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Quincy Jones, lenda da música, morre aos 91 Anos

Quincy Jones, lenda da música, morre aos 91 Anos

4 de novembro de 2024


Neste domingo (3), o mundo da música se despediu de uma de suas maiores lendas. Quincy Jones, músico, produtor e arranjador, faleceu aos 91 anos em sua residência em Bel Air, Califórnia. A notícia foi confirmada por seu empresário, que informou que Jones “faleceu pacificamente esta noite, cercado por seus filhos, irmãos e familiares próximos”. Sua partida deixa uma lacuna imensurável na história da música, marcada por uma carreira que atravessou gêneros e fronteiras, influenciando diversas gerações.

Uma Trajetória Excepcional

Nascido em 14 de março de 1933, em Chicago, Quincy Jones cresceu cercado por desafios. Enfrentando as dificuldades sociais e raciais da época, encontrou na música um caminho para sua expressão e liberdade. Já aos 14 anos, ele mergulhou na música ao começar a tocar trompete e se dedicar ao jazz, gênero pelo qual ele manteria uma paixão profunda durante toda a vida.

Durante a década de 1950, Jones começou a se destacar como arranjador, trabalhando com grandes nomes do jazz como Dizzy Gillespie e Lionel Hampton. Seu talento rapidamente o levou a colaborar com outros artistas renomados e abrir portas no mundo da música. Em 1964, ele se tornou o primeiro afro-americano a ocupar um alto cargo executivo em uma grande gravadora, a Mercury Records, um feito significativo em uma época marcada por tensões raciais nos Estados Unidos.

A Parceria com Michael Jackson e o Sucesso Global

O nome de Quincy Jones ganhou reconhecimento mundial quando ele uniu forças com Michael Jackson, em uma parceria que resultaria em alguns dos álbuns mais icônicos da música pop. Ele produziu “Off the Wall” (1979), “Thriller” (1982) e “Bad” (1987), sendo o álbum Thriller o mais vendido de todos os tempos, com mais de 66 milhões de cópias. Sob a direção criativa de Jones, Jackson atingiu novos patamares de expressão artística, e a música pop foi elevada a um novo patamar de sofisticação e universalidade.

A colaboração entre Jackson e Jones não só produziu sucessos, mas redefiniu o conceito de videoclipes e álbuns como produtos artísticos completos, o que seria influente para gerações de músicos e produtores. Quincy Jones ajudou a moldar o som dos anos 1980, misturando elementos de pop, funk, soul e disco com uma produção sofisticada, que marcaria a época e criaria um padrão na indústria musical.

Contribuições ao Cinema e Televisão

Além de sua influência na música, Quincy Jones também teve uma carreira notável no cinema e na televisão. Ele foi o compositor responsável por trilhas de filmes como A Cor Púrpura (1985), de Steven Spielberg, e séries como Roots (1977), que explorou a história dos afro-americanos nos EUA. Com seu trabalho nessas mídias, Jones ajudou a ampliar a visibilidade e representação da cultura negra nas telas, inspirando gerações a contar suas histórias.

Ao longo de sua vida, Quincy Jones usou sua plataforma para lutar pela inclusão e justiça social. Ele foi um dos organizadores do icônico projeto We Are the World (1985), unindo dezenas de estrelas para arrecadar fundos para combater a fome na África. Ele também fundou o Instituto de Música e Arte Quincy Jones, onde incentivou jovens artistas a desenvolverem suas habilidades.

Jones sempre defendeu a inclusão e a diversidade, utilizando sua influência para abrir portas para outros artistas e ampliar a representatividade na indústria musical. Ele foi um mentor para vários músicos, sempre enfatizando a importância de unir talento com disciplina e ética no trabalho.

Quincy Jones recebeu 28 prêmios Grammy ao longo de sua vida e foi indicado mais de 80 vezes, um recorde na história da premiação. Seu nome está marcado no Hall da Fama do Rock and Roll, além de receber diversos outros reconhecimentos, incluindo um Grammy Legend Award. Seu talento multifacetado, visão criativa e seu compromisso com a excelência fizeram dele um ícone, cuja influência continuará a ecoar nas futuras gerações de músicos e produtores.