Aydra, uma banda de thrash/death metal oldschool originária da Itália, emerge com seu novo álbum ‘Leave to Nowhere’, trazendo uma sonoridade direta, que vai agradar especialmente os fãs do estilo mais tradicional até os mais moderno do gênero. Fundada por Francesco Olivi, Mauro Pacetti, Luca Calò, Giuseppe Cardamone e Marco Bianchella a banda entrega uma performance densa e brutal em todas as 20 faixas do disco. Com uma combinação engenhosa de passagens thrash metal, death metal moderno, prog metal, cada faixa deste álbum mergulha o ouvinte em um mundo exuberante e sombrio, repleto de obscurantistas.
A abertura com “three minutes walk” é um convite para o mundo pesado e sombrio de Aydra, com riffs pesados e densos e vocais guturais intensos, já mostrando logo de cara para que a banda veio. “Deserter” mantém o ritmo cadenciado e grave, emulando o som gordo e rápido do Thrash Metal europeu, mas mas com o toque mais groove do death, muito inspirado em Lamb of God, tanto nos vocais quanto na melodia.
Em “Black skin and red sand” o tom agressivo característico do grupo continua. Um ponto interessante é o detalhe de ouvirmos os trastejos dos dedos escorregando nas cordas distorcidas, que criam ruídos agudos e enfatizam ainda mais a violência do som. Esta é a faixa mais comercial do disco, onde é possível perceber a influência oldschool da banda, mas há um toque mais moderno, sendo perfeitamente uma banda nova que soube abraçar a modernidade e criar um ambiente moderno influenciado pelos pioneiros do estilo.
“they waste a throne” continua a brutalidade e explode de agressividade e riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça. Aqui sentimos muita influência do Gatecreeper nos vocais e nos riffs – puro suco do death metal, uma tempestade sonora. “Lost between two lands” entrega riffs de guitarra memoráveis em uma introdução que muda o ambiente, destilando a energia do thrash metal mas somos surpreendidos com vocais agressivos e muito técnicos, a bateria segue o ritmo rápido e potente, fervendo o puro metal moderno, junto com o baixo que marca forte presença em um groove forte e mantendo o clima denso, para criar um som mais acessível e memorável. Os vocais cantam rimas brutais com voz forte e corajosa. O solo é simples mas potente.
“Armed Factions” continua a brutalidade mas com riffs ritmicos e bem melódicos. Enquanto,”You can’t talk anyone” mantém rapidez do thrash oldschool e a energia moderna que já é assinatura do Aydra. A faixa título é um instrumental explode de agressividade e riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça, exalando muita técnica nos instrumentos, quebras que lembram metal progressivo e uma imensidão de jovens que souberam utilizar a técnica clássica mas incorporar tons modernos. “Forever hide” vem com um ritmo que nenhum fã do estilo poderá colocar defeito.
Para encerrar, “Psycho pain control 2024” entrega uma faixa dilacerante, com a rapidez admirável do estilo, a faixa se apresenta como um encerramento épico, afinal é a faixa mais complexa e diferente do disco, com variações rítmicas e um trabalho de solo mais melódico, embora seja o mais rápido, a faixa é uma explosão de dinamismo sonoro brutal e incontestável. Aydra está moldando o cenário do metal extremo com seu trabalho.
No entanto, é importante notar que Aydra não se aventura muito além dos limites do estilo tradicional de thrash/death metal. O grupo não pisa no freio quando o assunto é criar melodias mais inovadoras e não convencionais. Isso resulta em um som bem executado, fiel às raízes do gênero, mas com com inovação. Para aqueles que são fãs so estilo, Aydra oferece exatamente o que se espera: riffs pesados e rápidos, vocais guturais e rasgados e uma atmosfera sombria. Para os apreciadores de thrash metal clássico e death metal técnico, ‘Leave to Nowhere’ é um prato cheio, mantendo-se fiel aos fundamentos do gênero sem explorar novos territórios sonoros.