O artista MRMT, baseado em Mechanicsville, lança seu álbum homônimo “MRMT (MYTHICRAREMRTOAD)”. O disco de 11 faixas exibe uma envolvente fusão de eletrônica e rock,jazz e synthwave mantendo uma intrigante atmosfera cativante e caótica. Texturas eletrônicas complexas se mesclam a instrumentais emocionantes que abraçam uma inclinação improvisational, evidente desde a faixa de abertura “The Great Ravetoad”. Nela, linhas de guitarra jazz emanam um ritmo amigável e contemplativo, após um habilidoso ritmo percussivo e flashes exóticos de sintetizadores; o resultado é uma vigorosa atmosfera envolvente e cativante.
“Cyberpoonk number 2”é uma trilha Djent, misteriosa, é uma perfeita trilha de jogos como Doom. “Bad Donuts” é novamente a veia de Jazz surgindo, mixada ao sintetizador que parece ter saído de um videogame arcade.
Claramente MRMT é um exímio, misturador rítmico, módulos infinitos decoram suas canções, tornando seus tempos e ritmos imprevisíveis – uma verdadeira viagem cósmica.
A diversidade sonora encontrada no álbum, a dualidade entre a energia fervente de faixas como “Bad Donut” e a sutileza noturna de “Toad’s Improv” revela a habilidade de MRMT em criar uma experiência auditiva rica e multifacetada.
Destaca-se também “Vile Bufo”, o belo solo de sax unido à ferocidade interrompida das guitarras e o baixo caótico que te joga de 8 a 80 muito rápido. Na faixa,”Toad’s Improv” somos pegos de surpresa com sua ênfase mais limpa na guitarra, buscando um lado mais intimista e consistente.
Novamente, somos pegos de surpresa com “Mr Whomps Thwomp”. Moderna/retrô ,a faixa parece ter saído de um vídeo game e misturado ao ambiente caótico punk digital do Dubstep, com Rock e Jazz e som midi.
MRMT apresenta uma envolvente interligação de rock e eletrônica ao longo do álbum. “Tähtien Valo” é outro exemplo dessa mistura, sombria e moderna, a faixa carrega um tom soturno e misterioso, algo que vai logo de contraste com a faixa seguinte – “Loving The Fungi”, os elementos Heavy Metal e vídeo game tomam conta e a maestria técnica do artista fica novamente evidente na maneira como as diferentes camadas sonoras se entrelaçam, proporcionando uma riqueza de detalhes que convida os ouvintes a explorar cada nuance. As influências jazzísticas permeiam a obra, como demonstrado nas linhas de guitarra habilmente executadas e nas incursões improvisacionais, enquanto as incursões eletrônicas adicionam uma modernidade e ambiência intrigante ao conjunto da obra.
“Reinclict” revela-se uma faixa de metal industrial, odisséia sonora cativante, sombria e transcendente onde MRMT desbrava terrenos eletrônicos e rochosos com maestria. A faixa é um labirinto de sintetizadores hipnóticos entrelaçados a batidas pulsantes, criando uma paisagem sonora que evoca uma jornada mística. À medida que a progressão se desdobra, a habilidade do artista em construir camadas complexas se destaca, proporcionando uma experiência auditiva imersiva e envolvente.
Em “Metajuk3”, MRMT mergulha nas profundezas de uma experiência sonora cósmica mais Jazz. A faixa é impulsionada por uma batida pulsante que serve como a espinha dorsal para uma sutil mistura de elementos eletrônicos etéreos e a guitarra em ligas infinitas. Sintetizadores espaciais criam uma atmosfera futurística, enquanto nuances de da percussão adicionam uma dimensão terrena à composição.
Por fim, “Rockin Lil’ Mush” introduz uma vibe mais descontraída e lúdica ao álbum. A faixa exibe um ritmo contagiante, de rock n roll em sua intro, impulsionado por batidas vivas e elementos de guitarra animados. A energia otimista de “Rockin Lil’ Mush” convida os ouvintes a uma viagem divertida e animada. Essa faixa em particular adiciona uma pitada de leveza ao álbum, e emula trilha de games anos 90 ‘s equilibrando perfeitamente a intensidade das faixas adjacentes.
A visão de MRMT é única, o álbum é, sem dúvida, uma jornada auditiva empolgante que transcende fronteiras musicais, consolidando o artista como uma promessa fascinante no cenário musical contemporâneo. Espero ouvir mais dessa belíssima mistura.
