Resenhas

Opera

Fleshgod Apocalypse

Avaliação

9.0

“Opera”: Existe melhor título de álbum para definir o som do Fleshgod Apocalyse? Acredito que não. Desde seus primórdios a banda mistura sinfonia, cantos líricos e gregorianos com Death Metal lotado de guturais, blast beats e riffs matadores, o que cria um estilo único. O novo Play, que é o sexto álbum de estúdio, chega via Nuclear Blast / Shinigami Records no Brasil e tem produção de Jacob Hansen.

As músicas parecem ser interligadas, com uma atmosfera que remete a um filme frenético lotado de drama e ação. Após a belíssima abertura “Ode To Art (De’ Sepolcri)“, chega uma porrada em seus ouvidos com “I Can Never Die“, bastante intensa e com uma dinâmica muito boa entre os vocais guturais e o limpo feminino da incrível Veronica Bordacchini. “Pendulum” é menos veloz que a anterior, mas ainda assim pesada, conta com a mesma dinâmica e uma ótima passagem de piano que enriquece a faixa. “Bloodclock” inicia com o piano em um clima bem tenso que logo dá lugar ao peso de riffs cortantes e blast beats insanos. A mistura do gutural com a harmonia dos cantos gregorianos dá um charme para o som, que eleva mais ainda o nível quando Bordacchini encanta com seus vocais limpos.

Impressiona o trabalho de Eugene Ryabchenko na bateria, os bumbos duplos são impecáveis e isso fica muito evidente na faixa “At War With My Soul“, uma belíssima composição tenso, com um clima dramático e épico. “Morphine Waltz” aumenta a velocidade e dá destaque a vocais mais agressivos de Veronica, ainda limpos, mas com alguns drives interessantes. A parte sinfônica da faixa é rica e deixa tudo mais épico. Em “Matricide 8.21” temos um clima mais ameno, com um andamento mais cadenciado. Ainda assim temos um ótimo trabalho dos bumbos e um refrão bem melódico, mesmo sendo com guturais. O vocal limpo ganha mais ênfase no final, dando um tom mais épico para o refrão.

Chegamos ao último terço do álbum, abrindo com “Per Aspera Ad Astra” que traz blast beats sem freio, com um refrão mais cadenciado que contrata bem com a velocidade dos versos, tudo com muito peso e melodia na medida certa. Se há algo próximo de uma balada no álbum é “Til Death Do Us Part“, música com andamento lento na qual Veronica Bordacchini lidera as ações com maestria, com os guturais em segundo plano. Fechando o álbum temos a faixa-título, a qual apresenta uma incrível composição de piano, densa, dramática e sombria, uma performance única de Francesco Ferrini, finalizando a audição com muita classe.

Opera” fez jus a discografia do Fleshgod Apocalypse, com composições épicas e muito agradáveis, a mistura de estilos distintos funciona de uma forma natural, criando uma identidade muito forte no som dos italianos. Vale a pena dar uma conferida no material que está divinamente bom.

Formação:
Francesco Paoli – baixo e vocais;
Francesco Ferrini – piano, arranjos de cordas, efeitos orquestrais;
Veronica Bordacchini – vocais limpos;
Fabio Bartoletti – guitarras, backing vocals;
Eugene Ryabchenko – bateria.

Tracklist:
1. Ode to Art (De sepolcri)
2. I Can Never Die
3. Pendulum
4. Bloodclock
5. At War with My Soul
6. Morphine Waltz
7. Matricide 8.21
8. Per Aspera ad Astra
9. Till Death Do Us Part
10. Opera