Os americanos do Juniper Avenue lançaram seu último álbum intitulado ‘Chuck Rock’ e com certeza vai fazer o ouvinte sair da cadeira! O álbum é super bem dosado com uma variedade e versatilidade que poucas bandas conseguem ter hoje em dia, apresentando a ideologia ousada e caótica da banda, junto com o som denso e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária dos integrantes.
O álbum já começa com uma porrada! “Everything Must Go” é um punk. Garage cheio de riffs velocidade, a canção é uma bomba em direção ao seu alvo! Ou até um esteróide em direção a Terra. A faixa não perde tempo com seu ritmo rápido, vocais gritados com distorção de rádio e um solo de guitarra rápido e insano. Definitivamente é uma excelente maneira de abrir um disco!
A faixa seguinte dá nome ao álbum “Chuck Rock”, é suingada e traz uma boa referência de Teenage Fanclub em sua linha . A música tem um gingado rítmico muito envolvente entre o baixo e a bateria, o qual muda o andamento e dita as os trechos de forma muito clara e divertida… Só esse detalhe já mostra mais uma vez que a banda não está para brincadeira.
A terceira faixa, “Self and Pity Doubt” tem o pé nas canções do Killers, sem dó. Outro aspecto que notei bem, foi a presença de personalidade no som dos caras, como pude citar, existem referências mas ao mesmo tempo os caras são unidos. Isso fica claro quando chegamos à quarta faixa, “Miss Shine“, essa canção nos atinge com um interlúdio lento que quebra qualquer expectativa, afinal vínhamos de uma música agitada e enérgica que no meio, param e descem o volume, em um trecho que parece totalmente jazzístico de psicodelia pura. Exibiu química e coerência impecáveis, e ainda manteve as vibrações pesadas e enérgicas da música, não importando o quão lento o ritmo ficasse. Temos uma “pausa” com interlúdio em “Acadia” que cede seu lugar para “Victim” que começa com sussurros radiofônicos em camadas que se quebram em grito e ritmo caótico, e o baixo começa com seu “galope” que deixa tudo mais profundo e degenerado, o hard rock aqui é peça principal, lembrando muito o artifício usado em Knights of Cydonia do Muse. Eu realmente não poderia estar mais satisfeito com esta faixa cheia de energia e notas altas… esta faixa era realmente uma obra-prima.
A sétima faixa “Bumfuzzle” começa com um estridentes gritos que vão te pôr em alerta! A banda é capaz de soar punk e degenerada de forma tão deliciosa que, se você nāo gostar do que ouve, você tem sérios problemas. Esse álbum é uma surpresas agradáveis atrás da outra e continuam chegando a cada canção, o solo matador de “Bumfuzzle” só não é o melhor porque “Victim” ganha em energia.
Depois dessa deliciosa baderna, “Vodka Man” nos leva de volta aos anos 70 com referências excelentes de The Who e Cream uma estrutura baseada em riffs de punk e de psicodelia que vão te deixar de boca aberta. Eu realmente não me canso da criatividade desses caras. “Everybody/Everywhere” é outra dessa amostra punk, que soa setentista mas ao mesmo tempo um Garage dos anos 90. Com algumas linhas de bateria Jazzísticas e linhas de baixo criativas. Ela se encaixa em mais de uma influência ou estilo, mas a única coisa certa é que essa música não é estereotipada, ela carrega sua identidade.
“Danny Fanatic” é a décima faixa. Com um contra baixo, mega solado e groovado, o baixista toca algo que é quase impossível de se visualizar, mas o som é maravilhoso. É como se Primus e Faith No More tivessem em uma Jam Session… algo totalmente inusitado mas muito bem executado e misturado! A Décima primeira faixa e marcando o início do Fim do álbum é “Karen” mais uma referência de Muse, com Primus e Faith No More, chegando a ser um Hardcore/ Funk Jazz, algo altamente confuso mas adorável.
Pondo fim a audição, chegou a vez da faixa “despedida” – “Bang!” É uma canção lenta, mas com uma linha de Baixo complexa e carrega uma psicodelia extremamente lisérgica, parece que estou ouvindo caras como Primal Scream, só que muito mais bem executados! Definitivamente tudo aqui é genial. Pode ser confuso mas é altamente digerível e genial!
E sim, essa confusão sobre se a música quer ser técnica ou simples é exatamente a qualidade atraente que Juniper Avenue traz. Estes caras são legítimos viajantes do tempo! Se você gosta de Experimental, Garage, Jazz, Funk, Rock, Grunge acredito que está com os ouvidos bem cuidados ao ouvir Juniper Avenue!