Resenhas

=1

Deep Purple

Avaliação

8.0

Às vésperas de nos brindar com uma apresentação no palco Sunset do Rock in Rio em sua edição de 40 anos, o Deep Purple faz nascer “=1“, o 23° álbum da longeva carreira da banda, pioneira da música pesada. O novo álbum acaba com uma espera de quase quatro anos entre álbuns de músicas autorais lançados pela banda, já que em 2022, eles lançaram “Tuning to Crime“, dedicado aos covers mais diversos.

O novo álbum veio cercado de expectativas, afinal de contas, é a estreia do guitarrista Simon McBride, que desde 2022 ocupa o lugar do icônico Steve Morse, que por sua vez, ocupava o lugar outrora ocupado por ninguém menos que Ritchie Blackmore. Então a responsabilidade sobre o novato McBride, que em 1979, ano em que nasceu, sua futura banda estava em hiato.

Contando pela quinta vez seguida com o experiente produtor canadense Bob Erzim, “=1“, o play foi lançado no dia 19 de julho pela earMUSIC somente na gringa e ganhou os seguintes formatos: CD, CD + DVD, vinil de 12 polegadas e cassete para os saudosistas. Os brasileiros ganharam a sua versão nacional, que saiu pela Valhall Music/ Sound City Records. A capa é bem simples, tod branca, apenas com o nome da banda e do álbum.

O título, apesar de soar estranho, tem uma explicação: a ideia da banda é trazer que, apesar de toda a complexidade do mundo atual, em uma essência unificada, tudo é igual a 1. O número também pode definir a relevância que a banda tem mantido ao longo destes quase 60 anos de serviços ao Rock and Roll. “=1” é um baita álbum de Rock simples, direto e sem muita firulas (não quero dizer que não haja virtuosismo, principalmente na parte dos teclados do experiente Don Airey).

O trabalho de Bob Erzim na produção é sensacional, os instrumentos estão todos perceptíveis e nenhum deles “invade” o espaço do outro. A performance de Ian Gillan também é de se destacar. O estreante Simon McBride, se não é um ás como deus dois antecessores, também não deixa a desejar e traz riffs pra lá de interessantes. Em 52 minutos, o Deep Purple viaja entre o Hard e o Progressive Rock em um álbum que vai agradar tanto ao fã old-school quanto o da nova geração.

Os grandes destaques do play ficam por conta das faixas “Show me“, “Lazy Sod” e “Now You’re Talking“, embora as outras também sejam muito boas. Talvez o único ponto fora da curva seja a balada “I’ll Catch You“, que meio que destoa das demais. Mas é um disco extremamente acima da média. E que gera expectativas ainda maiores para as apresentações que a banda haverá de fazer no Brasil, no próximo mês.