A alucinante banda Myopia apresenta o tão esperado segundo álbum, intitulado Mind Party. Após 4 anos do álbum de estreia, o novo disco chega com 14 faixas ricas em versatilidade sonora, em uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Myopia é um lembrete do grande rock alternativo que surgiu durante os anos 90 e 2000, cheio de influências, criando uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional. Mind Party é um álbum inovador e ambicioso para todos os entusiastas do rock.
O lançamento representa a marca única da alma da banda. Considerando que Myopia só começou a lançar música como artista solo em 2020, ele pode ser considerado um novato na indústria da música; no entanto, a sofisticação de suas músicas mostra que ele tem um conhecimento muito além daqueles novatos. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais grandioso. Myopia combina elementos de rock/metal alternativo de várias épocas, cheias de outras influências em um caldeirão rodopiante de guitarras densas e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco Myopia prova que seguem com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária dos integrantes.
Logo na primeira faixa, “The World is so Loud”, percebemos aonde a banda quer chegar, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde provam que são uma banda em constante avanço, mas aqui a sonoridade remete as bandas mais de new metal dos anos 2000, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “Mad Song”, mostra o lado multifacetado remetendo também a tons de rock dos anos 90 – na forma da atmosfera sombria mas com sonoridade mais agitada. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto a banda adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera depressiva e sombria. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos nostálgicos, seu som está amadurecendo em algo único, o que pode ser visto em “Angel System”, e logo perceberá que este parece muito intencional. Em “Hibiscus” mantém o espírito do alternativo em uma balada comovente com um tom mais depressivo e exala técnica e talento – por isso adorei Myopia, a banda mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Stardust” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra distorcido que é compacto e suave, nostálgico mas moderno ao mesmo tempo, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e uma energia que nos faz viajar.
“Luck” destila a melancolia penetrante e intimista com uma atmosfera mais balançada, onde os riffs são dançantes mas mantem o ambiente denso, lembrando clássicos de Radiohead mas mais pesado. Com uma genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, é a música perfeita para rádios.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “Gamophobia”, sendo a música que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. Injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo a sonoridade cativante e apaixonante do post punk.
As últimas faixas desaceleram, com um clima mais suave. “The Call of the Void”, “This is Really Nice”, At The Mercy of the Universe” são baladas densas e comoventes, essa última com linhas de pianos maravilhosas. A faixa título, é a penúltima musica do álbum, surge como uma onda, literalmente… a introdução praieira viciantes é nostalgia pura. Aqui, a banda nos mostra que eles sabem como criar um clima diferenciado e perfeito para cativar o público em seus shows, essa canção merece a posição de single.
Fechando o disco, “Movements” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo do Myopia – que embora seja uma sonoridade simples e típica, há toda a emoção e perfeição que o artista conseguiu colocar. O disco encerra com todo o ar triste e denso, destilando a nostalgia e o momento sombrio. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes. A canção é uma verdadeira viagem, com mudanças de ambientes, em 5 minutos de imersão.
‘Mind Partyt’ traz o instrumental drástico, extenso e sombriamente alucinante, mostrando as mentes brilhantes da banda. mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como misturou referências dentro do rock e de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória. Myopia chegou para ficar e já ganhou destaque repleto de ideias vibrantes, exclusivas e de pura nostalgia, sendo uma banda potente, de imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas.