Memory Remains

Memory Remains: Rush – 50 anos do álbum de estreia e a ajuda de uma DJ para a banda estourar

1 de março de 2024


Há meio século atrás, também conhecido como cinquenta anos, no primeiro dia de março de 1974, coincidentemente, aniversário também da cidade do Rio de Janeiro, o Rush lançava seu primeiro álbum, que é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.

É o único disco da banda que não conta o maior baterista de todos os tempos, o saudoso Neil Peart. Ele entraria logo depois do lançamento deste primeiro play, uma vez que o baterista original, John Rutsey se viu obrigado a sair da banda em virtude de sofrer de diabetes e suas condições físicas não suportariam o ritmo das turnês, e faltando uma semana para a banda passar a excursionar, ele saiu. O Rush foi formado em 1968 e apenas o guitarrista Alex Lifeson esteve presente em todas as fases da banda. Seis anos depois, ele estaria acompanhado do já citado John Rutsey e de um certo Geddy Lee.

Assim, o trio adentrou em dois estúdios para a gravação do debut: o Assim, o trio passou por dois estúdios para a gravação do debut: o “Toronto Sound Studios” e “Eastern Sound Studios”, com a própria banda na produção. Eles passaram o verão de 1973 no hemisfério norte (inverno aqui em nossas terras), registrando o álbum de estreia. Eles agendaram as sessões para o período da noite, uma vez que era o horário menos concorrido e os preços eram mais acessíveis. Lembremos que o Rush na época era uma banda iniciante e dinheiro era algo que eles não tinham disponível.

A explicação para a utilização de dois estúdios é de que a banda não havia ficado satisfeita com os resultados obtidos no Eastern Sound Studios e por isso eles migraram para o Toronto Sound Studios, em novembro de 1973. A melhora na qualidade sonora foi bastante significativa e eles contaram com a ajuda do engenheiro de som Terry Brown, que depois viraria o produtor dos álbuns posteriores da banda. Das primeiras sessões, no Eastern Sound Studios, apenas “In The Mood” e “Take a Friend” entraram no álbum.

Bolacha rolando, temos um bom álbum de Hard Rock, cuja sonoridade lembra demais o Led Zeppelin. A música “Working Man” foi a que chamou a atenção logo de cara. Uma estação de rádio em Cleveland, a WMMS, recebeu uma cópia do álbum e Donna Halpern, uma DJ da estação, passou a tocar a música com certa regularidade. Cópias do álbum foram importadas para a cidade de Cleveland e se esgotaram na velocidade da luz. O curioso é que os ouvintes da rádio ligavam para perguntar da “nova música do Led Zeppelin”.

Outras músicas também merecem destaque, como “Finding my Way” e a já citada “In the Mood“, estas duas, juntamente com o primeiro hit “Working Man“, estavam sempre presentes nos shows da banda, até bem perto do final. O play tem no total 8 músicas e 40 minutos de duração. De tão agradável, que a gente só quer apertar o botão “repeat” e ouvir novamente.

As músicas “Finding my Way” e “Working Man” estiveram na trilha sonora do filme “I Think We’re Alone Now“, de 2018 e que no Brasil ganhou o título “Agora Estamos Sozinhos”. O filme foi dirigido e escrito por Reed Morano e Mike Makowsky e estrelado pelos atores Peter Dinklage e Elle Fanning.

O álbum foi relançado em julho de 1974 pela Mercury e ganhou uma remasterização mais caprichada, que é essa versão que temos acessível nas plataformas de streaming. A partir desta prensagem pela nova gravadora, a banda passou a deixar um recado para a DJ Donna Halper, que foi quem deu o empurrãozinho para que o Rush se tornasse o maior Power-trio da história da música: “Um agradecimento especial a Donna Halper por dar o pontapé inicial”.

Se na época do lançamento, o álbum foi muito bem recebido, anos mais tarde, ele recebeu críticas não muito favoráveis, muito porque, segundo alguns críticos, a banda lançou discos ainda melhores. E sob essa ótica, eles não estão errados, pois vejamos o que o Rush lançou nos anos posteriores: “Fly by Night“, “Hemispheres“, “Permanent Waves“, “Moving Pictures“, “Presto“, “Test for Echo“, entre tantos outros. Talvez o período menos inspirado do Rush tenha sido nos anos 1980, quando eles abusaram dos sintetizadores, mas mesmo assim, jamais lançaram um disco ruim.

Nos charts, participação bem discreta, afinal, a banda ainda era uma completa desconhecida para o resto do mundo, portanto, eles se limitaram a 86ª posição no Canadá, mas entraram na “Billboard 200“, na posição de número 105. O álbum ainda foi certificado com Disco de Ouro em ambos os países: no Canadá, vendeu 50 mil cópias, enquanto que nos Estados Unidos, vendeu 500 mil.

Enfim, era só o começo e a banda iria crescer mais e mais. Infelizmente não temos mais a lenda Neil Peart entre nós, mas temos alguma chance de ter Geddy Lee e Alex Lifeson tocando juntos mais uma vez. Se será sob o nome Rush, não sabemos, seria lindo se isso acontecesse. Hoje é dia de celebrar a pedra fundamental desta banda maravilhosa. Vamos escutar o mais novo cinquentão do Rock no volume máximo porque o Rush merece. Para nossa sorte, vivemos na mesma época que estes três monstros do Rock.

Rush – Rush

Data de lançamento – 01/03/1974

Gravadora – Moon Records

 

Faixas:

01 – Finding My Way

02 – Need Some Love

03 – Take a Friend

04 – Here Again

05 – What You’re Doing

06 – In the Mood

07 – Before and After

08 – Working Man

 

Formação:

Geddy Lee – vocal/ baixo

Alex Lifeson -guitarra

John Rutsey – bateria