Resenhas

The God Machine

Blind Guardian

Avaliação

8.0

Três anos depois do decepcionante “Twilight Orchestra: Legacy of the Dark Lands”, o Blind Guardian lança “The God Machine”, o álbum de número doze do quarteto germânico. Se o play não devolve a banda aos seus tempos áureos dos anos 1990, certamente é o melhor lançamento da em muitos anos.

O play saiu pela Nuclear Blast na gringa e terá a versão nacional distribuída pela Shinigami e tem a produção mais uma vez assinada por Charlie Bauerfeind. Ele que vem trabalhando em todos os álbuns do Blind Guardian desde “Nightfall in the Middle-Earth” (1998) e é muito conhecido por nós brasileiros, pois produziu os dois primeiros álbuns do Angra. Ele novamente fez um trabalho impecável e deixou a audição bem agradável, com todos os instrumentos aparecendo perfeitamente, sem sobressair um sobre o outro

A banda se distanciou bastante do que foi mostrado no último trabalho e isso é um ótimo sinal. Em alguns momentos, a pegada mais agressiva da banda é repaginada, como por exemplo na faixa de abertura, “Deliver us From Evil”, que mistura partes mais Speed Metal com outras mais melódicas, que desperta no ouvinte a falsa impressão de que o disco vai ser nessa mesma pegada do início ao fim.

A parte sinfônica não foi totalmente abandonada pela banda, como podemos perceber em “Secrets of American Gods“, mas o que realmente é mais interessante é quando as guitarras da dupla Marcus Siepen e André Oblich resolvem falar mais alto, como por exemplo na fantástica “Violent Shadows“, sem dúvidas a melhor faixa do play.

Architects of Doom” é outro bom momento do play, onde o Power Metal das estrofes faz uma ótima combinação com o refrão denso e um solo meticulosamente calculado. Também temos espaço para belas melodias como “Let It be no More“, uma balada cujo solo é um dos melhores de sempre já registrados pelo Blind Guardian.

Blood of the Elves” é outro grande ponto alto do play, para onde somos remetidos ao excelente “Imaginations From the Other Side“, através desta que é um baita Power Metal. As guitarras com o timbre limpo e que você facilmente reconhece a sonoridade do Blind Guardian ao escutar as primeiras duas notas tocadas.

A pesada “Destiny” fecha o álbum e em 51 minutos a gente percebe que o Blind Guardian lançou o seu melhor álbum desde “Nightfall in the Middle-Earth“. Poderia ser melhor? Óbvio que sim, a gente só cobra muito de quem tem capacidade de entregar o melhor, mas “The God Machine” é um álbum acima da média e se não vai agradar em cheio os fãs dos primórdios, vai agradar aos que começaram a curtir a banda a partir dos meados dos anos 1990.