Resenhas

American Love

Ivy League

Avaliação

8.0

Direto do coração pulsante de Nova York, o Ivy League chega com American Love, um álbum que soa como aquele abraço apertado no meio do caos. O grupo, formado por John Rossi no baixo e uma galera que entende de refrões para cantar junto, vem lapidando esse som há mais de uma década. E não é exagero dizer que dá pra sentir esse tempo todo nos detalhes: nas guitarras que rasgam, nas viradas secas de bateria e nos vocais carregados de intenção. Com raízes fincadas no emo alternativo dos anos 2000 e um acabamento moderno de pop indie, a banda entrega um disco que é cru e polido na medida certa.

A jornada começa com “Enouement”, uma abertura densa e atmosférica, que nada mais do que uma intro pra bombástica “American Love” que aparece logo em seguida com guitarras marcadas e uma levada que cresce em camadas, com vocais que gritam por espaço e conseguem encontrá-lo na parede sonora que a banda ergue – essa faixa sim é um hino de energia. Inebriante e jovial, repleta de groove e swing. Em “We Will Win”, o ritmo as coisas ficam mais pesadas, o baixo distorcido e provocante chama para uma explosão rítmica com uma pegada mais direta, parece que cada segundo aqui foi literalmente pensado para ser um hino, sem perder a emoção nas dobras vocais e na pulsação da bateria.

“Song 4” traz uma quebrada no ritmo, aqui a intro soa completamente fora da casinha parecendo um Black Metal / Punk que em menos de 20 segundos volta a suas raízes alternativas indie, a faixa com riffs pesados quase explode, mas é no SOLO que as coisas ficam magníficas, um solo acústico flamenco do mais absoluto NADA, surge. É simplesmente uma das misturas mais loucas e geniais que já ouvi  — muito bem executada,  é talvez a faixa mais inventiva do disco. Já “Butterflies and Sugar Skulls” mistura batidas sincopadas com linhas de baixo dançantes e guitarras que vão de suaves a angulosas em segundos, a faixa é um Indie Rock puro!. “Where You End, and I Begin” desacelera de novo, com uma vibe meio shoegaze e uma produção que valoriza o espaço entre os sons, criando um efeito hipnótico.

Na sequência, “Champagne Supernova” é um rock grandioso, cheio de ambiência e delay, a faixa de 6min30 é uma avalanche de refrão e emoções, que vão de solidão a excitação em minutos. Por fim, “It’s Time” encerra o álbum com vibe que começa Folk, com voz e violão e logo vira um stoner Indie, e um refrão em coro que ecoa na alma!

American Love é aquele tipo de álbum feito para ser sentido mais do que analisado. Mas, se quiser comparar, pense em Kaiser Chiefs, 30 Seconds To Mars, Strokes e Alcest. Ivy League mostra que ainda dá pra fazer música emocional e potente com verdade, técnica e, acima de tudo, vontade. Se você curte som com alma e barulho, chegou a hora de entrar pra família.