Resenhas

Immigrant

Benmozes

Avaliação

9.0

Na audição de hoje temos o prazer de apreciar o primeiro álbum da banda de rock de Boston, Benmozes. Seu álbum de estreia ‘IMMIGRANT’ carrega fortes influências do Rock moderno, garage e new prog envolto a muitos reverb, noise e riffs pesados. Se você é fã de Kasabian, The Heavy, Kaiser Chiefs, você tem que ouvir esses caras!

O álbum possui 10 faixas, cada uma melhor que a outra, a primeira faixa “Fake” soa como um Punk Radiofônico agitante. Com uma introdução envolvente e animada e riffs de guitarra rápidos e com muito swing. É notável que essa faixa é o Hit deste álbum, mantendo um ritmo constante mas uma quebra emocionante no solo simplista, os solos de guitarra de Amit são breves, mas adicionam uma pitada extra de energia à música. A voz do vocalista  Amit Ben-Moshe é poderosa e emotiva, e tudo isso se eleva com o o efeito de ruído de rádio e saturação aplicados. A canção é acompanhada por backing vocals harmoniosos e insistentes que grudam em nossa mente. .

A canção “Immigrant” A música começa com power chords  guitarra pesada e um ritmo cadenciado. Aqui Amit soa como um neo-punk indie, é uma canção mais devagar que a primeira, porém não menos pesada. O baixo é forte e pontual, praticamente segue a batida e a guitarra, assim como a proposta do Punk, com uma guitarra simples, direta e muito concreta. Diferente de “Losing It” que começa com um riff de guitarra simples, mas pegajoso e uma bateria precisa, mas tudo aqui carrega uma sensualidade ímpar. O vocal de de Amit tem expressão e os backing vocals sussurrantes ajudam a exalar essa sensualidade. A música tem um refrão forte e uma ponte interessante. Talvez a minha segunda faixa favorita desse álbum.

Partindo para a quarta faixa, “She ‘s The Wave” vem como mais um momento de respiro, com uma introdução tímida, riff esse que se repete nos momentos de linha narrativa da canção. O vocal cresce em um refrão poderoso e cheio de emoção, mas ainda sim “She ‘s The Wave” é uma daquelas canções que entrariam no respiro de um show, mas não seriam icônicas. A música tem um refrão forte e sem solos, o toque extra à música fica tão somente por estes momentos de refrão que dão nome a canção.

A canção seguinte ,”Trips in Time”, carrega melodias e um recheio de suavidade nas vozes, o uso constante dos backing vocals é algo que transforma essa canção e mais uma similar a anterior , acompanhado por um baixo pulsante e linear, seu compasso constante não cria sensações diferentes no percurso da canção, isso só acontece nos pré refrões e no refrão. A bateria entra simples e não tem momentos de brilho, como os proporcionados por backing vocals e o teclado.

Em sexto ouvimos “Ominous”, a música começa com lentos e brilhantes dedilhados de guitarra, além de vocais sussurrantes reflexivos, diferente do resto do álbum o clima aqui é lúgubre e reflexivo. Com uma bateria arrastada e crescente, é a partir dos 3 min que a canção toma sua forma máxima. Com ajuda da bateria, quando finalmente ela usa seu máximo, é como se houvesse uma explosão de sentimentos, então entra o solo emotivo e muito habilidoso, acompanhado da bateria novamente cheia e lenta, definitivamente  “Ominous” transporta o ouvinte para outra dimensão neste momento.

O clima aterrador e lisérgico da canção anterior se mantém na sétima faixa do album,”About Time”, música que começa com dedilhados de guitarra e uma bateria mais experimental e percussiva, com volume baixo e lento, mesmo preenchida ela mantém o compasso lento e vagaroso que traz a sensação de relaxamento, os vocais aqui ajudam  com  essa sensação estendendo o tempo e as vogais de forma emotiva e poderosa, com backing vocals adicionando harmonia. A música tem um refrão forte muito similar ao apresentado em “As Memory Fades” – oitava faixa do álbum.  A música começa mais uma vez com dedilhados de acorde, e vocais, a bateria entra posteriormente  de forma simples lenta e aos poucos crescendo em marcha. O vocal de Amit é lindamente emotivo aqui também e  tem uma interpretação poderosa, o pré refrão e o refrão acrescentam drama e toda atmosfera a canção. A música tem um refrão forte e mais uma vez um solo simples, porém carregado de interpretação e emoção, mostrando que a simplicidade agregada a boa execução interpretativa, pode sim criar emoções.

A penúltima canção , “Witches and Slaves” é a canção que traz o clima de descontração devolta ao álbum, a canção que começa com um riff de guitarra dedilhados e distorcidos, entregam um clima de anos 2000 forte, similar a trilha sonora dos filmes vistos pelo público jovem da época. Uma bateria forte e precisa, refrões tão fortes quanto , tudo aqui carrega um ar de desolação. O vocal de de Amit tem muita expressão e ajudam a exalar essa desolação introspectiva. A música tem um refrão forte e uma ponte interessante. Ponte perfeita para ‘Waiting for Good Luck to Come” que é um Hard Rock forte e excelente finalização para este álbum, guitarra pesada e um ritmo cadenciado e constante. Aqui Amit soa com ira e emoção, é uma canção forte e pontual, cresce de forma magistral, sólida e consistente, direta e muito concreta. ‘Waiting for Good Luck to Come” traz a energia e nos deixa sedentos por mais! um excelente jeito de encerrar um álbum de estreia.