Resenhas

Ego and Archetype

Aphéa

Avaliação

9.0

Aphéa, projeto de post rock, vem moldando o cenário com seu álbum de estreia ‘Ego and Archetype’. Composto por seis faixas, o disco é inspirado pela teoria da individuação de Carl Jung, e foi mixado por Vincent Hänggi Masterizado por Julien Grandjean Arte por Achilleas Gatsopoulos.

Ricas em versatilidade sonora, as seis canções são uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Aphéa é um lembrete do grande post rock, mas a banda cria uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional da alternativa.Juntos, eles criaram uma fusão única de sons que transcende gêneros e desafia expectativas. Formado por Nikos Charalampous, Toscan Dona e Dimitris Stafylakis, a banda de Genebra, Suíça, ousa em moldar seu som próprio cheios de peculiaridades.

Oo mergulhar em ‘Ego and Archetype’, somos imediatamente transportados para uma viagem sonora que oscila entre o conforto de um fundo musical e a profundidade de uma imersão total. A mistura de elementos eletrônicos e guitarras cria uma paisagem auditiva que é ao mesmo tempo reconfortante e provocativa.

A primeira faixa, “Langeri”, abre o álbum com uma atmosfera envolvente, onde a calma e serena que te abraça como um acalento, é simplesmente uma introdução perfeita. Suave e angelical, criando uma sensação de movimento e exploração. Sensações essas que permeiam todo disco. O álbum em si é uma verdadeira jornada sonora, que com certeza pega os fãs de diversos estilos, uma proposta progressiva, espectral e espacial que te faz mergulhar do início ao fim.

“Anasa” é a faixa com uma estética shoegaze, cheia de espiritualidade, sendo música é misteriosa e faz o ouvinte viajar em busca de desvendar esse mistério, fazendo ouvir mais e mais vezes. Uma sonoridade que consegue trazer ainda mais essa ancestralidade à canção.

Em “The Self” sentimos novamente a estética espacial, um progressivo eletrônico de que hipnotiza o ouvinte a cada segundo que a faixa cresce, até culminar em uma guitarra espaçada e repleta de eco e reverberação – misturando o space prog com o shoegaze, algo que a essa altura se tornara característica única do grupo. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, “Shade of Nyad” mostra o quanto a banda adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera depressiva e sombria. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.

A faixa título chega subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos progressivos, seu som está amadurecendo em algo único. Os tons eletronicos espaciais criam um ambiente perfeito, descrevendo o disco como uma trilha sonora de filmes sci-fi, mas também como algo sombrio, que apesar do tom depressivo é maravilhoso e muito profissional.

A Última faixa, “Onar” encerra o álbum de forma majestosa, com uma sonoridade que evoca o respiro final, o descanso após uma longa jornada – também é a faixa mais longa do álbum, com mais de oito minutos. A melodia final é ao mesmo tempo nostálgica e esperançosa, encerrando ‘Ego and Archetype’ de forma memorável.

Pode não ter sido intencional, mas isso coloca o grupo no patamar de atual e antenado na tendência, apresentando seu post rock, ambient e psicodelia, como a banda se descreve, onde todas as faixas, além dos elementos espaçosos e sintéticos do eletrônico, carregam guitarras sinuosas e repletas de ondas. A mistura única do trio torna o Aphéa em algo icônico.

‘Ego and Archetype’ é uma obra que merece ser explorada em todas as suas nuances. A habilidade de Aphéa em mesclar elementos resulta em uma experiência auditiva rica e envolvente, que certamente deixará uma marca duradoura em qualquer ouvinte, indo além de apenas músicas, entregando uma experiência pessoal e espiritual.