Em 13 de junho de 1999, o Six Feet Under lançava o seu terceiro álbum, “Maximum Violence”. E o Memory Remains desta quinta-feira, dia mundial (comemorado só aqui no Brasil) do Rock, é uma ode a esta obra linda e insana do Death Metal.
Este álbum pode ser definido como um retorno de Chris Barnes às origens, no que tange à temática das letras encontradas aqui, com teor violento. E é de causar surpresa para quem saiu do Cannibal Corpse alegando que não queria mais cantar sobre tais temas.
A banda vinha de dois excelentes discos: “Haunted” (1995) e “Warpath” (1997), e a expectativa dos fãs era muito grande em relação ao novo lançamento. Eles ainda não eram adeptos dos discos de covers, mas aqui já podemos ter uma breve amostra do que a banda iria fazer futuramente, os seus constantes álbuns em homenagem às bandas clássicas. E aqui em “Maximum Violence” temos três homenagens: Kiss, Iron Maiden e Thin Lizzy foram os escolhidos por Chris Barnes.
Com uma sutil mudança na formação, o guitarrista Allen West deu lugar a Steve Swanson, o quarteto foi para o “Criteria Studios”, em Miami para gravar este petardo. Brian Slagel, o todo poderoso da Metal Blade records assinou a produção. As sessões de gravação foram de 15 de fevereiro a 16 de março de 1999. A arte da capa é assinada pelo tatuador Paul Booth, que também gravou backing vocal nas duas faixas que abrem o play.
Vamos colocar a bolacha para rolar e destrinchar cada uma das 13 faixas deste disco. O redator que vos escreve está com a versão em digipack, na qual temos as últimas faixas como bônus, no caso, os covers. E a faixa de abertura, “Feasting on the Blood of the Insane” começa com riffs sombrios, mas logo que a música começa a se desenvolver, o andamento fica mais rápido, fazendo a faixa ficar mais interessante. Esse é um dos clássicos da banda e obrigatória nos shows.
“Bonesaw” é rápida, crua, brutal, ideal para um belo moshpit. O solo bem sujo aqui caiu muito bem. Logo depois, uma das minhas faixas favoritas chegou e ela atende pelo nome de “Victim of the Paranoid“, uma música agressiva, não tão rápida quanto a anterior, mas tem uma pegada interessante.
“Short Cut to Hell” é arrastadona durante boa parte de sua extensão, com breves inserções de partes rápidas, mas muita brutalidade nas partes cadenciadas. Já “No Warning Shot” é muito brutal, rápida e ao mesmo tempo grosseira, vamos assim dizer. A fórmula funciona e até o momento o álbum é só motivo para elogios.
Mas estava demorando para o SFU meter um cover no meio do disco, não é? E ele veio. A versão Death Metal para “War Machine”, do Kiss. E querem saber a minha opinião? Ficou melhor do que o original. Essa opinião talvez tenha sido um tanto quanto parcial, já que a banda de Gene Simons e Paul Stanley passa longe de figurar entre as minhas preferidas, embora eu tenha um respeito enorme por eles.
“Mass Murder Rampage” é arrastada durante uma boa parte de sua extensão, mas no meio entra aquela parte veloz só para que a galera ao vivo possa abrir aquela roda, mas isso é breve, pois logo os riffs arrastados retornam, enquanto que “Brainwashed” é agressiva ao extremo, variando partes rápidas e arrastadas boa seus breves dois minutos, enquanto que “Torture Killer” é bem arrastada, porém, brutal e com direito a um solo cheio de atmosfera.
“This Graveyard Earth” mais parece a continuação da faixa anterior, bem arrastada, quase Doom. Os bons riffs de guitarra são os destaques, além de um solo bem elaborado, são os destaques. “Hacked to Pieces” começa com riffs tão bons quanto sombrios e de vez em quando os caras inserem velocidade, para a volta no final dos mesmos riffs da parte inicial.
E esse cara apaixonado por covers que é mr. Chris Barnes, inseriu mais dois neste play, para fechar: “Wratchild”, do Iron Maiden com Paul Di’anno no vocal e “Jailbreak“, clássico do Thin Lizzy. Ficaram engraçadas com os guturais de Barnes, mas ao mesmo tempo interessantes. Era só uma amostra do que ele faria anos mais tarde, regravando todo o clássico “Back in Black“, do AC/DC, fazendo o álbum mais vendido da história do Rock se tornar Death Metal.
Em 44 minutos temos uma audição muito boa, mas que não é recomendado para todos os ouvidos. O Death Metal é um estilo muito brutal e extremo e nem todo mundo consegue assimilar o que as bandas do estilo querem nos passar. Como fã deste estilo, o redator indica e muito e se você conhece pouco ou não conhece o SFU, dê uma oportunidade, pois os caras entendem do riscado. Aliás, a banda estava em estúdio antes desta pandemia produzindo um álbum novo e com certeza vem material destruidor por ai.
“Maximum Violence” vendeu mais de cem mil cópias no mundo, o que podemos considerar uma façanha, não apenas para o Six Feet Under, mas para o Death Metal em sí, uma vez que o gênero andou em baixa durante os anos 1990, salvo raras exceções. Então estes números alcançados por eles não podem ser subestimados.
Hoje então é dia de celebrar esse petardo, colocando-o para tocar no volume máximo. Podemos nos considerar afortunados por ter o Six Feet Under na ativa. A banda passou pela pandemia sem maiores danos. E o que é melhor, tendo a dupla Chris Barnes e Jack Owen, que fizeram história na fase mais old-school do Cannibal Corpse. Longa vida ao SFU.
Maximum Violence – Six Feet Under
Data de lançamento: 13/07/1999
Gravadora: Metal Blade
Faixas:
01 – Feasting on the Blood of the Insane
02 – Bonesaw
03 – Victim of the Paranoid
04 – Shot Cut to Hell
05 – No Warning Shot
06 – War Machine
07 – Mass Murder Rampage
08 – Brainwashed
09 – Torture Killer
10 – This Graveyard Earth
11 – Hacked to Pieces
Bônus Tracks:
12 – Wratchild
13 – Jailbreak
Formação:
Chris Barnes – vocal
Steve Swanson – guitarra
Terry Butler – baixo
Greg Gall – bateria
Participações especiais:
Chris Carroll – backing vocal em “Bonesaw”
Paul Booth – backing vocal em “Feasting on the Blood of the Insane” e “Bonesaw“