Resenhas

Ashing My Thoughts

The Martyr

Avaliação

9.0

The Martyr, uma banda de metal alternativo originária dos Estados Unidos – com descendente de brasileiros Marc -, emerge com seu aguardado EP ‘Ashing My Thoughts’, trazendo uma sonoridade direta, que vai agradar especialmente os fãs do estilo mais tradicional até os mais moderno do gênero. Formado em um dia nevado de dezembro em East Rutherford, Nova Jersey, The Martyr é uma banda que combina suas diversas influências em um som dinâmico e explosivo e entrega uma performance densa e brutal em todas as 4 faixas do disco. Com uma combinação engenhosa de passagens metalcore, emo, rock alternativo e harcore, cada faixa deste álbum mergulha o ouvinte em um mundo exuberante e sombrio, repleto de obscurantistas.

A abertura com “I Died Every Day” é um convite para o mundo pesado, sombrio e emotivo de The Martyr, com riffs pesados e melódicos e vocais intensos, já mostrando logo de cara para que a banda veio. A canção mantém o ritmo cadenciado e grave, emulando o som gordo e melancólico do metalcore, mas mas com o toque do emo. Uma faixa muito sentimental e com uma melodia que nos vicia. Sem dúvidas, é a faixa mais comercial do disco, perfeito para rádios, podendo se tornar um hino.

Em “Backrooms o tom agressivo característico do metalcore continua. Um ponto interessante é o detalhe de ouvirmos os trastejos dos dedos escorregando nas cordas distorcidas, que criam ruídos agudos e enfatizam ainda mais a violência do som. Esta é a faixa mais mais agressiva do disco, onde é possível perceber a influência oldschool da banda no hardcore, mas há um toque mais moderno, sendo perfeitamente uma banda nova que soube abraçar a modernidade e criar um ambiente moderno influenciado pelos pioneiros do estilo. Há muita técnica no som também, com os clássicos breakdowns que vem ganhando notoriedade. Os vocais com guturais perfeitos, remetendo a bandas como Otep e Jinjer.

A faixa título continua a brutalidade e explode de agressividade e riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça. Aqui sentimos muita influência do metal moderno nos vocais e nos riffs – puro suco do metalcore, uma tempestade sonora. A canção entrega riffs de guitarra memoráveis em uma introdução que muda o ambiente, onde somos surpreendidos com vocais agressivos e muito técnicos, a bateria segue o ritmo rápido e potente, fervendo o puro metal moderno, junto com o baixo que marca forte presença em um groove forte e mantendo o clima denso, para criar um som mais acessível e memorável. Os vocais cantam rimas brutais com voz forte e corajosa.

Para encerrar, “Repainting Scratches” entrega a brutalidade mas com riffs ritmicos e bem melódicos. mantendo o som denso e melódicos, e a energia moderna que já é assinatura do The Martyra. A faixa explode melancolia e riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça, exalando muita técnica nos instrumentos, quebras que lembram metal moderno e uma imensidão de jovens que souberam utilizar a técnica clássica mas incorporar tons modernos. Esse EP vem com um ritmo que nenhum fã do estilo poderá colocar defeito.

No entanto, é importante notar que The Martyr se aventura muito além dos limites do estilo tradicional de metalcore. O grupo não pisa no freio quando o assunto é criar melodias mais inovadoras e não convencionais. Isso resulta em um som bem executado, fiel às raízes do gênero, mas com com inovação. Para aqueles que são fãs do estilo, The Martyr oferece exatamente o que se espera: riffs pesados e rápidos, vocais guturais e rasgados e uma atmosfera sombria. Para os apreciadores de metal técnico e moderno, ‘Ashing My Thoughts’ é um prato cheio, mantendo-se fiel aos fundamentos do gênero sem explorar novos territórios sonoros.