Resenhas

Wanderlust

Illyria

Avaliação

9.8

Imagine uma viagem épica, onde a paisagem sonora é ao mesmo tempo ameaçadora e incrivelmente bela. É isso que a banda australiana Illyria nos oferece com seu novo álbum “Wanderlust”. Formada na vibrante cidade de Perth, a banda é composta por cinco músicos talentosos que, ao longo da última década, têm refinado sua arte de misturar gêneros extremos como black metal, death metal, deathcore com elementos progressivos. “Wanderlust” é o quarto álbum de estúdio da banda e traz uma produção afiada e envolvente. Com oito faixas poderosas, o álbum é uma prova da habilidade da banda em tecer um tecido sonoro rico e dinâmico, que vai do épico ao destrutivo, do melódico ao agressivo.

 

Logo de cara, somos lançados em “Armagedda”, uma faixa instrumental de introdução sombria e progressiva que cresce e deságua em “Yesteryear”, uma faixa obliterante com riffs pesados e implacáveis, os vocais que passeiam por guturais growls, frys e coros que soam como uma orquestra infernal. As guitarras cortantes e os vocais guturais aliados a bateria repleta de blast beats e precisão criam uma sensação de urgência e desespero, estabelecendo o tom para o restante do álbum.

Em seguida, “Pragama” traz a fórmula de calmaria pré caos, assim como a faixa anterior. Com melodias melancólicas e introspectivas que deságuam em um Deathcore Prog Matemático único e épico, criando um ambiente quase etéreo e caótico.

“Frostbite” é uma viagem sonora intensa e interessante, aqui o grupo demora mais para explodir, é só aos 2min que a seção rítmica ganha brutalidade e caos, antes disso temos uma introdução progressiva e cheia de uma paisagem relaxante. Os vocais variam entre o limpo e growls profundos, enquanto a seção rítmica mantém tudo firmemente ancorado com um groove implacável que se transforma em uma explosão de energia. A faixa é um exemplo perfeito da capacidade da banda de equilibrar momentos de tranquilidade com explosões de intensidade, criando uma montanha-russa emocional que prende o ouvinte do início ao fim.

“Wrath”, traz uma performance feroz que mistura passagens rápidas e agressivas com técnica e precisão esmagadora. A interação entre as guitarras e a bateria é particularmente impressionante, o intervalo de vocais – do grow, e o fry, criam uma montanha russa na nossa mente e nos conduz a uma avalanche de energia e brutalidade do início ao fim desta faixa, criando assim a faixa de maior destaque ao álbum

“Aftermath” traz uma abordagem técnica e com baixo em destaques nos primeiros segundos da faixa. Um instrumental de 1min13 que contêm um breakdown brutal que serve de interlúdio para o apocalipse da faixa a seguir, Sirens.

Com “Sirens”, somos novamente puxados para o turbilhão sonoro de Illyria, uma faixa que tem instrumental de Death Metal cadenciado e vocais de Black Metal assustadores, um coro que lembrou diretamente faixas de grupos como Dimmu Borgir. A faixa é uma demonstração de quanto assustador e potente é este grupo, marcando como segundo destaque do disco.

Finalmente, “Wanderlust” encerra o álbum com uma nota épica. A faixa-título é uma experiência assustadora e sensorial, ela tem uma métrica muito similar a “Frostbite”, uma introdução progressiva e cheia de atmosfera, um som de chuva acompanhado de uma melodia de baixo e dedilhado de cordas limpas hipnótico e vocais sussurrantes que crescem até implodirem novamente do Deathcore Progressivo em seus 4 min 30 de faixa. Com uma duração de 11 min, “Wanderlust”  explode riffs pesados e intrincados, expressando raiva e dilaceração sonora, uma faixa surpreendente uma excelente maneira de finalizar o disco.

Em resumo, “Wanderlust” é impecável. Illyria conseguiu criar um trabalho que é ao mesmo tempo brutal e belo, caótico e harmonioso. O grupo se iguala em qualidade quando citamos grupos como Slaughter To Prevail e Lorna Shore, é totalmente direcionado para os fãs de death metal,metalcore e deathcore progressivo e para aqueles que estão abertos a explorar novos territórios sonoros. ”Wanderlust” é uma audição obrigatória pra você.