Memory Remains

Memory Remains: Rush – 49 anos de “2112” e as divergências com a gravadora

1 de abril de 2025


Primeiro de abril e não é mentira, temos disco do Rush apagando as velinhas. Hoje nós vamos tratar de “2112“, o quarto álbum do maior power-trio da história da música, que completa hoje 49 anos. Esse álbum, só para variar é um clássico do Rock Progressivo e é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.

O álbum é uma suite de sete partes que tiveram suas partes instrumentais escritas pela dupla Alex Lifeson e Geddy Lee, enquanto que Neil Peart ficou responsável pelas letras, onde ele conta uma história distópica que se passa no ano de 2112. As outras faixas do play não têm qualquer relação com a faixa de abertura, onde está a suite, mas ainda assim, muitos, de maneira errônea, encaram este disco como sendo conceitual.

A banda vinha de um fracasso comercial, que foi o álbum “Caress of Steel” e por conta disso, havia uma pressão gigantesca por parte da gravadora para que eles não fizesse um novo disco com músicas conceituais, mas… os caras fizeram justamente o oposto, e a faixa título, como descrito acima, é uma história conceitual. O trio peitou a gravadora e a decisão mostrou-se a mais correta, porque eles tinham a certeza de que viria um disco simplesmente sensacional.

Então depois de “afrontar” a gravadora, o trio tratou de ir ao “Toronto Sound Studios“, sob a batuta de Terry Brown, que assina a produção em parceria com a própria banda, durante o ano de 1975. E o resultado, foi o nascimento de um clássico.

2112” traz 6 faixas (a primeira é uma epopéia, dividida em oito atos) e em 38 minutos temos uma audição muito agradável, de um disco que nasceu clássico, com passagens que em um primeiro momento podem soar bastante complexas, mas que ao final da audição se mostram muito divertidas e é um prazer imenso dedicar pouco mais de meia hora em uma verdadeira obra prima, que merece ser exaltada todos os dias. Este álbum foi só a autoafirmação que eles precisavam para seguir adiante e conquistar todo o respeito e admiração, os quais seguem intactos até hoje, quase meio século depois do lançamento. Os destaques ficam por conta de “Temples of Syrnix“, “A Passage to Bangkok“, “Tears” e “Something for Nothing“.

2112” entrou no famoso livro “Os 1001 Discos que Você Precisa Ouvir Antes de Morrer” (N. do R: “Moving Pictures” também figura neste mesmo livro), do autor Robert Dimery; nos anos de 2006 e 2016, os ouvintes da “Planet Rock” escolheram o aniversariante de hoje como o álbum definitivo do Rush; leitores da “Rolling Stone” elegeram o aniversariante do dia na 2ª posição da lista “Your Favourite Prog Rock Album of All Time“; e por fim, está presente na lista “200 Álbuns definitivos no Rock And Roll Hall of Fame“.

Nos charts mundo afora, o nosso aniversariante do dia figurou na quinta posição em sua terra natal, o Canadá; na Suécia, conquistaram a posição de número 33, além de ter sido o primeiro disco do Rush a entrar na “Billboard 200“, estreando na 61ª da famosa parada estadunidense. Foi certificado com Disco de Ouro no Triplo Platina nos Estados Unidos. Não é pouco e a gravadora deve ter ficado embasbacada, além de, claro, mais que satisfeita com tamanha performance.

Com tantos reconhecimentos, fica difícil encontrar palavras para descrever o álbum: então só nos resta jogar todos os confetes para “2112“, que envelhece e o faz muito bem, obrigado. O legado destes três canadenses está ai, vivo, presente e influenciando gerações e gerações. E a nossa missão é manter essa chama acesa, para que novos fãs sejam angariados e mantenham viva essa chama do Rock And Roll que estes três gênios praticaram com tanta competência e permaneçam eternizados. Parece que Geddy Lee e Alex Lifeson pretendem voltar a tocar juntos, se será sob o nome Rush, nós não sabemos. Vamos ficar na torcida e celebrar esse quase cinquentão. Eles merecem toda nossa reverência.

2112 – Rush
Data de lançamento –  01/04/1976
Gravadora – Anthem

Faixas:
01 – 2112
I – The Overture
II – Temples of Syrnix
III – Discovery
IV – Presententation
V – Oracle: The Dream
VI – Soliloquy
VII – The Grand Finale
02 – A Passage to Bangkok
03 – The Twilight Zone
04 – Lessons
05 – Tears
06 – Something for Nothing

Formação:
Geddy Lee – vocal/ baixo/teclado
Alex Lifeson – guitarra/violão
Neil Peart – bateria

Participação Especial:
Hugh Syme – efeitos em “2112” e melotron em “Tears”