Thirst And The Cow (TATC), é um projeto de rock progressivo Shoegaze/ post-Rock e ambiental liderado pelo experimental guitarrista e tocador de U8 Touch Guitar, Tim Gardner, originário de Portland, Maine.E na audiçæo de hoje temos o seu mais recente lançamento, “The Main Sequence at Last”,que é um mergulho profundo na sua sonoridade ambiental, com uma mistura única de influências de shoegaze, rock progressivo e post-rock. O álbum, composto por 12 faixas, abre as portas para um universo sônico expansivo e inexplorado.
A jornada auditiva começa com “Forming”, uma introdução hipnótica que estabelece o cenário para o que está por vir. As camadas de guitarras se entrelaçam, criando um ambiente etéreo que leva os ouvintes a uma experiência sensorial imersiva. A transição para “The Fusion of Heavier Elements” é fluida, destacando a habilidade de Gardner em criar texturas ricas e dinâmicas. “The Fusion of Heavier Elements” em questão tem uma atmosfera vilanesca, as cordas agudas soam como instrumentos antigos tocados por anciãos na porta de suas tendas. É uma viagem oriental.
“Solitude” emerge como uma paleta emocional, aliás, o álbum todo tem esta característica, onde as guitarras sussurram melodias introspectivas e reflexivas. A atmosfera contemplativa é interrompida por “Recoil”, uma faixa um tanto “perturbadora”, ela carrega um mistério em sua estética e coloca a nós ouvintes em alerta, é como se estivéssemos em uma caverna cósmica que ecoa notas em uma cadência rítmica que gruda em nossa mente. O entrelaçamento de elementos eletrônicos e guitarras revela o quanto Tim se inspirou em Tool, por exemplo.
“212” nos coloca a calmaria novamente, ela continua a jornada com sua fusão de elementos, tribais e sintetizadores ressonantes. É a trilha perfeita para você ter um momento de paz mental e foco!
“A Collapsing Cloud Fragment” começa lisérgica e elevada cativa os ouvintes com suas mudanças de tempo e dinâmicas envolventes, mas é aos 1min40 que a guitarra surpreende e rasga a calma, instalado uma camada de distorção pesada ao cosmos musical.
Em “Time and Adaptation” o destaque fica na elaboração da percussão em sinergia musical com os elementos tonais, criando uma paisagem sonora brilhante e reflexiva. Conforme os minutos passam a faixa cresce, e toma proporções únicas, elementos progressivos que vem e vão o tempo todo criam um caminho progressivo magnífico, um labirinto único sonoro. A entrada do solo aos 5min30 e seu segundo retorno aos 6min30 são magnificamente bem posicionados e enriqueceram mais ainda a faixa.
“Illumination” e “Mercury” exploram paisagens sonoras mais expansivas, a nona faixa(Mercury) é um Free Jazz Cósmico incorporando a elementos de post-rock com um pattern sonoro que brinca com os nossos neurônios e te colocam em hipnose em imediato. A décima faixa, “Primordial” mergulha novamente no pattern hipnótico profundo, construindo uma narrativa musical que evoluirá organicamente.
O disco sinaliza o seu fim em “Cosmic Evolution” e “Darkly Forming”, a primeira com um estilo tribal, experimental “jungle beat” progressivo e sintetizadores que lembram diversas vezes o trabalho do Gênesis. A segunda, “Darkly Forming”, encerra de vez o álbum com um caos sonoro, onde as guitarras distorcidas se fundem com elementos atmosféricos e perturbam o ouvinte, em um labirinto de caos que parece nos contar uma história de aventura cósmica e mistério.
“The Main Sequence at Last” transcende os limites do convencional. E se você aprecia a música de icons progressivos como Tool ou King Crimson dos anos 90-2000, “The Main Sequence at Last” é pra você! O disco é uma exploração do cenário musical com faixas instrumentais de prog/post-prog repletas de guitarras complexas e Tappings, enfatizando elementos rítmicos. Convido você a mergulhar nesta jornada sonora única, onde as nuances e referências sonoras se entrelaçam para criar uma experiência auditiva envolvente e memorável.