Monrad, o projeto solo do belga Matthew Ramon, é aquele tipo de som que te pega de jeito e te leva para uma viagem. Ramon combina o melhor do rock alternativo com uns toques obscuros de música sintética e synth retrô, criando um estilo que é tão único quanto misterioso. Com Not By Design, ele se supera, brincando com texturas e sintetizadores mais ousados, mas sem perder aquela vibe melancólica que já virou a cara dele. O resultado? Um álbum que é quase um filme que você escuta de olhos fechados.
A primeira faixa, “On Fire”, já te joga direto no clima. A voz grave do Matthew, meio rouca, vem junto com uns backing vocals etéreos que parecem saídos de um sonho. É aquele contraste perfeito entre o sombrio e o aconchegante, sabe? A guitarra, cheia de reverberação, passeia lindamente e constrói uma atmosfera hipnótica que te prende logo de cara. Parece até que você tá entrando em outro mundo.
Na sequência vem “Not Yet”, que tem um clima mais tranquilo, mas super intrigante. As batidas são constantes e a base instrumental é relaxante, quase meditativa, com um toque exótico que te transporta para um lugar tranquilo e ancestral. Como um templo oriental, ou algo do tipo. A voz do Ramon é o fio condutor aqui, flutuando com uma leveza que só ele consegue. É simples, mas tem uma profundidade que te faz querer prestar atenção em cada detalhe.
Aí chega “Caught Up”, e o álbum ganha um gás! Essa faixa é dançante, com um groove de outro nível que lembra noites de chuva e néons refletindo no asfalto de Miami. Os sintetizadores e as guitarras reverberantes criam um som rico que você quase consegue tocar o ar. É aquele tipo de música pra você se perder no ritmo e só sentir.
Mas nem tudo é festa: “Whatever It Takes” traz o mistério de volta. As camadas psicodélicas e a progressão instrumental lenta te puxam pra um lugar mais introspectivo. Cada som parece colocado ali com um propósito, e os detalhes são tão ricos que você percebe algo novo a cada vez que ouve. É aquele tipo de música que faz sua mente viajar longe.
Já “Rumble”, os sintetizadores vibram, a batida é certeira e a voz sussurrada do Ramon dá aquele toque misterioso. É o equilíbrio perfeito entre a nostalgia de uma época que a gente ama e a modernidade que deixa tudo ainda mais legal. Dá pra imaginar fácil essa música como trilha de Blade Runner.
E pra fechar, “The Game” desacelera o ritmo e traz uma vibe mais indie e introspectiva. A melodia é delicada, quase como se estivesse te convidando pra refletir. O refrão, “I’m No Give it Up”, repete como um mantra envolvente e termina o álbum com uma sensação de esperança e leveza. É aquele final que faz você suspirar, sabe?
Matthew Ramon mistura influências de um jeito tão natural que você nem percebe o quão complexo o som é. Cada faixa tem seu papel nessa jornada, e no final, você fica com aquela sensação de ter vivido algo. É íntimo, é grandioso, e acima de tudo, é autêntico. Se você curte música que vai além do óbvio e te faz sentir de verdade, esse disco é pra você.