O Machine Head vem de um ótimo lançamento com “ØF KINGDØM AND CRØWN” em 2022, então, claramente, a expectativa para o novo álbum é alta, pois só de manter a linha do anterior, já é certeza de termos um ótimo Play. Pois então, chega o dia do lançamento de “UNATØNED”, que pela fonte usada nos títulos das músicas e pelas cores e estilo da capa, parece ser uma continuação, talvez não da forma conceitual, mas podendo ser um sucessor espiritual. 25 de abril é a data escolhida pela banda para a chegada do novo LP, como um lançamento da Nuclear Blast/Shinigami Records no Brasil. Bora conferir.
Diferentemente do início épico de “Slaughter The Martyr” no álbum anterior, aqui temos uma pequena intro chamada “LANDSCAPE ØF THØRNS” que logo traz “ATØMIC REVELATIØNS“, uma faixa mais direta, com bons riffs e um refrão melódico, no melhor estilo de Robb Flynn cantar. “UNBØUND” chega rapidamente com um início que lembra, atenção, eu disse lembra, “Davidian” executada ao vivo, na qual Flynn ecoa o refrão da faixa contrastando com as guitarras distorcidas. A faixa em si é bem animada, com seus grooves característicos e vocais mais agressivos, com poucas partes melódicas dessa vez.
A banda explora seu lado voltado ao Nu-Metal em “ØUTSIDER“, com batidas artificiais somada aos riffs de afinação baixa, algo que foi explorado anteriormente em “Catharsis” (2018). Há quem ache ruim, mas eu acho ótimo e temos uma grande faixa pegajosa e que mostra que a banda pode caminhar por vários caminhos dentro de seu próprio estilo. “NØT LØNG FØR THIS WØRLD” destaca a versatilidade de Robb Flynn, que explora sua habilidade vocal em um lado mais melódico, em cima de um instrumental recheado de harmonias orquestradas mescladas com algumas passagens eletrônicas bem tímidas.
“THESE SCARS WØN’T DEFINE US” volta a ficar pesada e veloz, tem versos mais gritados com um refrão bem melódico. O groove da bateria é bem explorado aqui. Sua ponte é interessante e consigo sentir uma certa influência do Sepultura, de leve, mas está lá. “DUSTMAKER” é uma passagem apenas, soa como uma tentativa de soar Industrial que acaba ficando perdida em meio a tracklist do álbum. “BØNESCRAPER” é uma faixa feita para arenas, com seu refrão acompanhado por um coro, andamento médio e de fácil assimilação. O single perfeito para as rádios.
“ADDICTED TØ PAIN“, um título usado por tantos, que aqui dá nome a uma das mais pesadas do álbum. Uma típica faixa cheia de groove do Machine Head, que é logo preenchida com um refrão pegajoso. O riff é bastante puxado para o Nu-Metal novamente, lembrando um lado da banda que era explorado em álbuns como “Supercharger” (2001) e “Through The Ashes Of Empires” (2004). Nostálgica e empolgante. “BLEEDING ME DRY” inicia com um riff incrível acompanhado pelos bumbos duplos e após isso acaba com uma batida eletrônica e um vocal distorcido de Flynn. Versos estranhos que trazem um refrão forte, com berros e urros, um contraste peculiar que pode deixar alguns com o nariz torcido, mas que funciona bem aos meus ouvidos.
Vamos nos encaminhando para o fim com “SHARDS ØF SHATTERED DREAMS“. A faixa é veloz e conta com a fórmula que funciona da banda, versos com riffs característicos e refrão melódico. Boa faixa, mas não a vejo fazer parte dos futuros setlists dos shows. A faixa derradeira é “SCØRN“, que inicia e se mantém com um clima mais melancólico. Flynn explora um lado bem melódico de sua voz, contrastando com um instrumental que ganha peso somente após a metade da faixa. Curiosamente é a faixa mais longa do álbum, com quatro minutos e dezesseis, mesmo assim parece curta. Fecha o álbum com esse clima mais sombrio.
Um álbum bastante curto, passa pouco dos 40 minutos e conta com faixas em sua maioria de pouco mais de três minutos, mais diretas e dinâmicas. Quando você finaliza a audição, parece que faltou alguma coisa, aparenta que algo não está certo. A produção é ótima e mantém o peso em cada nota e sabe equilibrar bem onde a banda baixa o tom e explora seu lado melódico. A banda volta a explorar suas nuances de Nu-Metal, algo que pode não agradar todo mundo, mas é inegável que Flynn sabe criar bons riffs e refrãos, então é só uma questão de costume e não esperar por outro “Burn My Eyes” ou “The Blackening” que você vai se divertir na audição.
Tracklist:
01. LANDSCAPE ØF THØRNS (0:31)
02. ATØMIC REVELATIØNS (3:42)
03. UNBØUND (3:57)
04. ØUTSIDER (3:57)
05. NØT LØNG FØR THIS WØRLD (3:55)
06. THESE SCARS WØN’T DEFINE US (3:30)
07. DUSTMAKER (2:10)
08. BØNESCRAPER (3:33)
09. ADDICTED TØ PAIN (3:11)
10. BLEEDING ME DRY (5:36)
11. SHARDS ØF SHATTERED DREAMS (3:29)
12. SCØRN (4:16)