Há 30 anos, em 28 de março de 1995, o Skid Row lançava “sUBHUMAN rACE” (escrito assim mesmo, com as iniciais em letras minúsculas), o terceiro álbum da discografia da banda e que é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.
Este foi o último álbum a contar com o vocalista Sebastian Bach e com o baterista Rob Affuso, além de ter sido também o último a ser lançado pela Atlantic. “sUBHUMAN rACE” foi lançado em uma época que o Hard Rock já não estava mais tão em alta, ofuscado pelo Grunge, que havia ganho o mainstream nos primeiros anos da década de 1990.
Lançado quase quatro anos depois do clássico “Slave to the Grind“, que fez um sucesso estrondoso, mantendo a banda ocupadíssima com turnês, que teve o Brasil como um dos destinos, quando o Skid Row foi uma das atrações do Hollywood Rock de 1992. Para “sUBHUMAN rACE“, a banda apostou na troca de produtores: saiu Michael Wagener e entrou Bob Rock, que já tinha trabalhado com o Motley Crue e naquele momento, estava famoso com o trabalho de produção feito no “Black Album”, do Metallica.
O Skid Row se utilizou de dois estúdios para gravar o álbum: o Greenhouse Studios, em Vancouver, e o Seacost Sound, na Columbia Britânica, por onde ficaram entre os meses de outubro e dezembro de 1994. A mixagem aconteceu no Warehouse Studios, em Vancouver e a masterização aconteceu no Sterling Sound, em Nova Iorque.
Nosso aniversariante do dia tem uma duração de 56 minutos e 13 faixas, além de mostrar uma sonoridade bem diferente do Hard Rock que o Skid Row costumava trazer consigo nos dois primeiros álbuns. Temos aqui em “sUBHUMAN rACE“, flertes com o Rock Alternativo, muito Groove e alguns momentos mais agressivos, como nas faixas “Bonehead” e em “Subhuman Race“. Outras faixas também merecem destaque, como “Into Another“, “Eileen” e “Ironwill“. A audição é bem agradável, embora cause muita surpresa para quem espera algo na mesma linha do material lançado antes por eles.
No geral, “sUBHUMAN rACE” recebeu boas avaliações por parte da crítica especializada, embora alguns tenham detonado o trabalho realizado pelo Skid Row. Em junho de 2018, o vocalista Sebastian Bach, falou em um podcast sobre o que ele achou do álbum. Aspas para ele:
“Da mesma forma, provavelmente, Lars Ulrich pode pensar que St. Anger é datado daquela época, acho que Subhuman Race pode ser nosso St. Anger.”
Quem também não gostou do jeito com que as coisas aconteceram na época da gravação do álbum, foi o baixista Rachel Bolan, que em uma entrevista concedida em novembro de 2006, falou o seguinte:
“Aquele disco foi um pesadelo. Internamente, a banda tinha se desfeito, mas fomos forçados a entrar e fazer outro disco e foi um pesadelo com a gravação, composição e produção. Trabalhamos com alguém com quem não tínhamos trabalhado antes depois de sermos tão bem-sucedidos com Michael e estávamos acostumados com a maneira como ele fazia as coisas. Não estou menosprezando Bob , ele é um produtor genial, mas foi um momento ruim. Não tive o melhor momento, não foi culpa de ninguém, foi apenas o jeito que as coisas eram. Além disso, o disco é uma droga.”
Diferentemente do seu antecessor, o álbum não foi tão bem recebido pelo público, ainda que tenha frequentado alguns charts a redor do mundo: foi 5° na Austrália, 6° no Japão, 8° no Reino Unido, 15° na Finlândia, 18° na Escócia, 21° na Suécia, 31° no Canadá, 35° na “Billboard 200“, 36° na França, 49° na Suiça, 57° na Alemanha e 84° na Dinamarca. Foi certificado com Disco de Ouro no Japão.
Para divulgar o álbum, o Skid Row saiu em turnê, abrindo os shows do Van Halen, que na época, fazia a turnê de seu álbum “Balance“, que também completou 30 anos recentemente e nós também falamos sobre ele, caso você tenha perdido, poderá ler, clicando AQUI. Depois, a banda seguiu tocando em diversos lugares, até a fatídica apresentação na edição brasileira do Monsters of Rock de 1996, quando foi alvo de cusparadas, xingamentos e de objetos atirados pelos “fãs” que consideravam uma afronta o Skid Row tocar junto com Motörhead, Mercyful Fate, King Diamond, Helloween e Iron Maiden. Depois desta apresentação no Brasil, Sebastian Bach foi demitido da banda e parece que as feridas entre ambos os lados permanecem abertas até os dias atuais.
O curioso é que depois de terminada a turnê, o Skid Row jamais tocou qualquer música deste álbum em seus shows. Já Sebastian Bach, costuma tocar algumas músicas em seus shows solo. As músicas em questão são “Beat Yourself Blind“, “Frozen” “My Enemy“, “Into Another” e “Breakin’ Down“, esta última, fez parte da trilha sonora do longa metragem “The Prophecy“, que no Brasil ganhou o título “Anjos Rebeldes“.
O Skid Row segue em atividade, tendo inclusive, realizado uma bela apresentação durante a primeira edição do Summer Breeze Brasil, em 2023. Entretanto, o cargo de vocalista está vago desde que o sueco Erik Grönwall precisou sair por motivos de saúde. A excelente Lzzy Hale chegou a se apresentar com a banda em algumas oportunidades no ano passado, mas não foi efetivada. A banda segue em sua procura por um novo vocalista. Hoje é dia de celebrar o mais novo trintão do Rock, que envelhece bem, obrigado.
sUBHUMAN rACE – Skid Row
Data de lançamento – 28/03/1995
Gravadora – Atlantic
Faixas:
01 – My Enemy
02 – Firesign
03 – Bonehead
04 – Beat Yourself Blind
05 – Eileen
06 – Remains to be Seen
07 – Subhuman Race
08 – Frozen
09 – Into Another
10 – Face Against My Soul
11 – Medicine Jar
12 – Breakin’ Down
13 – Ironwill
Formação:
Sebastian Bach – vocal
Scotti Hill – guitarra/ backing vocal
Dave “The Snake” Sabo – guitarra/ backing vocal
Rachel Bolan – baixo/ backing vocal
Rob Affuso – bateria/ percussão