Resenhas

Love Kills The Monsters

Sunset Salore

Avaliação

9.5

Sunset Salore, direto de Melbourne, é uma dessas vozes que chegam para transformar ambientes. A cantora já esteve nos lançamentos algumas vezes aqui, e dessa vez a musa de madeixas escarlates traz novamente muito groove. Sua banda emergiu na cena musical trazendo um som que mistura um pop alternativo sofisticado e basslines funky que grudam nos ouvidos. Em Love Kills The Monsters, seu novo álbum de sete faixas, Sunset se entrega de forma madura, explorando camadas instrumentais ricas e sedutoras, que soam tanto nostálgicas quanto frescas.

A faixa-título, “Love Kills The Monsters”, é a porta de entrada perfeita para esse universo. A voz de Salore denomina de imediato,  aliada a um baixo pulsante que guia a batida, enquanto os teclados se entrelaçam suavemente. A execução vocal de Sunset é tão marcante que é capaz de flutuar entre o delicado e o provocativo. É uma abertura que, sem pedir licença, estabelece o tom do álbum: envolvente e cheio de groove.

“Hope” traz uma batida mais cadenciada, mas sem perder o groove. É uma faixa que aposta em nuances de sintetizadores e uma linha de baixo simples mas muito presente, quase hipnótica, ideal para balançar e deixar a melodia te conduzir. Uma faixa que cresce exponencialmente e traz o público para essa expectativa.

Call It chega como um hit do disco, com uma percussão marcada e uma guitarra simples mas muito bem posicionada, forte e precisa. Aqui, Sunset abusa do que chamamos de Refrão hit, a canção tem levada e um refrão totalmente cativante. É uma faixa que tem um potencial tremendo, funcionando como uma injeção de ânimo.

Na canção Feel, Sunset buscou um pop mais imersivo e lisérgico, entregando uma sonoridade mais minimalista e introspectiva. A produção aqui é mais “espacial”, com silêncios bem posicionados e um groove que brinca com as pausas, deixando espaço para cada nota se expandir. É uma faixa que exala sutileza e, ao mesmo tempo, densidade.

Mystery and Magic faz jus ao nome, combinando camadas etéreas de teclado com uma linha de baixo grave, abafado e ligeiro. A voz de Sunset brinca com os elementos de pop e synth da faixa que fica em nossa mente.

Potential volta com uma energia renovada, numa pegada mais Rhythm Funk, onde os elementos de Jazz ganham protagonismo. A batida misturada ao groove de baixo cria uma sensação de liberdade, uma faixa que é pura nostalgia e liberdade. Lembrando por vezes trabalhos de Cheer e Aretha.

O álbum fecha com Don’t Owe You Pretty, faixa que retorna ao Jazz melódico, Noir, criando uma atmosfera R & B Soul perfeita. É o fechamento ideal, carregado de presença e cheio de estilo, deixando uma impressão duradoura desse conjunto único de músicas que é Love Kills The Monsters.