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Memory Remains: The Offspring – 27 anos de “Smash” e a explosão mundial

Memory Remains: The Offspring – 27 anos de “Smash” e a explosão mundial

8 de abril de 2021


Em 08 de abril de 1994, o The Offspring lançava o seu terceiro e mais bem sucedido álbum. “Smash” fez história e foi uma das responsáveis por manter o Rock em evidência nos anos 1990, processo que foi iniciado com as bandas do movimento Grunge e alavancado pelas bandas do Poppy Punk, já que as bandas de Heavy Metal sofriam com uma profunda crise de cratividade. Vamos dedicar o Memory Remains de hoje para este discaço.

A banda vinha de “Iginition“, que não fizera muito sucesso, embora seja um bom álbum dentro do que a banda se propunha a fazer. Mas a sorte sorriu para a banda quando eles adentraram ao “Track Record“, em North Hollywood, Califórnia, sob a batuta do produtor Thorn Wilson.

O resultado foi tão bom que logo logo as músicas estavam invadindo as rádios e a MTV, provocando um grande boom na carreira da banda, os elevando a outro nível. Se hoje o The Offspring tem o tamanho que tem, muito ou quase tudo se deve ao que o aniversariante de hoje os proporcionou.

A bolacha abre com a intro chamada “Time to Relax“, que apesar de bem bisonha é pra lá de engraçada, onde o locutor pede para que o ouvinte coloque o disco para escutar, com uma taça de vinho, sentado à sua poltrona favorita. Então, a música, que é o que interessa chega com a poderosa “Nitro (Youth Energy)” onde temos uma banda bem enérgica, com seu típico Punk Rock californiano com toques bem pop.

Bad Habit” tem uma levada mais veloz, embora o baixo bem lento da introdução nos engane. Muito boa também, enquanto que “Gotta Get Away” é mais cadenciadas, mas com boas linhas de guitarra. E bem pesada para uma banda que se propõe a fazer um som mais punk e comercial.

Genocide” traz um pouco de melodia nas guitarras, mas tem muito punch e isso é legal. “Something to Believe in” é uma das minhas favoritas dentre as que não estouraram nas rádios e na MTV, pois carrega muita energia nas guitarras e tem bons riffs. Nada muito trabalhado, pois não é a proposta dos nerds aqui. Mas essa música é realmente muito boa.

Chega o grande hit da banda, que é a ótima “Come Out and Play“, essa com uma pegada mais pop, o que gerou à época o rótulo Poppy Punk, dada não só ao The Offspring, mas também às suas contemporâneas, como Green Day, NOFX, Pennywise e Rancid, por exemplo. Musicalmente, ela é bem simples, mas empolgante.

A minha favorita da carreira da banda atende pelo nome de “SelfEsteem“, que é uma música bem raivosa e com uma letra bastante depressiva que fala sobre um cara que aceita todo tipo de desprezo pela namorada pelo simples fato de ele não ter autoestima. Muito boa.

It’ll be a Long Time” é uma canção típica Punk, em que a bateria de Ron Welty é quem dita o ritmo, já a faixa seguinte, “Killboy Powerhead” é um cover da banda The Dijits e é nervosona. Quando não se sabe que se trata que é um cover, o ouvinte até estranha porque não é o tipo de composição que o quarteto californiano costuma fazer, mas ficou muito boa.

What Happened to You” é um ska, que se não é das melhores músicas da carreira da banda, ao menos não compromete. Fez muito sucesso aqui no Brasil, sobretudo nas chamadas “rádios rocks” sobretudo no Rio de Janeiro, terra deste redator que vos escreve e que ele lembra bem do sucesso que esta fez pela cidade dos 40º C. Em “So Alone” temos uma faixa em que a banda flerta com o Hardcore, muito mais pelo andamento do que propriamente por outros fatores. Não é uma música ruim.

Not the One” traz de volta a levada Punk Rock em uma música bem legal e a tristeza já se abate sobre o ouvinte pois o disco se aproxima do fim. O fechamento se dá com a faixa título e os bons riffs protagonizados por Noodles, longe de ser um Guitar Hero, mas o cara conseguia fazer coisas simples e boas. Deixe o disco rolando por mais alguns minutos e teremos uma surpresa escondida: é a banda improvisando de maneira bem escrachada uns acordes da música “Come Out and Play“.

Mais do que um disco divertido, temos em “Smash” e seus pouco mais de 46 minutos, um verdadeiro fenômeno. É o disco que detém o recorde de mais vendido dentre os que foram lançados por um selo, no caso, a “Epitaph“, de propriedade do guitarrista do Bad Religion, Brett Gurewitz. Vendeu mais de 11 milhões de cópias em todo o mundo, seis milhões destes, apenas nos Estados Unidos.

O aniversariante de hoje foi um sucesso também nos charts mundo afora: Na Austrália ficou em 1º; na Áustria, Bélgica e na Finlândia ficou em 2º; no Canadá, Suécia e Suíça ficou em 3º e no chart mais importante dentre todos, a famosa “Billboard 200“, “Smash” alcançou a 4ª posição, a mesma que obteve na Alemanha. Foi premiado com 6 discos de platina nos EUA e no Canadá e foi um verdadeiro sucesso, inclusive aqui no Brasil.

A minha relação com este álbum: foi um dos primeiros discos que comprei na vida, se não me falho a memória, foi o segundo, e ainda adolescente, eu pirava em escutar esse disco relativamente curto e com uma certa rebeldia. Cresci, tornei-me um fã de Metal, mas ainda guardo com bastante carinho daqueles tempos e sempre que posso, coloco esse play para escutar e relembrar os anos 1990.

Hoje embora o The Offspring seja uma banda consolidada e tenha uma base de fãs bastante fiéis, eu já não os acompanho, porém, não posso deixar de reconhecer a importância deste álbum, independente dos meus sentimentos por ele, é um disco que foi bastante relevante, inclusive em um momento que o Grunge começava a decair, depois da morte de Kurt Cobain e do Pearl Jam começar a sua briga contra a mídia. Smash veio na onda de “Dookie“, do Green Day, outro álbum importante deste Poppy Punk noventista e que foi o que abriu caminho. Mas se o aniversariante do dia não fosse bom, de nada adiantaria. Então vamos escutar esse disco no dia de hoje e não se esqueça, se puder, fique em casa, proteja você e os seus. A vacina está chegando e logo logo tudo isso vai passar e vamos poder ver novamente nossos ídolos nos palcos.

Smash – The Offspring

Data de lançamento: 08/04/1994

Gravadora: Epitaph Records

Faixas:

01 – Time to Relax

02 – Nitro (Youth Energy)

03 – Bad Habit

04 – Gotta Get Away

05 – Genocide

06 – Something to Believe in

07 – Come Out And Play

08 – Self Esteem

09 – It’ll be a Long Time

10 – Killboy Powerhead

11 – What Happened to You

12 – So Alone

13 – Not the One

14 – Smash

Formação:

Dexter Holland – Vocal/Guitarra

Noodles – Guitarra

Greg K. – Baixo

Ron Welty – Bateria