Memory Remains

Memory Remains: Slayer – 33 anos de “Seasons in the Abyss” e o fim de um ciclo vitorioso

9 de outubro de 2023


Estamos na semana do Slayer. No sábado foi o aniversário do clássico “Reign in Blood“, nós falamos dele e você pode ler clicando AQUI. O Memory Remains desta segunda-feira vai tratar de “Seasons in the Abyss“, o quinto álbum e o que fecha a santíssima trindade deste quarteto que tanto amamos.

Vamos voltar no tempo… “Seasons in The Abyss” encerra com chave de ouro a tríade de maior sucesso entre os fãs da banda: “Reign in Blood“, lançado em 1986 é até hoje considerado juntamente com “Master of Puppets“, do Metallica, como as duas maiores obras-primas do Thrash Metal. E entre os dois, o excelente e nem tão rápido “South of Heaven“. Mas aqui o Slayer volta a colocar a velocidade em primeiro lugar.

Mas em 1990 a banda voltou com tudo e trouxe em “Seasons in The Abyss” um pouco dos dois álbuns anteriores: a velocidade de “Reign in Blood” em metade das músicas e na outra metade, a parte mais arrastada de “South of Heaven“. Com uma produção que pela primeira vez era do tamanho do capricho que a banda merece, O resultado não poderia ser diferente: um álbum maravilhoso.

Gravado entre março e junho de 1990 em dois estúdios: “Hit City West” e no “Record Plant”, ambos na cidade de Los Angeles e produzido por Rick Rubin e Andy Wallace (um dos melhores produtores de discos de Thrash Metal), a obra que em 42 minutos é capaz de abalar qualquer estrutura e consolidava de vez o Slayer como um dos grandes da cena.

Como os dois antecessores, “Seasons in the Abyss” traz um Slayer inspirado. Se não está tão rápido quanto esteve em “Reign in Blood“, também não está arrastadão quanto “South of Heaven“. É uma perfeita sincronia entre os dois discos, mas nem por isso menos prazeroso de se escutar. Do início ao fim, desde a veloz “War Ensemble” à faixa-titulo que encerra brilhantemente o play, passando por outras pérolas como “Spirit in Black“, “Dead Skin Mask“, “Hallowed Point“, “Born of the Fire“. O timbre das guitarras, ainda que repetitivo, é muito bom e os caras conseguiram tirar o melhor dos riffs, neste que é um dos melhores álbuns de Heavy Metal do ano de 1990. A disputa com “Rust in Peace“, do Megadeth, é intensa. E difícil escolher qual o melhor.

Este álbum rendeu turnês como a “Clash of The Titans”, em que a banda tocou pela Europa com Megadeth, Suicidal Tendencies e Testament. Esta turnê acabou sendo levada aos Estados Unidos, novamente tendo a banda de Dave Mustaine sendo co-headliner e tendo Anthrax e Alice In Chains como bandas de abertura.

Em 1991, a banda lançou o duplo ao vivo “Decade of Aggression“, para comemorar seus dez anos de existência e grande parte das músicas deste lançamento eram de “Seasons in The Abyss“, o que era perfeitamente natural, pois tratava-se da turnê de divulgação deste álbum.

Nos charts, o álbum teve um bom desempenho: 19° na Alemanha, 29° na Áustria, “40° na Billboard 200”, 47° na Suécia, 51° no Reino Unido, 58° na Austrália e 69° na Holanda. Rendeu ainda disco de outo no Canadá e nos Estados Unidos, além de videoclipe para a faixa título que passou muito na MTV estadunidense, e também aqui em terras tupiniquins. O aniversariante do dia foi certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos e no Canadá.

Hoje é dia de prestar toda reverência ao álbum que representa o final do ciclo mais próspero e criativo do Slayer. A banda faz muita falta, mas deixou um legado riquíssimo. Cabe a nós preservar esse legado e passar para as gerações posteriores, que não tiveram a chance de ver os quatro integrantes em ação. Então vamos escutar essa bolacha no volume máximo.

Seasons in the Abyss – Slayer

Data de lançamento – 09/10/1990

Gravadora – Def Anerican Recordings

 

Faixas:

01 – War Ensemble

02 – Blood Red

03 – Spirit in Black 

04 – Expedable Youth

04 – Dead Skin Mask

06 – Hallowed Point

07 – Skelekton of Society

08 – Temptation

09 – Born of the Fire

10 – Seasons in the Abyss

 

Formação:

Tom Araya – baixo/ vocal

Kerry King – guitarra

Jeff Hanneman – guitarra

Dave Lombardo – bateria