Memory Remains

Memory Remains: Twisted Sister – 35 anos de “Love is for Suckers”, o último disco de inéditas que seria um álbum solo de Dee Snider

13 de agosto de 2022

Em 13 de agosto de 1987, o Twisted Sister lançava “Love is for Suckers”, o 5° e último álbum de inéditas lançado pelo quinteto de Long Island. É também um tanto quanto controverso. E é assunto do nosso Memory Remains deste sábado. Venha conosco, iremos contar um pouco da história deste play.

A controvérsia do álbum se deve pelo fato da sonoridade adotada pela banda naquele cenário, mais voltada ao Glam Metal que era moda naquele ano de 1987. O problema é que o material fora composto com a ideia de ser o primeiro álbum solo do vocalista Dee Snider, mas por pressão da gravadora, acabou sendo lançado sob o nome Twisted Sister, o que gerou atritos entre os músicos e acabou sendo uma das razões para a separação. No ano 2000, Snider deu uma declaração sobre o play:

“Tem coisas ótimas lá cara! O negócio é que esse deveria ser meu primeiro álbum solo e a gravadora e a gerência me pressionaram para fazer um disco do Twisted Sister. Tem algumas coisas que estavam no Twisted Sister mas era para ser um disco solo, esse álbum foi feito para dar a banda a pausa que precisávamos. Eu senti que lançando um álbum solo eu poderia colocar isso lá fora, tirá-lo do meu sistema, e depois de um curto No intervalo, poderíamos nos reagrupar e trabalhar em um novo álbum. A gravação, a promoção e a turnê de Love Is for Suckers mataram a banda. A administração e a gravadora em sua infinita sabedoria sabem melhor. Ah, vamos colocar cinco caras que podem tocar um ao lado do outro em um estúdio por três meses!”

As coisas estavam tão confusas para a banda que houve relatos conflitantes ao longo dos anos sobre exatamente qual era a formação de gravação do álbum. Jay Jay French, Eddie Ojeda e Mark “The Animal” Mendoza são todos creditados em seus papéis normais, mas algumas ou todas as guitarras e baixo foram gravadas pelo músico convidado Reb Beach. De toda forma, o álbum foi gravado e mixado no Atlantic Studios, em Nova Iorque, com a masterizacão sendo realizada no Sterling Sound, na cidade de Peekskill, no estado de Nova Iorque. A produção foi assinada por Beau Hill, que também colaborou gravando os teclados e o backing vocal.

A turnê de divulgação do álbum foi muito curta, durando pouco mais de um mês. A apresentação derradeira da banda se deu em 10 se outubro de 1987, na cidade de Minneapolis. Dois dias depois, Dee Snider anunciou a sua saída e a banda entrou em um hiato. O primeiro de alguns que viriam no futuro. Outro fator importante é que esse foi o primeiro álbum a não contar com o baixista AJ Pero, que gravou todos os álbuns anteriores e havia deixado a banda em 1996. Ele até voltaria para algumas turnês de reunião e gravações.

Em 1992 foi lançada uma coletânea com os maiores hits da banda, intitulado “Big Hits and Nasty Cuts“, mas nenhuma música do aniversariante do dia apareceu nesta compilação. Das dez músicas presentes neste play, a banda tocou nada menos que sete na breve turnê e depois simplesmente ignorou todas elas nas turnês de reunião que aconteceram anos mais tarde. Até que em 2012, após reclamações dos fãs que a banda não estava tocando músicas de todos os álbuns, Dee Snider anunciou no palco do festival Graspop que voltariam a tocar uma música de “Love is for Suckers“. E a música escolhida foi “Wake up (The Sleeping Giant)”.

Certa vez Snider explanou sobre não tocarem músicas do disco e baseou seu argumento afirmando que incluir músicas deste álbum poderia significar de volta lembranças ruins para a banda e não era a intenção quando eles se reuniram. Somente após o apelo dos fãs que eles resolveram incluir a música que abre esse play.

Como foi concebido em um primeiro momento para ser um álbum solo de Dee Snider, natural que as músicas tenham sido escritas pelo próprio vocalista. À exceção se dá na faixa título, que se trata de um cover para a banda Poison Dollys e a faixa “I Want This Night“, que foi escrita por Snider em parceria com Mark Tanner e Marty Wagner.

Em 38 minutos temos um álbum que se não está no mesmo nível de “Stay Hungry“, o grande clássico da banda, também não é tão desprezível. Apesar de soar genérico, era o grande barato de algumas bandas da época e abria as portas, comercialmente falando. Também é preciso compreender o contexto de que foi um álbum lançado à revelia dos caras.

Em 1999 o álbum foi relançado contendo quatro faixas bônus. São elas “Feel Appeal“, “Statutory Date“, “If That’s What You Want” e “I Will Win“. No ano passado essas mesmas faixas bônus foram relançadas como um EP intitulado “Feel Appeal: Love is for Suckers Extras“.

Depois a banda acabou lançando o álbum “Stay Hungry” com as faixas regravadas e sob o novo título de “Still Hungry“, além de outras compilações e álbuns ao vivo. Entretanto, “Love is for Suckers” é de fato o último álbum de músicas inéditas lançadas pelo Twisted Sister e nada indica que a banda irá se reunir no futuro para um novo registro. De qualquer forma, hoje é dia de celebrar esse álbum e de ajudar para manter vivo o legado desta banda que foi tão importante nos anos 1980. Viva o Twisted Sister.