No dia 1 de agosto de 1992, há 31 anos, o Sodom lançava “Tapping the Vein“, o quinto álbum da discografia desta que é uma das mais importantes bandas do Metal germânico e é assunto do primeiro Memory Remains do mês. Vamos contar um pouco da história deste play, quando o trio nadava contra a corrente das demais bandas de sua mesma vertente.
O aniversariante do dia marca a estreia do guitarrista Andy Brings e é também o álbum de despedida do saudoso baterista Chris Witchhunter. Andy chegava para substituir o guitarrista Michael Hoffmann, que ficou pouco tempo na banda. Em 1990 ele entrou no lugar de Frank Blackfire e dois anos depois ele resolveu morar justo no Brasil e por isso foi demitido do Sodom. Já Chris Witchhunter perdeu seu posto por não conseguir lidar com seu vício em bebidas alcoólicas.
Sabemos que na década de 1990 o Heavy Metal como um todo sofreu com a crise de criatividade e muitas das bandas mudaram sua sonoridade. Algumas se deram muito bem, como o Sepultura e o Pantera, enquanto que outras perderam sua popularidade. O Sodom parecia alheio a isso tudo e nos trouxe um belo álbum, onde o peso e a velocidade se mantinham intactos. E em “Tapping the Vein“, as influências do Death Metal eram muito explícitas.
Para gravar o álbum, a banda se juntou novamente ao produtor Harris Johns, o mesmo que produziu os álbuns “Brasil” e “Anarkophobia“, do Ratos de Porão. Todos se reuniram no Dierks Studio, em Colonia, Alemanha, por onde permaneceram entre os dias 16 de maio e 12 de julho de 1992 e de lá saíram com esse petardo. A mixagem aconteceu no mesmo estúdio.
Temos 11 faixas em 46 minutos, trazendo um Sodom super afiado executando músicas rápidas e brutais, como se o trio não estivesse nem aí para as mudanças que as bandas contemporâneas faziam no estilo que na década anterior tornou-se muito popular. A música “Wachturm” ainda é executada ao vivo pela atual formação. Em apresentação no último dia 10 de junho, na Alemanha, a faixa esteve entre as 13 selecionadas. E a faixa de abertura, “Body Parts“, entrou no álbum “40 Years at War – The Greatest Hell of Sodom”, onde a banda regravou algumas de suas músicas ao longo destas quatro décadas de existência.
Para divulgar o álbum, o Sodom saiu em turnê pela Alemanha e Japão e foi durante estes shows que as diferenças musicais entre os integrantes ficou mais tenso e foi depois desta tour que o baterista Chris Witchhunter foi desligado. Ainda assim, o álbum foi bem recebido tanto entre a crítica especializada quanto ao público. Nas paradas alemãs, “Tapping the Vein” ficou em 56° lugar. Era o Sodom simplesmente ignorando as mudanças que as bandas de Thrash Metal faziam e aterrorizavam o mundo com sua música ríspida.
Hoje é dia de celebrar essa obra linda do Sodom, que integra o The Big 4 alemão, ao lado do Kreator, Destruction e Tankard. Felizmente a banda segue na ativa, lançando álbuns e fazendo shows, tendo Frank Blackfire de volta. Vamos colocar o disco pra escutar no volume máximo enquanto aguardamos a banda lançar um novo álbum. Longa vida ao Sodom.
Tapping the Vein – Sodom
Data de lançamento – 01/08/1992
Gravadora – Steamhammer
Faixas:
01 – Body Parts
02 – Skinned Alive
03 – One Step Over the Line
04 – Deadline
05 – Bullet in the Head
06 – The Crippler
07 – Wachturm
08 – Tapping the Vein
09 – Back to War
10 – Hunting Season
11 – Reincarnation
Formação:
Tom Angelripper – baixo/ vocal
Andy Brings – guitarra
Chris Witchhunter – bateria