Coma Beach é uma daquelas bandas que parece ter saído direto dos subúrbios obscuros da Alemanha para entregar um som que mistura caos, dor e uma dose generosa de introspecção existencial. Fundada na cidade de Coburg, a banda é composta por músicos com uma pegada que transita entre o punk e o rock alternativo, claramente influenciada por gigantes como Sex Pistols e Ramones. O resultado? Uma sonoridade que provoca o ouvinte, tanto pela crueza das guitarras quanto pelas paisagens sonoras melancólicas.
O EP “A Madman’s Dream/Mind Descending” é uma extensão do álbum “The Scapegoat’s Agony” e carrega, em suas cinco faixas, uma exploração quase visceral das nuances musicais e emocionais. O título já entrega parte da proposta: o caos de uma mente à beira da loucura, uma jornada vertiginosa que não hesita em mergulhar fundo nos confins mais sombrios da psique humana.
A faixa-título, “A Madman’s Dream”, abre o álbum como uma explosão. A introdução é carregada de guitarras distorcidas e um baixo estralante, criando uma atmosfera caótica, e libertadora, que vai crescendo até atingir um clímax de intensidade insana. O baixo pulsa forte, dando a sensação de uma corrida desesperada em direção ao abismo, enquanto a bateria segue a matemática punk.
Em seguida, “Mind Descending” entra e continua a destruição. Se “A Madman’s Dream” foi o surto, “Mind Descending” é o mergulho ao punk Suburbano, uma referência muito conhecida no Brasil, é Garotos Podres que assim como o Coma Beach, abusa do estilo Cru e direto, Punk 77 e Oi! do Punk Inglês. Simplesmente um Hino!
“Absurd” entra como contraponto a faixa anterior. Com sua batida lenta e guitarras clean, a faixa é uma boa pausa para este Ep, a faixa carrega um desespero latente que reflete as influências punk da banda, mas sem perder o ritmo “baladadinha”. “I Won’t Listen” continua o ritmo lento da anterior, mas flertando diretamente com a velocidade e a agitação. As guitarras rápidas e a bateria em alta rotação fazem a faixa crescer e soar ainda mais como um hino punk estilo nacionalista. É aquela música que te tira do chão aos poucos, perfeita para reerguer o público em um show.
O álbum fecha com “Jesus’ Tears”, aqui não há espaço para sutilezas, apenas uma entrega bruta e visceral, com uma execução técnica impecável que mantém o ouvinte tenso do início ao fim. Uma faixa alegre e divertida. É o encerramento perfeito para um EP que não tem medo de soar punk! original, visceral e enérgico.
No fim das contas, “A Madman’s Dream/Mind Descending” e Coma Beach não estão aqui para agradar, mas para provocar – e o fazem com maestria. Um som que COM CERTEZA vai agradar os fãs mais radicais e surpreender os desavisados!