Senhoras e senhores, o que temos aqui não é para ouvidos sensíveis. Kerry King, um dos fundadores, compositor e guitarrista do lendário SLAYER está lançando o álbum “From Hell I Rise” pela Reigning Phoenix Music (RPM), neste dia 17 de maio de 2024. Sua banda, que já foi concretizada como não sendo um projeto paralelo conta com vocais de Mark Osegueda (Death Angel), bateria de Paul Bostaph (ex-Slayer) , Phil Demmel na guitarra (ex-Vio-lence, ex-Machine Head), e o baixista Kyle Sanders (ex-Hell Yeah). Tem como sai algo ruim com esse time?
Não há como não comparar o som da banda com o som do Slayer, até porque foram usadas algumas sobras dos últimos trabalhos. Podemos classificar tudo como uma mistura de “Repentless” com o “God Hates Us All“, composições mais densas e com afinação mais baixa. As guitarras são inconfundíveis, o timbre é muito característico e há um conforto em ouvir esses riffs, só ouvindo mesmo pra saber. Osegueda é um show a parte no álbum, sua performance é impecável. Muitas vezes ele soa como Tom Araya, e isso é ótimo.
“Diablo“, uma intro já poderosa abre os trabalhos e auto explica o título do álbum, pois parece as profundezas do inferno se abrindo para que a banda desponte e logo puxa “Where I Reign“, um petardo que agride seus tímpanos e eleva o hype de forma incrível. Aqui não podemos dizer que os caas pisam no freio, então digamos que diminuíram a marcha em “Residue“, que tem menos velocidade, mas com riffs igualmente arrebatadores. “Idle Hands” já é conhecida, pois saiu como single, claramente, uma sobra de “Repentless“, pois a levada é muito semelhante. Ótima faixa para apresentar o álbum.
“Trophies of the Tyrant” tem uma atmosfera mais tensa, com o compasso médio, tem ótimos solos de guitarra nos quais Demmel aparece em mais evidencia. “Crucifixation” tem nuances de “Christ Illusion“, mais precisamente em seu refrão que lembra muito o de “Cult”, uma faixa que tem uma mudança na sua ponte, com um duelo de guitarras bem simples, mas bem encaixado. “Tension” é uma música com andamento mais cadenciado, o que a deixa bem pesada, mas tem um tom mais sombrio que as outras. Agora vem uma dupla matadora, “Everything I Hate About You” e “Toxic“, ambas insanas, pra destruir seu pescoço de tanto bater cabeça. A primeira curtíssima, com pouco mais de um minuto que dá com os dois pés no seu peito. A outra é empolgante e tem aquele ar de Slayer que adoramos. Se fosse pra apresentar o álbum pra alguém com apenas uma faixa, seria essa.
“Two Fists” tem claras influências do Punk, que remete ao ótimo “Undisputed Attitude“, com aquele Crossover anarquista. “Rage” resgata o Thrash, com palhetadas rápidas e até com alguns blast beats de Bostaph, outro que dispensa comentários. O início de “Sharpner“, não sei dizer exatamente o motivo, me lembra Anthrax, mas logo a agressividade sangrenta toma conta da faixa e você esquece isso. A composição tem algumas mudanças de andamento, mas essa progressão é igualmente agressiva.
Fechando os trabalhos temos a faixa-título. Claramente se encaixaria em “Repentless“, pois tem a mesma afinação, mesmo andamento e as linhas vocais são muito parecidas. A faixa se diferencia pois tem mais ímpeto, o que faltou um pouco no último álbum do Slayer. Belíssimo fechamento.
Podemos afirmar que isso é uma continuação do do que seria o Slayer, as composições, riffs, linhas de bateria e vocal se encaixam perfeitamente com o que as lendas do Thrash vinham fazendo nos últimos lançamentos. Aqui até com um ar mais renovado, com a ajuda do vocal insano de Mark Osegueda, que tem muito mais habilidade e alcance do que Araya. Além disso, a mixagem é plena, com um volume alto pra dar aquele impacto na audição, muito melhor que o mix dos últimos trabalhos do Slayer. Enfim, temos uma verdadeira aula de música pesada com músicos muito competentes, nos brindando com um dos melhores lançamentos do ano.
Tracklist:
01. Diablo
02. Where I Reign
03. Residue
04. Idle Hands
05. Trophies of the Tyrant
06. Crucifixation
07. Tension
08. Everything I Hate About You
09. Toxic
10. Two Fists
11. Rage
12. Shrapnel
13. From Hell I Rise
