Fred Morledge
O som vibrante das décadas passadas segue reverberando até os dias atuais no cenário internacional. Um grande exemplo dessa ressonância é o trabalho da Velvet Chains, originado em Las Vegas que une com maestria elementos do hard rock e do rock alternativo. A fórmula do grupo, que conta com integrantes de diversas nacionalidades, pode ser conferida em seu mais recente lançamento, o EP Morbid Dreams, com seis faixas inéditas gravadas pela atual formação do conjunto.
O Velvet Chains surgiu em 2018, e mostrou a cara para o mundo três anos mais tarde, com o sólido álbum Icarus, que trazia a participação especial de Richard Fortus, do Guns N’ Roses em uma das faixas. O baixista Nils Goldschmidt comenta: “Nosso primeiro álbum foi mais conceitual, principalmente para provar para nós mesmos que tínhamos capacidade de escrever boas canções, e de fazer nossa estreia para o mundo com vários sons divertidos, mostrando as nossas primeiras influências”.
Com o sucesso do trabalho, vieram também algumas mudanças de formação. Hoje, a banda está consolidada como quinteto: o baixista e fundador Nils Goldschmidt, o novo vocalista Ro Viper, ambos chilenos, os irmãos guitarristas brasileiros Laurent Cassiano e Larry Cassiano, e o norte-americano Jason Hope, na bateria.
Em julho último, o Velvet Chains deu o pontapé inicial da sua nova fase com os aclamados single e videoclipe de “Last Drop”, em julho, abordando em sua letra um romance paranoico. Aproveitando o retorno maciço, somado às apresentações ao vivo que realizaram pelos Estados Unidos, em festivais e shows ao lado de Todd Kerns (também baixista da banda Slash), logo lançaram outra inédita: “Back on the Train”. Goldschmidt explica a letra, escrita pelo baterista, Jason. “A inspiração veio da dinâmica dos relacionamentos, de quando as pessoas ficam solteiras e, mais uma vez, estão ‘de volta ao trem’, procurando por novos amores ou luxúria”.
Mantendo o público interessado, o Velvet Chains soltou outras faixas antes do EP completo: Primeiro, “Can’t Win”, acompanhada de um videoclipe filmado na cidade natal do grupo: “Filmamos por toda Las Vegas, incluindo um bar muito legal, um estúdio aleatório no norte da cidade, no meio do deserto. O diretor Brian Cox usou um drone para a cena da piscina, que foi interessante filmar, já que o nosso vocalista teve alguns problemas para flutuar”, conta o baixista.
Por fim, foi a vez de “Time Stood Still”, com uma letra de amplo significado: “Ela foi escrita de uma forma que qualquer pessoa poderá dar o seu próprio sentido. Fui inspirado pela dificuldade em equilibrar os fatos de ver meu filho de cinco anos crescer, ser um pai firme e presente e manter minha busca interminável de ‘sonhos mórbidos’. Se fico muito introspectivo, acabo em um estado mental complicado, que simula um caminho muito escuro.
Às vezes eu queria que o tempo tivesse parado, mas acho que todos nós queríamos isto, não é?”, comenta Nils.
Com o trabalho completo disponível, a empolgação com a guinada sonora e a expectativa para o futuro tomam a frente: “Para esse novo EP, queríamos encontrar o nosso som e a formação certa. Sinto que conseguimos as duas coisas. Em relação ao som, ‘Last Drop’ ilustra perfeitamente o que mais nos deixa orgulhosos e para onde estamos indo. Em 2023, vamos começar a criar músicas baseadas nisso”, explica Nils, antes de completar: “Estamos empolgados com o crescimento e a evolução da banda. Queremos capturar isso no estúdio com o próximo punhado de músicas. Não costumamos nos comparar com outras bandas, mas esperamos que a nossa música e as nossas letras se mantenham vivas dentro do rock n’ roll pesado, sombrio, melódico e intenso”.
Um dos destaques da atual sonoridade do grupo é o novo vocalista, Ro Viper: “Ele tem um alcance incrível e uma voz rouca, que lembra lendas como Kurt Cobain, Axl Rose e Chris Cornell. Isso dá ao Velvet Chains um rock’n roll mais definido e, ao mesmo tempo, permite que nós mantenhamos aquelas notas e gritos agudos, que estão constantemente presentes na nossa música. Para nós, era importante lançar algo significativo em 2022, para mostrar ao mundo a nossa nova formação”.
Munidos de guitarras melódicas e riffs pesados, vocais poderosos e cozinha cheia de groove e força, o Velvet Chains expande não apenas o espectro sonoro, mas também o alcance de sua obra ao redor do mundo. O trabalho incansável vem levando a música da banda para novos territórios. No Brasil, alcançaram números expressivos nas plataformas de streaming e obtiveram grande atenção da mídia especializada.
Ouça o EP “Morbid Dreams”: https://linktr.ee/velvetchains