Unindo ousadamente uma curiosidade apaixonada pela exploração do som, com um ouvido inabalável para melodias e grooves que envolvem e envolvem, o criativo de Chicago Feyer dedica tempo e intenção ao puro escapismo de canções sem palavras. O artista lança seu segundo álbum completo, intitulado ‘Bridging the Gaps’, com uma coleção de oito canções ecléticas e curiosas. O trabalho preenche as lacunas entre o passado, presente e futuro do artista, fechando um capítulo da sua vida e abrindo um novo.
Escrito ao longo de dois anos e meio, começando no isolamento da quarentena, com três singles muito diferentes lançados lenta e esporadicamente do verão de 2021 até a primavera de 2023, músicas novas e inéditas completam esta longa jornada de mim navegando no final do meu 20 anos, descobrindo quem eu sou como pessoa e artista, o que aspiro fazer profissionalmente, socialmente e artisticamente, e percebendo que desistir não é uma opção.
O álbum se inicia com “Bridge/Gap I”, um interlúdio perfeito para iniciar a audição com tom emocionante. A leveza e a emotividade presentes na faixa criam uma atmosfera cativante, convidando o ouvinte a se deixar levar pelas melodias suaves e reconfortantes. A segunda faixa, “Anything to Better To Do” é hipnótica, como uma viagem sonhadora, com sintetizadores e sons inusitados, aliados a riffs relaxantes e vocais melódicos e bem comerciais. “Could’ve Been Pretend” traz riffs de rock alternativo dos anos 2000 se misturando harmoniosamente com sintetizadores, onde essa combinação de tudo isso cria uma sensação de imersão e envolvimento, fazendo com que o ouvinte seja transportado para um estado de contemplação lembrando clássicos como de Good Charlotte e Fall Out Boy em seus primórdios. Uma faixa alegre e muito gostosa de ouvir, com mudanças de ambientes bem colocados.
“Bridge/Gap II”, quarta canção do álbum, é outro prelúdio que parece quebrar o clima do disco, mas quando entendemos e prestamos atenção, faz todo o sentido nessa jornada. A atmosfera serena e a delicadeza dos arranjos criam uma sensação de relaxamento e introspecção aparece na balada “Behind Closed Doors”, que além disso, traz uma combinação inusitada de violão acústico grave, e efeitos maravilhosos em uma progressão de acordes inebriante – dignos de uma trilha sonora de filmes adolescentes e românticos dos anos 90 – é a canção mais sentimental do disco e lembra clássicos dos anos 2000 do pop punk e emo. “Working Nights and Weekends” traz um desabafo de forma animadora, a percussão hipnotizante contribui para a atmosfera cativante e envolvente da música, nos fazendo dançar e curtir.
Em seguida, ”Surronds” vem a palco, está aqui é uma canção moderna e cheia de efeitos que remete a Daft Punk mas logo muda de ambiente para nos surpreender e trazer algo totalente diferente. Algo que contrasta com a intensidade rítmica, a profundidade da interpretação, além da mensagem transmitida. As paisagens sonoras calmas e misteriosas criadas aqui, resultam em um cenário musical nostálgico, transportando o ouvinte para um estado de contemplação e serenidade. As pausas instrumentais pontuam a música, gerando momentos de emoção e provocando o ouvinte a refletir sobre as mensagens transmitidas, com refrão mais agitado – uma canção perfeita para as rádios.
A última faixa, “Bridge/Gap III” encerra o disco com um instrumental psicodélico, um prelúdio de tempo maior e mais envolvente, criando um resultado impressionante. A abordagem de rock alternativo com elementos dos anos 80 e instrumentos diversos – principalmente o uso inteligente de sintetizadores – cria uma experiência musical enriquecedora, transportando o ouvinte para um universo sonoro único. A mistura eclética de influências e a profundidade emocional presentes nas faixas tornam esse álbum uma obra cativante e envolvente. Feyer é um projeto potente, de ideias agressivas e de pura nostalgia e imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas