Memory Remains

Memory Remains: Van Halen – 40 anos de “1984” e o estouro de vendas e certificações

9 de janeiro de 2024

Há exatos 40 anos, em 9 de janeiro de 1984, o Van Halen lançava o icônico álbum “1984“, na capa grafado em algarismo romano como MCMLXXXIV, o sexto álbum da vasta discografia desta que é uma das maiores bandas de Hard Rock de todos os tempos e que é assunto do nosso Memory Remains desta terça-feira.

O Van Halen havia passado pelo Brasil um pouco antes de entrar no estúdio para gravar o aniversariante do dia. A passagem por nossas terras não foi das melhores, a banda teve seus equipamentos roubados, o que fez com que Eddie Van Halen ter dito que jamais voltaria ao nosso país, promessa que ele cumpriu até o último dia de sua vida. Depois da passagem por aqui, Eddie foi convidado a gravar o solo da música “Beat It“, de Michael Jackson. A música fez grande sucesso, mas gerou uma polêmica com o então vocalista Dave Lee Roth, que seria contrário a colaboração que o guitarrista deu ao rei do pop.

Coincidência ou não, “1984” acabou por ser o último álbum a contar com Dave Lee Roth no vocal. Pelo menos até 2012, quando voltou para gravar o álbum. “A Different Kind of Truth“. Roth deixou o Van Halen em 1985 para seguir em carreira solo e saiu em alta, eternizando a sua voz no álbum mais bem sucedido de toda a carreira da banda.

“1984” marca a banda explorando novos horizontes musicais. Eddie Van Halen, além de grande guitarrista, era também um pianista dos bons e resolveu usar teclados e sintetizadores sem moderação. É importante ressaltar que nesta época, as grandes bandas de Heavy Metal e Hard Rock estavam se rendendo aos sintetizadores e aqui o resultado foi muito bom.

Nosso guitar-hero havia acabado de terminar a construção de seu estúdio próprio, o 5150, e foi lá que durante o ano de 1983, Eddie e Alex Van Halen, David Lee Roth e Michael Anthony se reuniram para registrar o play, na companhia do produtor de longa data, Ted Templeman. E saíram com a obra definitiva da banda. O álbum foi lançado pela Warner, tal qual todos os anteriores do Van Halen.

O álbum é relativamente curto, temos nove faixas, sendo que uma delas é uma breve intro de um minuto, e o álbum inteiro não chega aos 34 minutos de extensão. Dois dos maiores clássicos da banda estão no aniversariante do dia: “Jump“, carregada nos teclados e sintetizadores, adorada até mesmo por quem não é muito familiarizado com o Rock e também “Panama“, conhecida por seu refrão grudento como chiclete. Eddie ainda fez um tributo para a banda Top Jimmy & the Rhythm Pigs, com a música “Top Jimmy“.

“1984” foi e ainda é um sucesso retumbante, uma referência não só da banda, mas do Hard Rock de maneira geral. Não tem como ouvir falar em Van Halen e não vir logo na mente a música “Jump“. O álbum alcançou a primeira posição nos charts do Canadá, foi 2° na “Billboard 200”, 4° na Suécia, 7° na Suíça, 12° na Áustria e Noruega, e 15° na Nova Zelândia e Reino Unido. O single “Jump” também alcançou o topo na “Billboard“. O álbum foi ainda certificado com Disco de Ouro no Reino Unido e França, Platina na Alemanha, cinco vezes Platina no Canadá e Disco de Diamante nos Estados Unidos.

Nosso homenageado está na lista dos 200 Álbuns Definitivos da Rock and Roll Hall of Fame, está também no famoso livro “Os 1001 Discos que Você Precisa Ouvir Antes de Morrer“, do autor Robert Dimery. O site Top Tem Reviews elegeu o álbum como o 15° melhor de todos os tempos. A Kerrang! compilou sua lista dos cem melhores álbuns de Heavy Metal de todos os tempos e o álbum figura na 67ª posição; a Rolling Stone colocou o play na posição de número 81 em sua lista dos cem melhores álbuns da década de 1980. E por fim, a Guitar World fez a sua lista dos cinquenta maiores álbuns com guitarra de todos os tempos, e “1984” aparece na 35ª posição. Números nada modestos para um álbum que o faz por merecer.

Era o final de um ciclo com David Lee Roth. Depois outra grande voz faria parte da história do Van Halen, seria Sammy Hagar. Mas isso é história para outra oportunidade, porque hoje é dia de celebrar esse baita disco bom, colocando para ouvir no volume máximo, enquanto entoamos aquela frase que nosso leitor já está acostumado a ler aqui: eu escuto gente morta!