Resenhas

Splashed

Mad Painter

Avaliação

10

Ora, Ora, temos uma surpresa das mais agradáveis e diferentes aqui. Mad Painters é conhecido por sua excelência em emular o hard 70 ‘s dos grandes ingleses. E “Splashed” não foi diferente. Previsto para ser lançado este mês, temos o produto perfeito para os nostálgicos, velhos fãs do Classic Rock. Já podemos dizer que o Mad Painter, nasceu no século errado, tem raízes no rock melódico dos anos 1970. Músicas originais, que carregam psicodelismo puro em seus teclados e Rock’n’roll em suas guitarras, que soam como se tivessem saído de composições do Faces, Deep Purple e Uriah Heep.

Alex Gitlin, vocalista e o idealizador de tudo isso, empodera e sustenta vocais nostálgicos, assim como as baterias de Al Hendy, o baixo de Kenne Highland e a guitarra de Al Nahda, tudo aqui é excepcional. A prova dessa excepcionalidade está na faixa que abre o álbum. Intitulada “Ilusion”, a faixa parece ter sido composta nos tempos do Machine Head do Deep Purple, e ela te traz uma sensação de urgência absurda que te faz sair de qualquer inércia.

Para um álbum com 17 faixas, “Splashed” ainda consegue nos deixar com desejo de mais. A faixa seguinte a audição, “Parting Line” é um hit de Rock n Roll alegre e muito trovador, muito próximo ao estilo Status Quo de Rock N Roll que casa perfeitamente a canção seguinte “River” que assim como a anterior é Rock alegre, mas está aqui e a roupagem fiel dos trabalhos de Ginger Baker, Eric Clapton e Jack Bruce — Veja, essas comparações não são nada pejorativas, afinal é divertido enxergar as semelhanças e captar essa essência que , em minha visão, foi proposital e muito bem executada. É extremamente louvável e saudoso ouvir esse álbum e lembrar dessas referências.– River, com certeza é uma canção que poderia ter sido composta pelo Cream.

Dando sequência a audição, mas ela ainda está longe de acabar, temos “Stealin’ uma canção menos agitada, mas sem perder o peso do Hard Rock setentista e todas as referências aqui já citadas, ela carrega um forte e hipnótico teclado/ órgão que junto ao contrabaixo nos fazem balançar e ir a loucura, “Stealin”‘ é o respiro perfeito para “Highway Driver’ que vem com tudo com seu solo de abertura dos teclados e nos hipnotiza com tanto talento e simplicidade, adjetivos esses que são com certeza a fórmula perfeita para criar boas canções como esta.

“Highway Driver” abre precedentes para o single antes publicado ,”Rock n Roll Samurai”, ambas tem uma proposta e nos evocam sentimentos e sensação parecidas de urgência e euforia, canções que fazem jus ao seus fortes nomes. “Rock N Roll Samurai” é quase uma ópera rock, que mistura Deep Purple, Uriah Heep, Rick Wakeman e põe abaixo qualquer lugar que essa canção seja executada. É uma verdadeira catarse, uma canção digna de se tornar Hino! Dramática, teatral, rápida e cortante como a espada de um Samurai do Rock n Roll.

Após a paulada em nossas cabeças que é a canção “Rock n Roll Samurai”, temos lugar a relaxante é o respiro que é a canção ‘Lie To Me”, um belo Blues em piano que surpreende e emociona, lembrando desde Pink Floyd à Jeff Healey, ela carrega quase que as mesmas nuances de interpretação das versões de While My Guitar Gently Weeps  de Jeff e Shine On You Crazy Diamond do Pink Floyd – não é uma copia, nem se quer tem o mesmo tom, mas com certeza te fará lembrar…

“I’ve Been A Fool” continua a carga dramática e emocional, outra canção lenta, mas sem perder as características setentistas que  Mad Painter estampou em seu som, essa canção é tão bela quanto a anterior e tão bem executada quanto. “I’ve Been A Fool” é triste, emocional e melancólica, sua letra e seu ritmo casam perfeitamente. Acredito que o segredo de uma boa composição está na adequação de sua letra a sua rítmica, e “I’ve Been A Fool”  faz isso perfeitamente.

A faixa de número 9 do álbum é intitulada “Jacque”, ela marca o retorno do peso e agitação a audiçåo, com pouco mais de 3min40 ela traz novamente o Blues/ Hard a tona e seu instrumental psicodélico setentista renova nossas energias para as faixas seguintes que são “Friend In France” que de cara me lembrou “My Way” – não me pergunte o motivo – e “Let Him Go” outra canção que traz em si uma veia ‘Sinatra’ em sua composição. “Friend In France” e “Let Him Go” são canções lentes e alegres, que carregam referências de Beatles e Sinatra em suas veias, não são canções que EU em particular destacaria para resumir esse álbum, afinal passamos por outras muito mais competentes pra isso, mas essas duas canções estão longe de serem ruins ou “genéricas” com certeza fãs do estilo referenciado poderão sim gostar muito.

A décima segunda faixa, Intitulada “I Don’t Know” é diferente das demais dezesseis do álbum, lembra muito uma canção disco music do começo dos anos 80, Dançante, linear e cheia de notas, o contrabaixo evidente e os backing vocals só reforçam essa ideia de pista de dança, a mais diferente, mas nem de longe  uma canção ruim ou feita de forma desleixada, tudo nela emula de forma concreta as baladas de rock das pistas de dança do começo dos anos 80.

Seguindo  a audição temos “Sam Michael” e “The Moon”, mais duas faixas estilo Sinatra que encantam e deixam o álbum linear, preparando para a volta da agitação discoteca que é a décima quinta faixa do álbum intitulada ” Love Is Gold” uma balada rock disco que lembra a tentativa das bandas de rock em entrar na onda da disco music – mais uma vez, não é uma faixa menosprezável, e sim uma excelente e bem composta faixa, mas que talvez não sirva para traduzir o quanto esse álbum é matador em suas primeiras faixas.

Encerrando a audição temos “You Nearly Stone My Heart Away” e “I Live For Love” que aí sim, trazem novamente o ar de Hard Rock misterioso e icônico impressos no começo. “You Nearly Stone My Heart Away” parece sair de um álbum do Procol Harum ou de qualquer super grupo de Rock psicodélico inglês, os Riffs emanados pelo teclado  no início da canção são dignos de trilha sonora de filmes de agente secreto dos anos 70 , algo magnífico e empoderado! Já em “I Live For Love” temos a mistura do Psicodélico Francês + Hard Rock 70 e por quê não? Beatles em sua fase Let it Be.

“I Live for Love” encerra de forma muito saudosa e romântica esse disco que com certeza merece todos os bons adjetivos e boas críticas. É tudo muito bem feito e bem proposto, se você é fã do rock 70, psicodelia e nostalgia o MAD PAINTER e seu álbum ‘Splashed’ v ão te trazer isso e muito mais! Você tem que ouvir!