, “Test for Echo” é uma espécie de continuação de “Conterparts“. Não estamos afirmando que a banda se copiou, mas eles mantiveram a mesma fórmula utilizada no álbum anterior, que deu tão certo. E o resultado aqui no nosso aniversariante do dia foi tão bom quanto seu antecessor. Temos ótimas canções como a própria faixa-título, “Driven“, que traz uma aula de baixo de Geddy Lee, “Half the World“, “Time and Motion“, “Dog Years“, “Virtually“, além da belíssima “Resist“.

Geddy Lee certa vez afirmou que considera a música “Dog Years” como a música Punk do Rush. De fato, ela tem uma pegada Punk, só que tocada por músicos que têm uma excelência muito acima da média em seus instrumentos. Já a faixa “Resist” foi escolhida por Alex Lifeson como uma das melhores canções já escritas pelo Rush em toda a sua história. Ainda sobre essa canção, na virada do século, a banda refez os arranjos e a tocava em uma versão acústica.

Temos um disco sensacional ao extremo, pesado na medida certa, comercial o suficiente para ser aceito nas “rádios rock” e com o selo de qualidade do Rush. Produção brilhante, musicalidade perfeita, nada além do que os fãs dos caras sempre aguardava de seis lançamentos. Considerado por Alex Lifeson como um dos melhores álbuns do Rush, a imprensa especializada considerou na época este como o melhor lançamento da banda nos últimos dez anos. A sonzeira que somente esses três caras faziam era absurdamente surreal e atemporal.

Test for Echo” repetiu a performance de “Counterparts” nos chats pelo mundo, chegando ao 3º lugar no Canadá, 5° nos Estados Unidos e 9° na Finlândia, 25° no Reino Unido, 26° na Suécia, 45° na Alemanha e 53° nos Países Baixos, além de certificações como disco de Ouro nos Estados Unidos e Canadá. Enquanto colhia esses frutos, a banda excursionou por quase um ano, fazendo a divulgação do álbum.

O aniversariante do dia foi o último álbum a contar com a produção do parceiro de longa data, Peter Collins. Também foi o último disco da banda antes do hiato que durou quase cinco anos, após o baterista Neil Peart sofrer dois duros golpes da vida: as mortes de sua filha Selena e da esposa, Jaqueline Taylor, em 1997 e 1998, respectivamente. Após estes incidentes, Neil pegou sua moto e fez uma tour sozinho explorando as Américas central e do Norte, o que lhe rendeu depois o livro “Ghost Rider“. Enquanto isso, seus companheiros o aguardavam para continuar a escrever a história da banda, que ainda tinha muita lenha para queimar.

Hoje é dia de celebrarmos esse belo play, que se aproxima dos 30 anos e envelhece muito bem, obrigado. O Rush deixou um legado imenso e cabe a nós, manter essa chama acesa. Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart são três gênios e sua obra fala por si só. Vamos colocar a bolacha para tocar no volume máximo.

Test for Echo – Rush
Data de lançamento – 10/09/1996
Gravadora – Mercury

Faixas:
01 – Test for Echo
02 – Driven
03 – Half the World
04 – The Color of Right
05 – Time and Motion
06 – Totem
07 – Dog Years
08 – Virtuallity
09 – Resist
10 – Limbo
11 – Carve Away the Stone

Formação:
Geddy Lee – baixo/ vocal/ sintetizadores
Alex Lifeson – guitarra/violão
Neil Peart – bateria